Na tarde de quarta-feira (14), no município de Barra Ribeiro, os moradores de Passo Estância realizaram um protesto contra a falta de energia elétrica. O problema já se estendia há 3 dias e levou os trabalhadores a se revoltarem. Eles colocaram fogo em pneus bloqueando a passagem de veículos no sentido sul da BR 116. O protesto começou por volta das 17h, no trecho entre os km 326 e 327, próximo ao acesso à Mariana Pimentel.
A Polícia Rodoviária Federal interviu em conjunto a Brigada Militar de Barra do Ribeiro e o Corpo de Bombeiros para abrir a passagem na estrada. De acordo com um morador do local a falta de luz iniciou no último domingo (11) e, nesta terça-feira (13), outras localidades, algumas a menos de 3km do local do protesto, tiveram o abastecimento normalizado a partir de desvios na rede de distribuição. No ponto onde o protesto é realizado, a luz ainda não voltou e há relatos de fios de alta-tensão caídos sobre a via.
A região é atendida pela CEEE Grupo Equatorial, isto é, a CEEE estatal que foi privatizada no ano de 2021 e comprada pela Equatorial. Ela surgiu no governo de FHC no processo da privatização das empresas de energia elétrica dos estados que levaria tentativa de privatização da Eletrobrás. Este só veio acontecer após o golpe de Estado contra Dilma Rousseff no governo Bolsonaro. Além da CEEE, do Rio Grande do Sul, a Equatorial também controla a energia elétrica do Maranhão e do Amapá.
Esse caso se soma a diversos outros pelo Brasil, sendo o mais escandaloso o da cidade de São Paulo com a Enel. A destruição do setor de eletricidade do País avança a passos largos. A privatização da Eletrobrás, uma das maiores e mais eficientes empresas do ramo no mundo, contribuiu para essa degradação das distribuidoras de eletricidade. O Brasil, que por ter abundância de energia e uma grande malha de distribuição, poderia ser referência, sofre todos os dias com apagões em diversas cidades de diversos estados.
Essa situação só pode ser revertida com a reestatização de todo o setor elétrico nacional. A Eletrobrás deve se tornar estatal novamente e deve tomar o controle de todas as pequenas e grandes empresas do setor elétrico como a CEEE Equatorial e a Enel. A mobilização contra os apagões é um sinal de que há uma luta em potencial pela reestatização. Ela precisa ser expandida, tal qual foi a luta nos anos 1950 e 1960 pela criação da Eletrobrás no governo Jango.
