As eleições norte-americanas terminaram com maioria do Partido Republicano na Câmara dos Representantes e no Senado, um resultado que fortalece a posição do partido no país mais importante do bloco imperialista. Sem deixar de ter em conta que nem todo político republicano é trumpista, a tendência é que a ala anti-Trump fique acuada no interior do partido e evite embates para não perder apoio na base republicana.
Das 435 cadeiras da Câmara, 218 ficaram com os republicanos e 208 com os democratas, sendo que 9 ainda estavam em disputa. A metade de 435 é 217,5, de forma que o Partido Republicano conseguiu o número exato para garantir maioria. Já no Senado, o partido de Trump está com 53 das 100 cadeiras. E, é claro, conquistaram a presidência, mesmo que com uma figura não tradicional do partido.
Conforme levantamento publicado no jornal burguês The Washington Post, a evolução do voto no Partido Republicano foi registrada na maioria dos 3 mil condados dos Estados Unidos. Para tornar a situação eleitoral dos “democratas” ainda mais constrangedora, Elon Musk publicou uma tela mostrando que os estados onde Kamala Harris ganhou são justamente os estados que não exigem apresentação de documento de identidade. Fato ironizado pelo bilionário com a frase “deve ser coincidência”. Mas, cabe registrar aqui, não estão chovendo pedidos de apresentação das atas das eleições, como fizeram covardemente com a Venezuela.
Essa derrota esmagadora aprofunda a crise no Partido Democrata, especialmente em relação ao apoio que setores esquerdistas prestavam ao partido mais representativo da burguesia imperialista atualmente. Entre os pontos que afetaram negativamente os votos “democratas” está justamente a atuação belicista do governo Biden-Harris, com bilhões de dólares gastos para financiar a aventura nazista na Ucrânia e o genocídio na Palestina.
A expectativa, repercutida na imprensa norte-americana, é de que Trump consiga implementar sua agenda sem obstáculos. O que vai acontecer de fato não é tão certo assim, pois. como pontuado, nem todo republicano é trumpista e a crise política no coração do imperialismo pode ter diversos desdobramentos ainda. Mas, se Trump realmente governar com importante grau de liberdade, os norte-americanos concluirão a experiência com Trump na sua quase integralidade.
Seja expondo as limitações da política de protecionismo comercial para recuperar a economia do país ou expondo o quanto a política anterior era nociva a essa economia, existe a possibilidade de que essa bagagem de experiência contribua para o desenvolvimento político da sua população. Cabe acompanhar com atenção o desenvolvimento dessa crise política e suas implicações no restante do mundo.