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Causa Operária TV

Rui Pimenta comenta repressão a movimento pró-Palestina no Brasil

Em programa semanal, presidente do PCO destacou a detenção de Thiago Ávila e a GLO contra o ato de 18 de novembro no Rio de Janeiro

Na edição mais recente da Análise Política da Semana, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), analisou diversos temas centrais da conjuntura nacional e internacional, com foco na intensificação da repressão no Brasil e no genocídio palestino. O programa, transmitido pela COTV, abordou questões como a censura, a submissão do Brasil ao imperialismo e os desafios enfrentados pela esquerda.

Rui Costa Pimenta iniciou abordando a recente detenção de Thiago Ávila, ativista em defesa da Palestina, ao retornar de uma viagem ao Líbano. Para o presidente do PCO, o episódio simboliza a crescente submissão da Polícia Federal brasileira ao Mossad, serviço de inteligência sionista. “É um escândalo completo. Hoje, a Polícia Federal atua como uma extensão do Mossad no Brasil. Qual é a acusação contra Thiago Ávila? Ele foi ao Líbano? Isso não é crime”, afirmou.

Pimenta também destacou a condenação de Lucas Passos, um militante acusado de ligações com o Hesbolá. Ele descreveu as acusações como “fabricadas” e criticou o processo judicial: “Estão usando pesquisas na internet como provas de terrorismo. Qualquer pessoa que pesquisar sobre cultura judaica agora é considerada uma ameaça? Isso é uma loucura completa”.

O presidente do PCO alertou para a escalada autoritária, apontando que essas ações configuram um ataque direto às liberdades democráticas no Brasil: “Essa perseguição não tem nada a ver com segurança. É uma ferramenta política para intimidar quem se posiciona contra o imperialismo e o sionismo”.

Outro destaque foi a sabotagem ao ato em defesa da Palestina, convocado pelo PCO durante o encontro do G20 no Rio de Janeiro. Pimenta relatou as dificuldades enfrentadas pela organização do evento, incluindo o bloqueio de transporte público, a proibição do uso de equipamentos de som e a presença ostensiva da polícia. “Nunca vi nada parecido, nem mesmo nos governos mais reacionários. Fecharam estações de metrô, barraram ônibus, proibiram palanques e até megafones. Era óbvio que a intenção era impedir o ato”, denunciou.

Ele também criticou a decretação da garantia de lei e ordem (GLO) pelo governo Lula. “A GLO foi usada para proteger genocidas como Joe Biden e Benjamin Netaniahu, enquanto a manifestação popular foi sabotada. Isso é uma grave violação dos direitos democráticos garantidos pela Constituição brasileira”, afirmou Pimenta.

Pimenta dedicou um segmento significativo do programa à luta palestina, resgatando a memória de Sheikh Izz ad-Din al-Qassam, figura histórica na resistência ao domínio britânico. Ele explicou como a repressão britânica à revolução palestina dos anos 1930 abriu caminho para a colonização sionista. “O imperialismo britânico destruiu as lideranças palestinas, exilou milhares e facilitou a ocupação sionista. Essa é a raiz do problema que vemos hoje”, disse.

Ao comentar o genocídio em curso na Palestina, Pimenta criticou a postura do governo brasileiro: “O próprio Lula reconheceu que é um genocídio, mas recuou frente às pressões sionistas. É lamentável que o Brasil esteja se alinhando aos interesses imperialistas em vez de defender o povo palestino”.

Outro tema abordado foi a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em processos envolvendo bolsonaristas. Pimenta criticou a condução de investigações em que Alexandre de Moraes atua simultaneamente como vítima e juiz. “Isso não tem precedentes. Onde já se viu a vítima conduzir o julgamento? É um tribunal de exceção, uma farsa completa”, afirmou.

Ele também apontou que as acusações contra o bolsonarismo carecem de fundamento sólido. “Eles estão sendo processados por planejar um golpe de estado. Mas onde está o golpe? Isso é crime intelectual, punir as pessoas por cogitar algo. É uma aberração jurídica”.

Pimenta criticou a postura da esquerda diante da repressão e do imperialismo, afirmando que grande parte das organizações evita confrontar os responsáveis pelo genocídio palestino para preservar alianças políticas. “A esquerda pequeno-burguesa prefere proteger suas alianças com democracias imperialistas do que lutar contra o genocídio. Isso ficou evidente na tentativa de esvaziar o ato do dia 18”.

Ele também denunciou a manipulação das mobilizações por parte de setores da esquerda. “Convocaram uma marcha ambiental no dia 16, dizendo que era pela Palestina, só para sabotar o ato do dia 18. Isso não é solidariedade. É uma tentativa de encobrir sua própria inação”.

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