Momentos antes da virada do ano, durante a festa de réveillon do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, presidente da organização, fez seu tradicional discurso de ano novo, o ponto alto do Réveillon Vermelho. Em cerca de oito minutos de fala, Pimenta se ateve à crise imperialista, que vem permitindo uma verdadeira insurreição dos povos oprimidos.
“Basta a gente enumerar o que aconteceu: derrota dos norte-americanos no Afeganistão, a operação russa na Ucrânia contra a OTAN, o levante de vários países africanos contra o imperialismo e o mais importante de tudo: a operação militar da resistência palestina no dia 7 de outubro”, afirmou.
A resistência palestina, presente não apenas no discurso de Rui Pimenta, como também nas letras da banda Revolução Permanente e nas bandeiras agitadas pelos participantes do Réveillon Vermelho, foi o tema central do líder trotskista:
“Como nós falamos no primeiro dia da operação levada adiante pelas forças palestinas, quando começaram a ser caluniadas, nós temos de repetir agora: nós do PCO somos 1000% Hamas.”
Confira, abaixo, o discurso de fim de ano de Rui Pimenta na íntegra:
Eu queria, primeiramente, receber de braços abertos, em nome do Comitê Central do PCO, os militantes, os filiados, os colaboradores e os amigos que estão aqui presentes comemorando essa passagem de fim de ano conosco. Eu não vou falar muito do ano de 2023. Foi uma coisa extraordinária. Basta a gente enumerar o que aconteceu: derrota dos norte-americanos no Afeganistão, a operação russa na Ucrânia contra a OTAN, o levante de vários países africanos contra o imperialismo e o mais importante de tudo: a operação militar da resistência palestina no dia 7 de outubro!
O que nós estamos vendo na Palestina, para nós, é uma coisa muito contraditória, emocionalmente falando. Porque nós estamos vendo a ação escancarada do fascismo, do imperialismo contra o povo palestino. Mais de 20 mil pessoas mortas, 70% delas mulheres e crianças, assassinadas friamente, num dos mais monstruosos crimes de guerra das últimas décadas. Uma coisa que comoveu o mundo todo. Depois desses bombardeios, que estão acontecendo, inclusive hoje, na Faixa de Gaza, o mundo inteiro sabe que não apenas o sionismo, o Estado de ‘Israel’ é uma entidade fascista, mas que o imperialismo norte-americano e europeu, que apoia o sionismo, também é uma entidade fascista.
É contraditório porque, ao mesmo tempo em que esse enorme sacrifício humano está sendo feito, a resistência palestina conseguiu frear o avanço das forças de ocupação da Faixa de Gaza. Eu, pessoalmente, não consigo entender que exista no Brasil uma esquerda que não seja capaz, não vou dizer de apoiar, mas de admirar a valentia, a coragem, a hombridade, a dignidade da resistência armada palestina.
Como nós falamos no primeiro dia da operação levada adiante pelas forças palestinas, quando começaram a ser caluniadas, nós temos de repetir agora: nós do PCO somos 1000% Hamas. Nós não vamos abaixar a cabeça para aqueles que querem, através de calúnias, através do monopólio da informação, isolar, esmagar a resistência palestina. Não vamos abaixar a cabeça!
Nós estamos sendo processados por um órgão sionista que atua no Brasil, a Conib. Eles querem que a gente se cale, eles querem que a gente não apresente a bandeira da resistência palestina nas ruas. Eles querem que a gente chore, mas eles não querem que a gente defenda a luta do povo palestino. Mas nós defendemos, acima de tudo, a luta do povo palestino.
O Brasil inteiro viu a intensidade com a que o nosso Partido, todos nós aqui, saímos em defesa da Palestina. Eu queria dizer para vocês, para os companheiros que são novos, que essa paixão pela resistência armada palestina nossa não é de agora. Isso vem de muito longe. Nós fomos o único partido no Brasil que festejou a vitória eleitoral do Hamas na Palestina porque a gente sabia que estava vindo uma nova era da luta contra o sionismo e contra o imperialismo.
Nessa passagem de ano, os nossos pensamentos, as nossas emoções, o nosso coração, estão com aquele povo que está sofrendo e lutando naquele pedaço de terra minúsculo diante de um inimigo sanguinário, de um monstro que eles estão enfrentando há 75 anos. Na nossa passagem de ano, nós temos que pensar nessa gente. Nós nos colocamos aqui a serviço do povo palestino.
O ano de 2024 vai ter o PCO aumentando a campanha em defesa da Palestina porque nós sabemos que essa luta é fundamental. Vocês viram aí o vídeo que foi feito, onde a gente colocou a frase, que eu considero uma frase maravilhosa do porta-voz do Hamas, que falou: “nós estamos vivos, porque nós estamos lutando”. Essa frase representa a luta dos palestinos, mas representa também a essência, a alma do Partido da Causa Operária. Nós estamos vivos porque nós estamos lutando.