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Guerra da Ucrânia

Rússia será obrigada a retaliar os EUA após ataque na Crimeia

Um ataque conjunto dos EUA e da Ucrânia assassinou quatro pessoas e feriu 150 na cidade russa de Sebastopol; o governo Putin não irá ser atacado sem reagir

No domingo (23), a OTAN realizou um ataque contra a cidade russa de Sebastopol, na Crimeia. Um vídeo capturou o momento em que russos em uma praia no Mar Negro fogem dos mísseis da OTAN que atacam a area de Uchkuevka. Aqueles que estavam à beira d’água foram os mais atingidos, pois partes das munições de fragmentação voaram em direção à praia vindas do mar.

Pelo menos quatro pessoas foram assassinadas, 151 ficaram feridos, dentre estes, 27 crianças, seis estão em estado grave. Mais de 80 foram hospitalizados. O Ministério da Defesa da Rússia disse, em um comunicado, que quatro ATACMS foram destruídos no ar, enquanto o quinto foi danificado pelo fogo recebido, o que fez com que se desviasse de seu curso e detonasse sobre a cidade. O ataque não ficará sem resposta, enfatizou o Ministério.

Este foi um dos piores ataques da OTAN à Rússia desde o início da guerra, pois, apesar de ter sido realizado formalmente pelo exército da Ucrânia, houve uma participação enorme dos próprios Estados Unidos no uso das armas. Elas usam sistemas de direcionamento dos EUA, ou seja, foi um ataque conjunto norte-americano-ucraniano. Isso torna a guerra entre Rússia e EUA algo ainda mais próximo.

No mesmo dia, houve um atentado no sul da Rússia, na província do Daguestão, que tem todos os sinais de que foi organizado por um órgão de inteligência do imperialismo – CIA, MI-6 ou até mesmo o Mossad. Foram atacadas sinagogas e igrejas ortodoxas, bem com uma estação de polícia de trânsito. Pelo menos 15 policiais foram assassinados nos confrontos. Os agressores também invadiram uma igreja ortodoxa em Derbent e executaram um padre local. A sinagoga da cidade, que também foi atacada, foi incendiada.

A primeira reação do governo

Pouco depois do ataque na Crimeia, o embaixador russo em Washington, Anatoli Antonov, afirmou que os EUA estão ajudando a Ucrânia a lançar “ataques terroristas” contra civis russos. Ele ainda destacou que o ataque ucraniano foi realizado propositalmente quando havia uma concentração máxima de pessoas na praia. Em suas palavras: “o governo demonstra apoio aos crimes do regime de Quieve. Ele tomou o lado do terrorismo internacional e tolera ataques a civis pelos seguidores de Bandera [líder nazista ucraniano na Segunda Guerra Mundial]”.

E ainda acrescentou: “é óbvio para os formuladores de políticas em Washington que munições de fragmentação em mísseis ATACMS não podem ser lançadas sem a participação de especialistas norte-americanos e o apoio da inteligência dos EUA. Não é coincidência que drones inimigos estejam circulando sobre o Mar Negro quase todos os dias. Tudo isso indica a morte da política externa pseudo-humanitária dos EUA no pântano sangrento da crise ucraniana”.

Na segunda-feira (24), o Ministério das Relações Exteriores afirmou, em um comunicado, que a embaixadora dos EUA, Lynne Tracy, foi apresentada a uma diligência em relação ao que chamou de “um novo crime sangrento do regime de Quieve patrocinado e armado por Washington,” referindo-se ao bombardeio ucraniano de Sevastopol no dia anterior.

Os funcionários da pasta enfatizaram à embaixadora que os Estados Unidos estavam “travando uma guerra híbrida contra a Rússia” e que Washington se tornou parte do conflito na Ucrânia ao fornecer a Quieve armas modernas, incluindo mísseis ATACMS com munições de fragmentação. O Ministério também observou que especialistas militares norte-americanos estavam ativamente envolvidos no planejamento da missão de voo dos ATACMS, o que significa que eles “têm a mesma responsabilidade por essa atrocidade que o regime de Quieve”.

Tracy foi informada de que os EUA estavam “incentivando as autoridades ucranianas pró-nazistas a continuar as hostilidades até o ‘último ucraniano’” ao aprovar ataques em território russo; ações de Washington que “não ficarão impunes”, advertiu o governo Putin.

A Rússia será obrigada a retaliar

Também na segunda-feira (24), o Secretário de Imprensa do Kremlin, Dmitri Peskov, lembrou o que descreveu como uma declaração “muito importante” do presidente russo Vladimir Putin, na qual ele disse que Moscou poderia enviar suas armas de longo alcance para regiões onde elas poderiam ser usadas para atacar países que fornecem apoio militar à Ucrânia.

Diante destes dois ataques à Federação Russa, a única alternativa possível para o governo é retaliar. Os russos sabem que a única linguagem que o imperialismo respeita é a força. Se eles se sentem confortáveis para fazer atentados por meio de armas da OTAN ou por meio de agentes da inteligência, eles o farão. Por isso a Rússia deve deixar muito claro que isso é uma linha vermelha e a única forma de deixar isso claro é uma retaliação violenta.

O Irã, que é ainda mais vítima que a Rússia desse tipo de ataque, lidou com isso de forma correta em janeiro de 2024. Quando um atentado à homenagem a Qassem Soleimani matou dezenas de pessoas, o governo iraniano destruiu completamente uma base do Mossad no Curdistão Iraquiano. Depois, quando “Israel” atacou o consulado russo iraniano na Síria, o Irã retaliou de forma tática bases militares em “Israel”. A OTAN obrigou Putin a tomar medidas parecidas.

Resta saber qual será o alvo do ataque. O imperialismo, por estar espalhado por todo o mundo, está vulnerável a ataques por diversos lados. Os russos estavam dispostos a entrar em guerra com a OTAN dois anos atrás, agora que estão vencendo, nada indica que vão recuar. A retaliação será inevitável.

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