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Presidente do PCO

Rui: ‘Ismail Hanié é imortal, um símbolo da luta Palestina’

Confira a íntegra do discurso de Rui Costa Pimenta durante o ato em homenagem a Ismail Hanié e em defesa da Venezuela em São Paulo

No último sábado (3), o Partido da Causa Operária realizou uma atividade em homenagem ao maior líder político do Hamas, Ismail Hanié, assassinado pelo sionismo aliado com o imperialismo, e em protesto contra o golpe na Venezuela.

A atividade ocorreu em São Paulo com a presença de centenas de companheiros, que portavam bandeiras do Hamas, da Palestina, do PCO, da Venezuela e cartazes com a imagem do companheiro Ismail Hanié. O apoio e entusiasmo dos camaradas com essa luta era evidente. Diversos camaradas da direção do PCO e do movimento em defesa da Palestina realizaram discursos nesse dia.

Segue, abaixo, a transcrição da fala do presidente nacional do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta:

“Boa noite, companheiros. Nós estivemos no Catar e conhecemos brevemente o companheiro Ismail Hanié. Nós conversamos durante 2 horas e pouco, como relatou o companheiro Ahmad, nós fomos muito bem recebidos. Fomos recebidos calorosamente, nós tivemos uma impressão profundamente positiva do companheiro Hanié e de toda a liderança, todo o birô político do Hamas. Eu inclusive comentei com o companheiro que até esse encontro, nós tínhamos uma simpatia muito grande pela política do Hamas, mas que com o encontro, nós conseguimos perceber que nós simpatizávamos também com as pessoas, o que é importante na luta política. Muita gente talvez tenha dificuldade de entender isso, mas eu tenho 45 anos de militância e encontrei muitas pessoas, e afinidade pessoal é importante na luta política, juntamente com a afinidade política e a afinidade na causa comum.

“Ismail Hanié me impressionou como uma pessoa simples. A reunião contrastava, inclusive, com várias outras reuniões internacionais que eu tive, nós nos sentimos em casa. Nós mostramos pro companheiro Hanié, e para os demais membros do birô político do Hamas, os materiais que nós fizemos aqui. Dava para perceber a satisfação que eles tinham de ver esse apoio, e nós nos sentimos, como revolucionários, em casa, entre revolucionários de verdade. Porque eu conheci muita gente que fala em revolução, mas não é capaz de abrir mão das coisas menos importantes possíveis para defender uma causa. A minha conclusão desse encontro é que as pessoas que lutam efetivamente, sabem valorizar o apoio que elas recebem. E aqueles que não sabem valorizar o apoio que recebem é porque, na verdade, não lutam. Os integrantes do Hamas, não só a direção que estava no Catar, mas os que estão no terreno lutando contra o monstro sionista, estão fazendo enormes sacrifícios, e qualquer apoio que eles recebam é importante para essa luta. Infelizmente, no Brasil, como foi mencionado aqui, eles não têm tido essa solidariedade. É uma coisa que me impressionou muito desde o dia 7 de outubro, ver um grande número de organizações de esquerda que não conseguem se solidarizar com as pessoas que arriscam a própria vida por uma causa de libertação de todo um povo. É um espetáculo lamentável e impressionante.

“Nós declaramos, no primeiro dia da operação do 7 de outubro que somos ‘1000% Hamas’. Quer dizer, a nossa simpatia pelo Hamas não é uma coisa que aconteceu de repente, é produto do nosso acompanhamento da luta Palestina. Para nós, PCO, a luta do Hamas e a luta dos palestinos é a mesma coisa, não há nenhuma diferença. Nós não acreditamos nas pessoas que dizem que apoiam os palestinos, mas não apoiam a resistência Palestina. Não é sério, não é uma coisa séria, e não há divergência ideológica possível que possa criar uma situação como essa. Se você luta, principalmente se você coloca sua vida em risco, você merece o apoio de todas as pessoas.

“E é nesse sentido que nós fazemos aqui essa pequena homenagem ao companheiro Ismail Hanié, assassinado por um grupo de pessoas da mais baixa estatura humana, que é o sionismo. Esse assassinato não é um ato de guerra, é um crime. Não é aceitável que você saia por aí assassinando as pessoas com as quais você está negociando e que não estão na frente de combate. Os sionistas são profissionais do assassinato político, é o método tradicional de luta deles e é um método do imperialismo porque eles são pessoas covardes. Esses assassinatos políticos são ações de pessoas covardes da mais baixa estatura humana que a gente pode conceber. Eu não vou repetir o que o companheiro Ahmad falou aqui, até porque o que ele falou é um fragmento da realidade monstruosa que os palestinos enfrentam em Gaza. Eu compartilho com ele a impressão de que o mundo assiste a essas coisas como se fosse as Olimpíadas. Nos último 10 meses, todos os dias na internet, nós vemos pessoas mortas, mutiladas, torturadas sem atendimento médico, morrendo de fome, sem água. Nós tivemos as piores atrocidades possíveis cometidas contra os palestinos e há gente que defende isso e muita gente que olha como se fosse a coisa mais normal. Depois as pessoas vão perguntar assim ‘como foi possível o nazismo?’, foi possível porque a burguesia mundial controla a mente de um grande número de pessoas, até que essas pessoas consigam se libertar, tudo é possível, o inimaginável é possível.

“Então, eu quero deixar aqui o nosso reconhecimento ao companheiro Ismail Hanié, mártir da luta revolucionária dos povos e é importante que a gente diga o seguinte: para um revolucionário, a morte é uma continuação da luta que ele está travando. Nós aqui do PCO, e muita gente, não existiríamos sem os inúmeros mártires da luta contra a exploração e a opressão. Foi mencionado aqui o caso de Leon Trótski, é um caso entre milhares. A morte, para o revolucionário, é parte do ofício, é uma parte que você não pode deixar de lado. Quando nós estivemos no Catar, eu pensei: ‘todas essas pessoas com quem nós estamos falando, então numa lista de alvos de assassinato do Mossad’. Eu queria dizer para vocês o seguinte: não são só eles que estão nessa lista, todos nós estamos nessa lista, todos nós aqui. Os opressores não têm escrúpulo nenhum em eliminar os seus adversários. É a única maneira, em última instância, de manter a opressão, de manter a exploração. Quem luta, será um alvo. Pode não ser um alvo hoje, mas será um alvo amanhã.

“Então, nós temos que olhar com uma certa tranquilidade, apesar da tristeza que causa um fato como esse. E nós temos que entender que o companheiro Ismail Hanié, ao se transformar num mártir da luta Palestina, está em boa companhia, ele está em companhia de muitas pessoas que lutaram e morreram. Na sede do do Hamas em Doha, na parede, nós vimos as fotos das principais lideranças palestinas que morreram nessa luta, inclusive o irmão do companheiro Ahmad. E estava lá, no painel, a fotografia do Yasser Arafat, estava lá a também fotografia de uma lenda que é o o Xeique Izz Ad-Din Al-Qassam, que deu nome às Brigadas Al-Qassam. Esse é o panteão da imortalidade dos revolucionários palestinos. E eu tenho certeza que o retrato do Ismail Hanié vai estar lá também. Quer dizer, ele, ao morrer, é uma figura, a partir de agora, imortal. É um símbolo da luta Palestina, com toda certeza.

“Eu queria pedir a vocês, a todos nós, que gritassem ‘presente!’ após o que eu vou falar agora: companheiro Ismail Hanié, PRESENTE! Cinquenta mil palestinos de Gaza, PRESENTE! Eles estão vivos na nossa luta, enquanto houver luta, estão todos presentes.

“Queria dizer algumas palavras sobre o caso da Venezuela: primeiro, o que está acontecendo na Venezuela é um golpe de estado organizado pelo imperialismo norte-americano. Destacar o fato de que quem está organizando esse golpe não é a ala da extrema-direita do regime político norte-americano, mas é o Partido Democrata, nós não podemos esquecer isso porque amanhã vão vir envenenar a cabeça das pessoas dizendo que a salvação dos trabalhadores e dos povos é uma pessoa como a Kamala Harris. Isso é uma vergonha, falar isso diante do que aconteceu na Palestina, onde ela, como parte do governo, mandou 6 bilhões de dólares em armas para matar crianças, é uma coisa vergonhosa. Não podemos aceitar. E agora, os ‘democratas’ os ‘salvadores da democracia’ organizam um golpe descarado na Venezuela. Nós não podemos aceitar isso de forma nenhuma.

“Num primeiro momento, o governo venezuelano conseguiu controlar o golpe, mas nós não sabemos o que vai acontecer no dia de amanhã. O que nós sabemos é que a pressão do imperialismo sobre o governo, sobre o regime político e sobre a Venezuela como país, vai aumentar.

“Quando o secretário de estado norte-americano, que é um cafajeste, esse Blinken, declara que o vencedor na eleição da Venezuela é o candidato de oposição, que perdeu a eleição, isso é uma declaração de guerra contra a Venezuela. Os norte-americanos estão declarando guerra à Venezuela. Eles já fizeram isso uma vez com Juan Guaidó, mas agora vai ser diferente porque quando eles fizeram isso daquela vez era um plano improvisado. eles aproveitaram uma situação e improvisaram aquela pantomima sinistra, que escolheu o presidente da Venezuela em Washington. Agora não, agora não é improvisado, agora foi planejado meticulosamente. Nós temos que prestar atenção e nós temos que levar adiante uma luta política em defesa da Venezuela porque a Venezuela está ameaçada de guerra civil, de invasão estrangeira, de destruição do regime político venezuelano. Aqui também, a esquerda brasileira fracassou de uma maneira muito lamentável. Tem gente que está defendendo o golpe. Isso, inclusive, impõe uma reavaliação de quem são essas pessoas esses grupos políticos.

“O mais grave de tudo é a posição do governo brasileiro. Nós, PCO, trabalhamos e trabalhamos bastante para eleger o governo do PT. O governo do PT fez muita coisa errada até agora. Nós temos sido relativamente moderados na crítica ao governo do PT, mas a questão da Venezuela é muito grave. Não é possível que um governo de esquerda – não vou nem falar do senhor Gustavo Petro, do López Obrador – que o governo Lula não assuma imediatamente uma posição de defesa da legalidade na Venezuela. Os norte-americanos não elegem o presidente da Venezuela. O Brasil não elege o presidente da Venezuela. Quem elege o presidente da Venezuela é o povo venezuelano, e a eleição tem que ser processada pelas instituições do regime político venezuelano.

“O PT ‘enche a boca’ para falar da legalidade, da institucionalidade e tudo mais. Então tem que respeitar a legalidade e a institucionalidade na Venezuela! Tem que respeitar! Não tem que pedir ata, não tem que pedir comprovação, não tem que pedir nada! Assim como a Venezuela, quando Lula foi eleito, não pediu nada. Ele foi eleito, os brasileiros decidiram, o STF, que é uma porcaria, decidiu que o Lula estava eleito, pronto. O que é que é o alguém vai dizer? Ninguém tem que dizer nada. Só os brasileiros podem dizer alguma coisa.

“Se essa oposição venezuelana fascista, criminosos e assassinos inclusive, traidores do seu próprio país porque apoiaram o roubo do ouro venezuelano pela Inglaterra. Na nossa opinião, essa gente não devia estar concorrendo à eleição, devia estar toda na cadeia. E veja que, quando a gente fala que eles deveriam estar na cadeia, nós falamos sério porque nós não somos de ‘brincar’ com a ideia das pessoas irem presas. Quem faz parte de governo golpista, como a senhora Maria Corina Machado, tem que estar na cadeia. Quem participa do assassinato de milhares de pessoas como o suposto presidente escolhido pelos Estados Unidos – como ele fez em El Salvador – não sei nem se ele tinha que estar na cadeia. Ele tinha que estar, muito provavelmente, num paredão de fuzilamento.

“Se a oposição, e a oposição aqui nós estamos falando de agentes pagos por uma potência estrangeira, não gostou do resultado da eleição, arruma um advogado e apresenta o processo junto ao tribunal eleitoral venezuelano. É isso que o governo brasileiro tem que dizer. Quando o governo brasileiro se recusa a reconhecer o governo da Venezuela, ele está desconhecendo todas as autoridades venezuelanas, todas. Ele está passando por cima das autoridades venezuelanas. Isso corresponde a um Joe Biden, a uma Kamala Harris, a um Blinken, mas não corresponde a um governo de esquerda! Nós exigimos do governo Lula que imediatamente reconheça a Vitória do PSUV na eleição presidencial da Venezuela, imediatamente, nós EXIGIMOS!

“Nós temos que entender que a agressão a Venezuela é uma agressão a todos nós. Os Estados Unidos são um país imperialista, colonialista, eles tratam todos os países da América Latina como se fosse lixo. Eles pensam, na cabeça oca deles, que eles são donos do mundo. Quando, na verdade, eles são um país decadente, governado por criminosos, um país que não merece o respeito de nenhum povo do mundo, nem do próprio povo norte-americano. É por isso porque a extrema-direita está tomando conta dos Estados Unidos. A Extrema direita está tomando conta dos Estados Unidos porque os Estados Unidos têm um regime político podre. São eles que financiam matança na faixa de Gaza, são eles que colocam ditaduras aqui na América do Sul. Isso nós temos que nos levantar, podemos não ser capazes de acabar com isso, mas nós temos que nos levantar contra isso. Nós não somos uma colônia, apesar de que a grande imprensa brasileira pensa que nós somos uma colônia. E o caso da Venezuela é uma questão fundamental para nós brasileiros, para a classe operária brasileira. Quem não entendeu isso até agora está completamente fora da realidade. Não serve para lutar por nada.

“Vamos acompanhar os acontecimentos na Venezuela e, se for necessário, vamos fazer um esforço para colocar o povo na rua em defesa do que do povo venezuelano e do regime político venezuelano também. Porque os norte-americanos não têm o direito de subverter esse regime. Só o povo venezuelano pode ter voz ativa nesse caso, e a chamada ‘oposição’, financiada pelos Estados Unidos, não é o povo venezuelano, é uma minoria de criminosos. Nós vamos sair às ruas e nós vamos impedir o golpe, nós vamos estar ao lado do governo chavista contra qualquer ingerência, seja de vagabundos como Milei seja de vagabundos de maior carteira como são o Partido Democrata norte-americano. nós não vamos aceitar, de forma nenhuma, essa ingerência. E a esquerda que não apoiar isso no Brasil vai ficar na poeira da história”.

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