Os ex-jogadores Robinho e Daniel, atualmente enfrentando processos criminais na Justiça, foram objetos da fúria “justiceira” por parte da esquerda em geral. Robinho teve sua condenação na Itália reconhecida pela Justiça brasileira, e a esquerda aplaudiu. Daniel Alves teve a liberdade provisória concedida sob fiança de um milhão de euros, e a esquerda chiou, indignada.
Para essa esquerda, Robinho e Daniel Alves merecem ser alvos do aparato repressivo do Estado porque, mais do que “criminosos”, são bolsonaristas.
Em nome do combate ao bolsonarismo, apoiam os mais arbitrários atropelos do Poder Judiciário. Questionam absurdamente um direito democrático como a fiança e apoiam, sem pestanejar, numa demonstração de colonialismo sem tamanho, a chancela da Justiça brasileira a um julgamento realizado em outro país.
Daniel Alves e Robinho são outros dois “pobres coitados” bolsonaristas, da mesma cepa dos que foram processos, julgados e condenados pelo STF de Alexandre de Moraes pelos atos de 8 de janeiro. Daniel Alves e Robinho estão no mesmo patamar do morador de rua, da dona de casa, do funcionário da Sabesp e outros “pobres coitados” que foram alvos dos processos judiciais.
Eu sei. Muitos falarão que é absurdo comparar Daniel Alves e Robinho, dois milionários, com os outros processados bolsonaristas. Mas não se trata de um absurdo. Robinho e Daniel Alves têm dinheiro, mas não têm poder nenhum. São dois indivíduos isolados, avulsos, sem qualquer estrutura política que lhes dê suporte ou sustentação. Se a burguesia decide perseguir os pequenos lambaris do bolsonarismo, Robinho e Daniel Alves certamente não têm poder de escapar da rede. São dois lambaris.
Os generais, a cúpula das Forças Armadas permanecem imunes ao ímpeto justiceiro do STF. O combate ao bolsonarismo continua uma farsa, e a esquerda continua aplaudindo a farsa. Isso não trará bons resultados.