A reitora da UERJ, Gulnar Azevedo, que agiu como uma verdadeira bolsonarista ao chamar a PM para invadir a universidade e agredir os estudantes que ocupavam o campus em luta contra os cortes, concedeu uma entrevista ao Brasil 247.
Ela afirmou que o movimento estudantil está distante das causas tradicionais e foi contra a “radicalização” de alguns grupos.
Sobre os cortes neoliberais das bolsas que afetaram mais de mil estudantes, ela afirmou: “chegamos a julho e percebemos que não havia mais recursos para manter as bolsas até o final do ano”. Ela poderia ser uma reitora reacionária comum e apenas realizar os cortes e deixar os estudantes se mobilizarem. No entanto, quando os estudantes ocuparam a universidade, ela mesma chamou a repressão da PM.
Sobre isso ela disse: “nunca imaginei que um dia teria que pedir a reintegração de posse com a tropa de choque, mas não havia saída“. Aparentemente a única saída diante do movimento estudantil é se tornar uma bolsonarista.
Ela ainda criticou os estudantes: “fizeram uso de armas brancas, estilingues e pedras. Invadiram a reitoria e destruíram equipamentos“. Agora a reitoria está perseguindo os estudantes por “atos de vandalismo”.
Ela afirmou cinicamente: “revogamos o ato executivo que suspendia as bolsas, oferecendo uma solução alternativa, mas, ainda assim, a ocupação continuou“. Fato é que as bolsas não retornariam, a “solução alternativa” não era solução nenhuma.
Gulnar ainda diz que “fizemos tudo dentro da legalidade, mas é uma tristeza ver a universidade chegar a esse ponto”. É impressionante como uma reitora supostamente de esquerda consegue assumir uma postura tão reacionária.
O movimento estudantil tem todo direito de se mobilizar, ocupar a UERJ, fazer greves e piquetes e garantir que as bolsas não sejam cortadas.