Na última edição do programa Análise da 3ª, transmitida nesta quarta-feira (20) pelo canal da Rádio Causa Operária no YouTube, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, trouxe análises sobre temas que incluem o conflito Rússia-Ucrânia, a ofensiva imperialista no Oriente Médio e as recentes resoluções do G20.
Mísseis na Rússia: ‘estamos diante do imponderável’
Rui Costa Pimenta analisou o ataque com mísseis ATACMS à Rússia, atribuído ao regime ucraniano. Segundo a RT, seis mísseis foram lançados, sendo cinco interceptados e um, danificado, atingiu o solo no sítio militar de Briansk. Para Pimenta, “não houve nenhum tipo de dano maior”, mas a situação reflete uma provocação orquestrada pelo imperialismo: “Joe Biden está prestes a deixar o governo e ordenou atacar a Rússia dessa maneira antes de sua saída.”
Ele especulou sobre os objetivos por trás do ataque, incluindo a possibilidade de dificultar futuras negociações com Donald Trump ou até mesmo ações extremas para inviabilizar sua posse. “Não parece ser uma política militar convencional, mas uma provocação contra os russos”, avaliou. Pimenta destacou que uma resposta russa pode desmoralizar a OTAN ou ampliar o conflito, evidenciando que “a Rússia está completamente cercada por bases da OTAN.”
Cessar-fogo em Gaza: ‘imperialismo disposto a matar todos os palestinos’
Sobre a votação da ONU contra um cessar-fogo imediato em Gaza, Pimenta destacou a hipocrisia do imperialismo: “Se for necessário, vão matar todos os palestinos.” Ele apontou que a negativa ao cessar-fogo confirma que “o Hamas está lá, firme e forte,” e desmascara as narrativas de derrota do grupo.
Pimenta condenou a atuação de Joe Biden, a quem chamou de “genocida,” e comparou os crimes do imperialismo em Gaza aos massacres históricos no Vietnã, Iraque e Argélia, classificando-os como “os maiores crimes que tivemos que presenciar nas últimas décadas.”
G20: ‘uma cobertura para criminosos’
Rui Costa Pimenta criticou duramente as resoluções do G20, que qualificou como uma tentativa de limpar a imagem de genocidas como Joe Biden, Emmanuel Macron e Giorgia Meloni. Ele denunciou a hipocrisia da declaração de “paz mundial” assinada pelo governo Lula em meio à escalada bélica promovida por esses países. “É normal você assinar uma proposta que fala de paz com o pior grupo de criminosos que existe no mundo?”, questionou.
Além disso, Pimenta destacou que o G20 serve ao imperialismo ao criar falsas narrativas de combate à fome enquanto mantém a exploração de países como o Brasil. Ele lamentou a postura de setores do PT que exaltaram a diplomacia de Lula: “Se você é muito bem recebido por toda essa gente, tem que perguntar por que eles estão te recebendo bem.”
Campanha em defesa da Palestina
Pimenta também celebrou o êxito da campanha do PCO em defesa da Palestina, com a realização de diversas ações, incluindo a mobilização para o ato contra o G20. Segundo ele, “a campanha em si já seria uma enorme vitória mesmo que não tivesse ato nenhum.”
A suposta tentativa de assassinato contra Lula, Alckmin e Moraes
Rui Costa Pimenta também comentou sobre as recentes denúncias envolvendo uma suposta conspiração para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ele foi cauteloso ao tratar do tema, destacando que ainda há poucas informações disponíveis: “Seria bom ver todas as provas e toda a documentação. O que apareceu até agora é muito pouca coisa.”
Pimenta analisou a situação com base na conjuntura da política judicial aplicada contra o bolsonarismo, comparando-a à estratégia utilizada pelo imperialismo nos Estados Unidos contra Donald Trump. Segundo ele, essa abordagem, baseada em ações judiciais, não tem surtido o efeito desejado. “Não deu certo nos EUA, não deu certo em outros lugares, e não está dando certo aqui também”, avaliou.
Sobre a conspiração em si, Pimenta destacou a necessidade de separar a denúncia política de uma possível criminalização sem provas suficientes. “Não existe lei no Brasil que permita que você coloque gente na cadeia porque a pessoa estaria planejando alguma coisa”, afirmou, questionando a validade de ações baseadas em planos que não foram executados.
Ele alertou que a acusação pode servir a interesses específicos, mas destacou a importância de acompanhar os desdobramentos com cuidado. “Uma coisa é denunciar politicamente que esse pessoal é golpista; outra coisa é apresentar uma ação como golpe de Estado que, de fato, não é golpe de Estado”, concluiu.