No dia em que a nova etapa do conflito entre o povo palestino e o Estado de “Israel” ― etapa iniciada no dia 7 de outubro de 2023 ― aingiu a marca de seis meses, autoridades militares israelenses anunciaram a retirada de parte das tropas de Khan Iunis, no sul de Gaza. “A 98ª Divisão de Comando concluiu a sua missão em Khan Iunis”, disse um comunicado do exército. “A divisão deixou a Faixa de Gaza para se recuperar e se preparar para operações futuras,” complementa o anúncio.
Trata-se de um fato representativo da atual situação de crise na qual a ocupação sionista se encontra. “Israel”, do ponto de vista militar, acumula derrotas e mais derrotas. Sua política de destruição e assassinato em massa dos palestinos não tem gerado nenhum resultado positivo para suas pretensões, nem o colocou numa posição de vantagem frente ao seus adversários. O naufrágio de “Israel” segue em ritmo avançado.
Por seu lado, a principal organização política dos palestinos, o Hamas, que lidera a luta contra o fascismo sionista de “Israel”, somente se fortaleceu durante esse período. Seu corpo dirigente não sofreu nenhuma baixa até agora. Sua ação e seus métodos obrigaram o Estado israelense a fazer o que não queriam: abrir negociações com a força palestina. “Israel” recua, recua e recua.
Horas depois da ação militar organizada pela resistência armada palestina no 7 de outubro, Netaniahu prometeu vingança contra as organizações palestinas, em especial contra o Hamas : “Vamos destruí-los e vamos nos vingar por esse dia obscuro que eles impuseram ao Estado de Israel e seus cidadãos. Todos os lugares onde o Hamas está baseado, escondido e operando, naquela cidade perversa, nós vamos transformá-la em ruínas. E digo aos residentes de Gaza: saiam agora, porque vamos operar à força em todos os lugares.”
Das promessas de Netaniahu apenas a transformação em ruínas da faixa de Gaza se cumpriu. 62% das casas, 84% da infraestrutura de saúde e quase 100% das instituições de ensino na Faixa de Gaza foram destruídos pelas forças nazistas de “Israel”. A “erradicação” do Hamas, porém, se mostrou uma bravata.
Mais do que vitórias militares, o Hamas colheu vitórias políticas decisivas. Sua ligação com as massas palestinas se tornou mais sólida do que nunca. Na Cisjordânia, onde quem governa oficialmente é a Autoridade Nacional Palestina, as bandeiras do Hamas são cada vez mais comuns nas ruas e casas. Pesquisas do final de dezembro revelaram que 44% dos entrevistados na Cisjordânia dizem apoiar o Hamas, contra apenas 12% em setembro. Na Faixa de Gaza, local principal de suas operações, o apoio ao Hamas varia entre 40% e 60%, segundo as pesquisas. O apoio e solidariedade internacionais à causa palestina expressaram-se em manifestações de massas realizadas nos quatro cantos do planeta. Embora alvo de uma campanha de calúnias avassaladora, o Hamas também ganhou apoio no exterior. Uma verdadeira revolução social desenvolve-se na Palestina e é o Hamas quem a dirige.
A batalha travada pelos palestinos contra o Estado “Israel” é uma batalha dos povos oprimidos de todo o mundo. É também uma batalha do povo brasileiro. Que os próximos seis meses marquem o fim do enclave imperialista, chamado “Israel”, no Oriente Médio.