O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, realizou no último sábado (1º), às 13h, a sua tradicional Análise Política da Semana, transmitida ao vivo pelo canal da Causa Operária TV no YouTube. Nos últimos tempos, o dirigente comunista vem dedicando grande parte de suas análises ao problema da liberdade de expressão e do avanço da censura e da repressão estatal pelo mundo. Mais recentemente, ele declarou que esse movimento adquiriu um caráter de preparação para uma guerra aberta do imperialismo contra os países atrasados.
E desta vez não foi diferente. Pimenta iniciou sua exposição tratando sobre o aumento dos processos judiciais por injúria no Brasil. Ele mostrou que esse movimento é fruto, principalmente, de autoridades públicas reagindo a críticas que recebem. Fica claro que a campanha levada adiante pela burguesia nacional e apoiada por toda a esquerda pequeno-burguesa, tendo como protagonista o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente Alexandre de Moraes, criou o clima político para esse ataque aos direitos da população.
Após essa longa jornada de censura, supostamente para combater o bolsonarismo, estabeleceu-se que a “defesa da honra” está acima da liberdade de expressão, o que é um retrocesso até os tempos medievais. Pimenta destacou que “a restrição sistemática à liberdade de expressão vai configurando um regime político bastante autoritário”. No entanto, é necessário situar esse problema no quadro do conflito internacional :
“O objetivo dela [burguesia] é impedir as críticas às autoridades públicas. É de impedir a crítica ao poder estabelecido. […] Com o Lula, não tem muito esse problema, também é um governo mais democrático. Mas, se amanhã, a burguesia eleger um governo que comece a barbarizar, um governo tipo [Javier] Milei, que comece a impor medidas draconianas, isso seria um instrumento para uma ampla repressão da opinião de todo mundo em relação ao governo. […] Serve também para aumentar a repressão contra os países que se levantam contra o imperialismo. […] Nós temos que lutar pela ampliação do raio de ação dos trabalhadores, a revolução depende da evolução das massas trabalhadoras”.
Mais propriamente sobre a situação internacional, Rui Pimenta fez uma análise histórica sobre o fascismo, para mostrar qual a política a ser seguida nesse momento de acirramento da luta de classes, esclarecendo as semelhanças da situação atual com aquela e indicando os erros que vêm sendo cometidos pela esquerda brasileira. Erros esses que estão arrastando as organizações dirigentes dos trabalhadores para um beco sem saída, o que pode ter consequências catastróficas. Ele destaca especialmente a aliança desses partidos com a burguesia supostamente democrática, que, no marco da aproximação de uma guerra aberta, fará com que essa parte da esquerda se posicione ao lado do imperialismo contra os países atrasados, ao mesmo tempo retirando-lhes qualquer credencial de esquerda. No entanto, esse processo causará um retrocesso muito grande na organização dos trabalhadores brasileiros. De acordo com Pimenta:
“Nós estamos caminhando para um conflito de grandes proporções. O imperialismo vai organizar uma ofensiva generalizada […] contra todos os países, partidos políticos que tiverem alguma proximidade com eles [países que se enfrentam com o imperialismo, como Rússia e Irã]. […] Nessa situação, a definição do problema de democracia versus fascismo é fundamental. A conclusão é clara: é preciso se separar dos tais democratas, que não são democráticos coisa nenhuma, e criar uma terceira via. Se não fizer isso, […] a América Latina vai ser dominada por governos praticamente fascistas”.
O dirigente comunista destacou ainda a carta escrita pelo Líder Supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, onde este saúda os estudantes norte-americanos que vêm protestando contra o apoio do governo Biden ao genocídio cometido pelo regime colonial de “Israel” na Palestina. O movimento nos EUA vem se radicalizando e demonstrando cada vez mais apoio à resistência armada palestina. Diante disso, Khamenei os parabeniza como parte da frente de resistência, como combatentes da luta contra o sionismo e contra a dominação imperialista em todo o mundo. Em nome de seu partido, Pimenta aponta o seguinte:
“O PCO poderia assinar esse documento. Tudo que ele fala é a mais absoluta verdade. Isso é mais uma indicação do problema que está colocado para a esquerda. Nós vamos ficar com os sionistas identitários ou com os aiatolás do Irã? De que lado nós vamos ficar? Dos que estão apoiando os palestinos ou dos que estão matando os palestinos? Uma das grandes virtudes da crise é que ela acelera os acontecimentos e os torna mais claros. Então nós podemos ver com toda clareza que não é uma luta entre aiatolás e identitários. É uma luta entre o imperialismo e os países que se revoltam contra o imperialismo”.
Para ficar por dentro de todos os assuntos comentados pelo presidente do PCO, assista à Análise Política da Semana na íntegra: