A próxima edição da Universidade de Férias está chegando! Promovida pela Universidade Marxista, em conjunto com o Acampamento de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), esta edição ocorrerá entre os dias 27 de janeiro e 5 de fevereiro, homenageando os 100 anos da morte de um dos maiores revolucionários que a história já conheceu: Vladimir Lênin.
Nesse sentido, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, irá ministrar um curso sobre o imperialismo, utilizando como base uma das obras mais importantes de Lênin, Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo.
O livro de Lênin representa um marco no desenvolvimento da luta revolucionária no mundo. Seguindo fielmente os métodos de Marx e Engels, o revolucionário russo analisa o atual estágio do capitalismo, o chamado imperialismo, caracterizando essa etapa de maneira concreta com base em uma análise tanto econômica, quanto política.
“O enorme desenvolvimento da indústria e o processo notavelmente rápido de concentração da produção, em empresas cada vez maiores, constituem uma das características mais marcantes do capitalismo. As estatísticas industriais modernas fornecem os dados mais completos e precisos sobre esse processo.
Na Alemanha, por exemplo, em cada mil empresas industriais, em 1882, três eram grandes empresas, isto é, empregavam mais de 50 operários assalariados; em 1895 eram seis, e nove em 1907. De cada cem operários correspondiam-lhes, respectivamente, uma percentagem de lucro de 22, 30 e 37. Mas a concentração da produção é muito mais intensa do que a dos operários, pois o trabalho nas grandes empresas é muito mais produtivo, como mostram os dados relativos às máquinas a vapor e aos motores elétricos. Se considerarmos o que na Alemanha se chama indústria, no sentido lato desta palavra, quer dizer, incluindo o comércio, os transportes, etc., obteremos o seguinte quadro: grandes empresas, de um total de 3.265.623, o número de grandes empresas é de 30.588, isto é, apenas 0,9%. Nelas estão empregados 5,7 milhões operários, num total de 14,4 milhões, isto é, 39,4%; elas consomem 6,6 milhões de cavalos-vapor para um total de 8,8 milhões, ou seja, 75,3%; e 1,2 milhões de quilowatts de energia elétrica, para um total de 1.500.000, ou seja, 77,2%”, diz Lênin no primeiro capítulo de seu livro.
O capitalismo monopolista e, consequentemente, imperialista, difere do capitalismo concorrencial analisado por Marx. A atual etapa, que pode ser descrita como a “era dos monopólios”, se dá com a fusão do capital industrial e o capital financeiro, assegurando a existência de monopólios internacionais mantidos através das interferências violentas dos Estados burgueses em todo o mundo.
Após apresentar mais dados relativos à indústria da Alemanha e dos Estados Unidos, Lênin tira a seguinte conclusão:
“Quase metade da produção global de todas as empresas do país nas mãos de uma centésima parte do total das empresas! E essas 3.000 empresas gigantescas abarcam 258 ramos da indústria. Daqui se infere claramente que, ao chegar a um determinado grau do seu desenvolvimento, a concentração por si mesma, por assim dizer, conduz diretamente ao monopólio, visto que, para umas quantas dezenas de empresas gigantescas, é muito fácil chegarem a acordo entre si e, por outro lado, as dificuldades da concorrência e a tendência para o monopólio nascem precisamente das grandes proporções das empresas. Esta transformação da concorrência em monopólio constitui um dos fenômenos mais importantes – para não dizer o mais importante – da economia do capitalismo dos últimos tempos. É necessário, portanto, que nos detenhamos e a estudemos mais em pormenor.”
Lênin, então, desenvolve ainda mais a sua discussão, apresentando o ponto de vista de outros autores e economistas que tentaram caracterizar as transformações pelas quais a economia mundial havia passado. Ele passa, então, para uma consideração mais geral acerca do problema dos monopólios, citando o que Marx escreveu em O Capital acerca da chamada “livre concorrência”:
“Há meio século, quando Marx escreveu O Capital, a livre concorrência era, para a maioria dos economistas, uma ‘lei natural’. A ciência oficial procurou aniquilar, por meio da conspiração do silêncio, a obra de Marx, que tinha demonstrado, através de uma análise teórica e histórica do capitalismo, que a livre concorrência gera a concentração da produção, e que a referida concentração, num certo grau do seu desenvolvimento, conduz ao monopólio. Agora o monopólio se tornou um fato. Os economistas publicam montanhas de livros em que descrevem as diferentes manifestações do monopólio e continuam a declarar em coro que “o marxismo está refutado”. Mas os fatos são teimosos – como afirma o provérbio inglês – e quer o queiramos ou não, é preciso tê-los em conta. Os fatos demonstram que as diferenças entre os diversos países capitalistas, por exemplo no que se refere ao protecionismo ou ao livre câmbio, apenas trazem consigo diferenças não essenciais quanto à forma dos monopólios ou ao momento do seu aparecimento, enquanto que o aparecimento do monopólio, como consequência da concentração da produção, é uma lei geral e fundamental da presente fase de desenvolvimento do capitalismo”, afirma.
Esses são apenas alguns trechos das primeiras páginas do que foi uma das obras mais importantes para o marxismo em toda a história. A breve discussão apresentada neste artigo mostra que há muito a se aprender com Lênin, motivo pelo qual você, leitor, não pode deixar de participar da próxima edição da Universidade de Férias do PCO!
Para mais informações e para garantir a sua participação, entre em contato com o número (11) 97959-5355. Não fique de fora dessa!