Nessa terça-feira (13), o Senado dos Estados Unidos aprovou o envio de 95,34 bilhões de dólares à Ucrânia, “Israel” e Tauiã.
Apesar de a Câmara Alta do Congresso norte-americano ser majoritariamente composta por parlamentares do Partido Democrata, havia meses que a aprovação desse pacote estava sendo discutida, com senadores republicanos próximos ao ex-presidente Donald Trump colocando-se contrários ao envio de verbas à Ucrânia, alegando que o dinheiro deveria ser destinado aos Estados Unidos, especialmente para resolver os problemas de fronteira.
Contudo, apesar da oposição de um setor dos republicanos, cerca de 22 parlamentares do mesmo partido acompanharam os democratas na aprovação do pacote, que se deu por 70 votos a 29.
Desse valor total (US$95,34 bilhões), o pacote destina US$61 bilhões à Ucrânia (para estender uma guerra muito provavelmente já perdida), US$14 bilhões a “Israel” (sustentando o genocídio contra os palestinos) e US$4,83 bilhões para países na região do Indo-Pacífico, nos quais se inclui Taiuã.
Sequer conseguindo disfarçar a demagogia de que são defensores da democracia, o Senado dos Estados Unidos também destinou míseros US$9,15 bilhões de ajuda humanitária a civis em Gaza e na Cisjordânia, na Ucrânia e em outras zonas de conflito em todo o mundo. Um escárnio: enquanto destina 14 bilhões para “Israel” continuar assassinado civis palestinos, destina formalmente uma parte do orçamento aos palestinos, supostamente em forma de ajuda.
Vale ressaltar que o pacote foi aprovado apenas no Senado, devendo ainda passar pela Câmara dos Representantes (equivalente nos EUA da nossa Câmara dos Deputados) para ser viabilizado. E, na Câmara Baixa, a maioria é de republicanos, vários dos quais trumpistas, isto é, opostos a fornecer mais dinheiro à Ucrânia. Nesse sentido, temos a declaração do senador republicano Rick Scott, da Flórida:
“O projeto de lei que temos hoje… nunca será aprovado na Câmara, nunca se tornará lei”.
No mesmo sentido, declaração do presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, indicam que o pacote será rejeitado:
“Os Republicanos da Câmara foram muito claros desde o início das discussões que qualquer legislação suplementar de segurança nacional deve reconhecer que a segurança nacional começa em nossa própria fronteira. A Câmara agiu há dez meses para ajudar a promulgar mudanças políticas transformadoras ao aprovar o Ato de Segurança de Nossa Fronteira, e desde então, incluindo hoje, o Senado falhou em corresponder ao momento.
O Senado fez a coisa certa na semana passada ao rejeitar a legislação sobre Ucrânia-Taiwan-Gaza-Israel-Imigração devido às suas disposições insuficientes sobre fronteiras, e deveria ter voltado à estaca zero para emendar o projeto atual e incluir disposições reais de segurança de fronteira que realmente ajudariam a acabar com a catástrofe em curso. Em vez disso, o projeto de ajuda externa do Senado é silencioso sobre o problema mais premente enfrentado pelo nosso país.
O mandato da legislação suplementar de segurança nacional era garantir a própria fronteira dos Estados Unidos antes de enviar ajuda externa adicional ao redor do mundo. É o que o povo americano exige e merece. Agora, na ausência de ter recebido qualquer mudança única na política de fronteira do Senado, a Câmara terá que continuar a trabalhar por sua própria vontade nesses assuntos importantes. A América merece algo melhor do que o status quo do Senado.”
Esse projeto vem sendo alvo de debates no Congresso há meses, com o presidente Joe Biden exortando os parlamentares a acelerarem a aprovação, uma vez que o governo ficou sem dinheiro para enviar para a Ucrânia, e que isto colocaria na ordem do dia a necessidade de um conflito direto dos Estados Unidos com a Rússia, segundo informações do órgão de imprensa Russian Today.
Por sua vez, os republicanos seguem rejeitando o envio de mais recursos à Ucrânia, exigindo que parte do orçamento seja dedicado ao problema das fronteiras norte-americanas, situação esta que já está sendo utilizada por Donald Trump em sua campanha eleitoral contra Joe Biden, adversário nas eleições presidenciais norte-americanas deste ano. Mantendo a coerência com suas posições anteriores, Trump criticou o projeto de lei, declarando em suas redes sociais que essas ajudas externas devem ser concedidas formalmente como empréstimos.
Assim, vê-se que a aprovação do referido projeto no Senado, bem como sua futura votação na Câmara, guarda relação direta com as eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Nessa conjuntura, o ex-presidente Donald Trump segue cada vez mais popular, popularidade esta que é impulsionada pela perseguição política que sofre. Ao que tudo indica, caso ele não seja alvo de nenhum golpe branco ou manobra similar por parte do imperialismo, tende a ser o vencedor do pleito. Já o governo de Joe Biden é extremamente impopular perante a população norte-americana. E isto se deve em grande parte a todo o orçamento federal (dinheiro do povo) que é gasto pelos Estados Unidos promovendo guerras em outros países.
A guerra que o imperialismo promoveu contra a Rússia, através da Ucrânia, não está sendo bem sucedida. Resultou apenas em gasto de dinheiro e crise econômica e social para a população dos Estados Unidos. E todos os indícios apontam para uma futura derrota dos EUA, de forma que a aprovação do projeto é de grande utilidade, senão fundamental, para a campanha de Biden. Mesmo porque, desses US$95 bilhões, grande parte pode ser utilizada na própria campanha.