Salah ad-Din Yusuf ibn Ayyub, mais conhecido como Saladino, nasceu em 1137 em Tikrit, onde hoje é o Iraque. Sua família era de origem curda, tendo parentes que atuavam nas forças armadas e sendo lideranças importantes da região. Sua vida em Tikrit durou até a queda do governo local do qual sua família era ligado, fazendo com que os mesmos precisassem migar.
Assim, Saladino e sua família foram primeiramente para a Síria, e posteriormente se fixando em Damos, onde Saladino estudou direito, geometria, aritmética e outras ciências que faziam parte de uma rede de educação de membros de classes sociais mais elevadas. Migraram para a Síria e, mais tarde, para Damasco, onde Saladino estudou astronomia, aritmética, geometria e direito, o que fazia parte da educação de membros de sua classe social, além é claro do estudo do Alcorão, o livro sagrado muçulmano.
Apesar do seu destaque acadêmico, Saladino seguiu os passos de sua família e iniciou uma carreira militar sob a tutela de seu tio, Asad ad-Din Shirkuh. A partir disso, Saladino teve sua primeira grande campanha em 1164, quando tinha 26 anos de idade e fora enviado junto ao seu tio ao Egito, como forma de auxiliar o soberano (vizir) Shawar ibn Mujir al-Sa’di que governava pelo Califado Fatimita.
Garantindo a restauração do poder de seus aliados, suas tropas se mantiveram no Egito onde posteriormente, com a traição do vizir que se juntou aos cruzados de Jerusalém, Saladino precisou lutar contra o mesmo na batalha de al-Babein, onde como parte do exército de Shirkuh, destacou-se ao capturar um comandante inimigo e ganhando Alexandria como base.
Já em 1169, o conflito encerrou-se com a morte de Shawar e de seu tio Shirkuh. Dessa maneira, devido a sua importância na guerra, o Califado Fatimita escolheu Saladino como novo vizir, uma atitude surpreendente para época, pois tanto Saladino era um comandante sírio, como também era sunita, enquanto o califa era xiita e possuía apenas 31 anos, sem um grande avanço na sua carreira militar.
Sua trajetória como vizir foi marcante, encerrando tentativa de assassinato e uma rebelião logo nos primeiros meses e posteriormente derrotando os cruzando, consolidando assim seu poder. No ano seguinte morreria o califa Al-Adid, o que fez Saladino dissolver o califado e ser escolhido como sultão do Egito.
Saladino posteriormente conquistou várias cidades na Síria, gerando até mesmo inúmeros pedidos de seus adversários à ordem dos Ḥaxāxīn, palavra que iria originar “assassino” em português, um grupo que era especializado em assassinatos furtivos.
Saladino levaria ainda mais de um ano para conquistar toda Síria, e no fim de sua vida, na luta contra as potências europeias da época, tendo sua principal conquista os seus esforços na tomada de Jerusalém.
Ele veio a adoecer e falecer no dia 4 de março de 1193. No entanto, com sua morte foi descoberto que ele havia doado toda sua fortuna a setores pobres da população, restando apenas uma peça de ouro e quarenta de prata, o que não era suficiente nem mesmo para o seu funeral.
Assim, um dos líderes mais importantes da história do Oriente Médio veio a ser sepultado no mausoléu nos jardins da Mesquita de Umayyad, em Damasco.