Na segunda quinzena de fevereiro, o jornal russo Sputnik publicou uma matéria informando que a economia do Estado fictício de “Israel” teria encolhido em quase 20% desde a operação Dilúvio de Al Aqsa provocada pelo Hamas. Nesta segunda-feira (12) o norte-americano The Wall Street Journal publicou uma matéria que o principal motor da economia israelense, o setor de tecnologia, está em baixa e sob risco de entrar em colapso.
De acordo com The Wall Street Journal, a preocupação ultrapassou os colonos israelenses, chegando aos investidores que têm de estudar qualquer investimento nesse campo com mais cuidado e duvidosa, especialmente no meio do potencial para uma guerra total com o Hesbolá, a Resistência Islâmica no Líbano.
Segundo o libanês Al Mayadeen, “um inquérito recente realizado pela autoridade governamental de inovação da ocupação israelita, revelou que metade das startups israelitas deixarão de ter qualquer dinheiro dentro de seis meses, com muitas delas receosas da ausência de qualquer financiamento futuro por parte dos investidores.” Essa falta de financiamento é justamente por não saberem como terminará a situação e quanto tempo durará o conflito, provocando uma grande onda de incerteza.
Essa preocupação das startups, no entanto, é anterior à operação liderada pelo Hamas, tendo origem na crise do governo Netanyahu, estando ligada às questões internas do próprio governo e às mobilizações de rua pedindo a saída imediata do primeiro-ministro israelense. Ainda em novembro do ano passado foi criado um fundo de emergência por capitalistas de risco em “Israel”, para destinar 20 milhões de dólares a cerca de 30 startups. Ocorre que mais de 700 empresas solicitaram o fundo.
Outro ponto importante é o grande mal-estar que o genocídio na Faixa de Gaza está causando entre investidores e funcionários dos grandes monopólios de tecnologia. Mais de 600 funcionários do Google assinaram uma carta exigindo que o marketing da empresa abandonasse o patrocínio à conferência anual que promove a indústria de tecnologia israelense, chamada Mind the Tech, na cidade norte-americana de Nova Iorque, conforme relatado pela revista WIRED em 5 de março.
“Por favor, retire-se da Mind the Tech, peça desculpas e apoie os Googlers e clientes que estão desesperados com a esmagadora perda de vidas em Gaza; precisamos que o Google faça melhor”, dizia trecho da carta sobre o evento publicada pela Al Mayadeen, que visa destacar a indústria tecnológica israelense.
Uma cena que chamou a atenção e viralizou nas redes sociais foi a de um engenheiro do Google que durante conferência de 4 de março, interrompeu os comentários de Barak Regev, CEO do Google “Israel”, dizendo que seu trabalho não deveria ser usado para vigilância e genocídio contra os palestinos. Inclusive em Telavive, as manifestações contra o primeiro-ministro israelense acontecem todos os finais de semanas e são cada vez maiores.
No final fevereiro, este Diário também publicou uma matéria alertando para os perigos de falta de energia em “Israel” caso o conflito se ampliasse para o Líbano. O sítio do canal israelense Kan 11 divulgou um relatório de seu correspondente de assuntos políticos, Michael Shemesh, revelando gravações do Ministro da Saúde israelense alertando sobre um cenário sem precedentes – uma queda de energia prolongada em todas as regiões, uma situação nunca vista por “Israel”.
O relatório afirmava que para a Autoridade de Emergência Israelense, este cenário é “uma visão muito detalhada do que poderia acontecer em Israel se uma guerra total eclodisse na frente norte com o Líbano”. Conforme relatado pelo canal, “Israel” está se preparando para múltiplos cortes de energia que afetarão mais de 60% de suas regiões, cada um com duração aproximada de 48 horas. Além disso, prevê-se que as interrupções de energia local durem até três semanas.
Apesar da imprensa ligada ao imperialismo tentar esconder a real situação em “Israel”, torna-se cada vez mais claro que a operação do Hamas contra a ocupação sionista tem surtido efeitos cada vez mais catastróficos para economia do enclave sionista, demonstrando assim o sucesso da operação na tentativa de levar ao colapso o Estado fictício. Somado a isso tudo também temos os bloqueios pelo Iêmen no Mar Vermelho, responsáveis por desencadear uma crise no comércio mundial e atingir duramente as potências imperialistas.