A operação Promessa Cumprida, que resultou no lançamento inédito de mísseis iranianos contra o território ocupado por “Israel”, já é um dos eventos mais importantes do século XXI. Celebrada pelas organizações diretamente envolvidas na luta palestina e motivo de preocupação para o sionismo e para o próprio imperialismo, a reação persa ainda terá importantes consequências ao longo das próximas semanas.
Com a operação iraniana, a capacidade militar de “Israel” foi uma vez mais posta à prova. E falhou miseravelmente. Assim como na operação Dilúvio de al-Aqsa, no dia 7 de outubro, o “Domo de Ferro” foi violado, expondo toda a fragilidade de “Israel”.
Com sua fragilidade exposta, “Israel” agora tenta se apresentar ao mundo não mais como aquela entidade truculenta e raivosa, que prometeu “exterminar o Hamas”. A entidade sionista, coitada, foi até a Organização das Nações Unidas (ONU) para pedir proteção contra o “malvado” Irã.
É tudo muito ridículo, e apenas expõe a fraqueza de “Israel”. Incapaz de responder à operação iraniana à altura, tenta se mostrar como uma pobre vítima – como se o mundo inteiro não soubesse que “Israel” recebe bilhões de anos dos Estados Unidos todos os anos para provocar, intimidar e atacar todos os países daquela região.
Os apelos de “Israel” à ONU revelam não apenas a fraqueza da entidade ionista, mas também o seu absoluto cinismo. Em reunião do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia acusou “Israel” e seus aliados de praticarem um “desfile de hipocrisia e duplo padrão” dos países ocidentais.
“É lamentável que, ao contrário da reunião de hoje, vocês não tenham dado um passo adiante para convocar o Conselho em 2 de abril, quando uma sessão urgente foi convocada por iniciativa russa para debater o ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco”, criticou o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia.
Nebenzia ainda acusou a inação da ONU de ter contribuído para que o Irã lançasse a operação de defesa.
“As ações do Irã foram uma resposta à vergonhosa inação do Conselho de Segurança da ONU, uma resposta ao flagrante ataque de Israel contra Damasco.”
No artigo intitulado Convocando a ONU, ou a hipocrisia sionista, publicado na versão em língua espanhola da emissora libanesa Al Mayadeen, o autor Víctor de Currea-Lugo demonstra como “Israel” nunca se preocupou em seguir as determinações da ONU.
O autor começa seu artigo lembrando que “Israel” foi reconhecido como membro da ONU sob a condição de “respeitar a Resolução 194 da ONU, que reconhece o direito ao retorno dos refugiados palestinos”, coisa que nunca fez. Esse mesmo Estado nunca deu ouvido às denúncias feitas na ONU que diziam ser crime “a aquisição de território pela força”.
O hoje chorão Estado de “Israel”, por sua vez, é a entidade que “transfere sua própria população para criar assentamentos em território palestino, em violação das Convenções de Genebra”, além de reivindicar Jerusalém como sua capital, “quando o direito internacional diz exatamente o contrário”.
O autor também lembra que “Israel” foi quem “ajudou as milícias maronitas do Líbano a massacrar milhares de palestinos nos campos de Sabra e Chatila em 1982”, é quem “enclausura os palestinos em guetos graças a um muro que a Corte Internacional de Justiça considerou ilegal” e quem “se recusou a cumprir a resolução do Conselho de Segurança de algumas semanas atrás pedindo um cessar-fogo em Gaza”.
“Sim, esse mesmo Estado pária que desrespeitou dezenas de resoluções da ONU”, concluiu o artigo, é quem agora pede à ONU proteção. “Esse ‘Israel’ agora”, diz o autor, “pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, invocando os pactos internacionais, esperando que os Estados Unidos usem novamente a comunidade internacional para garantir imunidade e impunidade”.