Na última sexta-feira (22), o programa Entrevista com Attuch, da TV 247, contou com a tradicional participação do presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta. A conversa abordou temas de relevância internacional e nacional, desde os desdobramentos da guerra na Ucrânia até a política brasileira.
O debate teve início com uma análise sobre os mísseis supersônicos da Rússia e os ataques de longo alcance na Ucrânia. Pimenta destacou que o presidente Vladimir Putin busca evitar uma escalada militar direta, mas enfrenta uma postura oposta do imperialismo. “A conduta do imperialismo tem sido de escalar. Vimos isso com o Irã, quando ‘Israel’ matou um general iraniano dentro do país. Eles não apaziguam, é uma política de agressividade contínua”, afirmou. Segundo ele, o conflito já adquiriu características globais: “Estamos a um passo de uma guerra generalizada. Putin mesmo declarou que essa é uma guerra global.”
Outro ponto abordado foi a ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional contra Benjamin Netaniahu, acusado de crimes de guerra. Pimenta classificou a decisão como tendo mais efeito político do que prático, afirmando que “essa condenação fortalece a percepção internacional de ‘Israel’ como uma ditadura fascista”. Ele destacou ainda que “o sionismo, sustentado pela extrema-direita mundial, está cada vez mais isolado. A propaganda de ‘país democrático’ foi destruída.”
Pimenta não poupou críticas à Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Para ele, o evento foi uma “festividade vazia” em contraste com os conflitos globais em andamento. “Enquanto Biden autorizava ataques contra a Rússia e se recusava a apoiar um cessar-fogo em Gaza, líderes mundiais riam e se abraçavam. Foi um espetáculo grotesco.” Ele também questionou a postura do governo Lula: “Os líderes imperialistas, como Macron e Scholz, estão completamente falidos. Eles usaram o Lula como propaganda, tentando se escorar na sua popularidade.”
Ainda sobre o papel do Brasil no cenário internacional, Pimenta reconheceu os esforços do presidente, mas foi enfático ao criticar o alinhamento com o imperialismo. “Lula fala de paz e aliança contra a fome junto com Biden. É difícil levar isso a sério quando os Estados Unidos estão matando gente de fome em Gaza. Essa política não se sustenta”.
A recente abertura de processos contra Jair Bolsonaro e militares de alta patente também foi analisada. Pimenta apontou que a condução dos casos pelo STF, com Alexandre de Moraes atuando como juiz e suposta vítima, configura uma arbitrariedade jurídica. “É bizarro. O cidadão é acusado de planejar o assassinato de Alexandre de Moraes e o próprio Moraes é o juiz. Isso não existe em lugar nenhum do mundo.”
O presidente do PCO também alertou para os riscos da política covarde da esquerda fortalecer Bolsonaro: “quando você faz arbitrariedades desse tipo, cria um mártir. O pessoal acha que vai resolver o problema da extrema-direita com o Judiciário, mas isso nunca funcionou. Basta olhar para os Estados Unidos, onde Trump cresceu mesmo com tantos processos”.