Um radialista de 57 anos foi preso por “desacato” à Brigada Militar (BM) após denunciar a atuação truculenta dos policiais, que interviram após assalto milionário que ocorreu na quarta-feira (19), no aeroporto de Caxias do Sul. A detenção ocorreu na sexta-feira (21) em Cruz Alta.
Confirme o boletim de ocorrência, por volta das 14h50 da sexta-feira (21), o radialista fez declarações “altamente ofensivas” ao vivo, durante um programa de rádio em Cruz Alta. O radialista descreveu os policiais como covardes e incapazes, durante a tentativa de assalto em Caxias do Sul. Os comentários foram considerados pela polícia como “inflamatórios” e “distorceram” a imagem da instituição que mais assassina a população pobre no Brasil.
Os comentários feitos pelo comunicador, foram feitos durante um tiroteio envolvendo policiais da Brigada Militar (BM). Ele sugeriu no programa que os policiais só são eficazes contra cidadãos desarmados. A “comunidade policial”, se sentiu ofendida e colocou a crítica do radialista como “cumplicidade para com os ‘criminosos’”, finalmente, prenderam o cidadão.
É evidente que o caso demonstra o atual estágio em que se encontra um pilar fundamental dos direitos democráticos; à liberdade de expressão e, por consequência, à liberdade de imprensa. Independentemente do que afirmou o radialista, ele teria o direito de dizê-lo, respectivamente, segundo o artigo 5°e 33° da Constituição Federal de 1988.
“É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
Ao contrário do que afirmam os especialistas sobre o tema, a “regulamentação” de dizer qualquer coisa, não tem combatido o fascismo, o tem municiado! A campanha realizada pela direita, com respaldo da esquerda pequeno-burguesa, destruiu esse direito democrático que implica nos demais direitos fundamentais.
A situação catastrófica no RS e a repressão policial
Ao contrário do que se é noticiado na imprensa burguesa, a tragédia no Rio Grande do Sul, não é ambiental e, sim, neoliberal. A política desastrosa de Eduardo Leite mergulhou a população do sul do país em água. Segundo os dados mais conservadores, morreram cerca de 177 pessoas, excluindo os feridos, desaparecidos e a imensa maioria; os afetados. A classe trabalhadora que luta por décadas para ter uma casa, móveis, às vezes um carro, teve seus bens mergulhados pela política criminosa do atual governador.
O poder local não tem feito nada, como é afirmado constantemente pela população local, conforme noticiado neste Diário. A ingerência é lei, e o investimento maior é na “segurança pública”, ou seja, os policiais, que estão espalhando o terror na população sulista. A repressão, segundo denúncias, tem aumentado de forma considerável à medida que a crise se espalha. O caso do radialista demonstra que as críticas realizadas à polícia está correta, são truculentos contra a população desarmada, sua crítica reflete o sentimento geral da população pobre e, a reação comprova a violência.