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Europa

Reino Unido e EUA deram um golpe na Macedônia

Artigo revela como Reino Unido e Estados Unidos promoveram um golpe na Macedônia para, além de mudar o governo, cooptar o país para a OTAN

O sítio TheGrayzone publicou um artigo dizendo que “A intromissão britânica na Macedônia saiu pela culatra, e expõe maquinações golpistas”. O olho da matéria diz que Charles Garrett, um aparente agente de inteligência britânico, se uniu a um promotor local para indiciar injustamente figuras públicas macedônias e derrubar o governo do país. Em todos os lugares que Garrett vai, os golpes parecem seguir.

Essa política revela os reais motivos da destruição da Iugoslávia por parte do imperialismo, que alegava lutar contra genocídios e limpeza étnica no país. No entanto, o propósito sempre foi o de dividir a Iugoslávia em pequenos países para assim poder controlá-los melhor.

A matéria expõe que houve pouco interesse na grande imprensa mundial quando o partido “anti-ocidente” VMRO-DPENE (Organização Revolucionária Interna da Macedônia – Partido Democrático para a Unidade Nacional Macedônia) venceu com folga as eleições presidenciais e parlamentares na Macedônia neste 8 de maio. No entanto, essa turbulência poderia rever uma revolução colorida orquestrada por interesses estrangeiros há quase uma década, que colocou o governo em Skopje em um caminho conduzido pela União Europeia e pela OTAN. Para isso, foram necessárias uma corrupção e criminalidade sem limites, além da mudança do país, que é rejeitada pela população.

Os britânicos estavam em uma operação de mudança de regime, algo como já foi visto na Ucrânia. Utilizaram um agente do MI6, Charles Garret, que provocava problemas enquanto coordenava a “solução”: a oposição. Garret estabeleceu vínculos com um promotor desonesto que utilizou escutas telefônicas, ilegais e manipuladas, para indiciar injustamente dezenas de figuras públicas macedônias. Qualquer semelhança com a Lava-jato não será coincidência.

O Grayzone documentou que Londres opera um programa dedicado nos Bálcãs Ocidentais conhecido como Global Britain. Documentos vazados revelam que o programa serve para influenciar insidiosamente a composição dos governos, bem como o ambiente legal e regulatório, a fim de promover os interesses britânicos. Para isso, ocupa as instituições regionais, incluindo o aparato de inteligência militar, com agentes escolhidos a dedo. O MI6 não tolera oposição aos seus planos e toma medidas ativas para neutralizar a resistência local:

“Em contextos em que os incentivos de elite não estão alinhados com os objetivos / valores [da Grã-Bretanha]… uma abordagem que busca responsabilizar os políticos da elite pode ser necessária… Podemos construir relacionamentos e alianças com aqueles que compartilham nossos objetivos e valores para a reforma… É fundamental que a mídia tenha a capacidade e a liberdade de responsabilizar os atores políticos”.

A Macedônia não é um caso isolado, acontece o mesmo com todos os governos dos Bálcãs não alinhados “valores britânicos”. Um exemplo é o golpe de 2020 no Quirguistão, onde Garret se instalou após deixar Skopje. Toda Ásia Central está na mira de Londres para mudanças e controle de regimes.

O motivo “russo”

A pressa de a OTAN se expandir sobre a antiga Iugoslávia foi motivada pela reunificação da Crimeia à Rússia, em 2014. A adesão à aliança foi imposta a Montenegro em 2016, a despeito da unânime oposição pública. Foi necessário um ditador feroz por quase 20 anos no poder, que prendeu a oposição anti-OTAN sob falsas acusações de conluio com a Rússia, utilizando evidências forjadas pela CIA e pelo MI6.

Em 1999, Skopje já havia assinado um “Plano de Ação de Membros” com a OTAN, no pacote, havia a exigência da Grécia, UE e USA para que o país mudasse de nome. O governo do VMRO, liderando pelo nacionalista Nikola Gruevski, prometeu que o país sempre se chamaria Macedônia, o que colocou em movimento um golpe de Estado orquestrado pelo imperialismo.

A imprensa, em 2015, bem como Zoran Zaev, lider da oposição SDSM (Social Democracia de Aliança para a Mudança) começaram a divulgar “bombas”, escutas telefônicas implicando Gruevski e seus ministros em crimes graves. Zaev alegou que as gravações eram ilegais e teriam sido fornecidas pelos serviços de inteligência estrangeiros, e o primeiro-ministro denunciou que era uma tentativa de antecipar as eleições.

Anos depois, investigações demonstraram que o SDSM editou o conteúdo das escutas para incriminar o governo. Essa manipulação, que implicava, por exemplo, o governo em caso de assassinato, provocaram protestos e levaram centenas de milhares de pessoas às ruas contra o governo. Uma verdadeira “revolução colorida”, que contava com a participação de ONGs, levou o governo à renúncia e novas eleições.

Com esse golpe, a SDSM subiu ao poder após se estabelecer a mudança do nome do país a serviço de sua adesão à OTAN. Tudo isso contando com a “assistência” de dezenas de milhões de dólares fornecidas pela USAID (o poderoso lobby sionista) e de George Soros.

A Macedônia do Norte foi finalmente adicionada à OTAN em março de 2020. A Organização não para por aí, já considera a adesão da Bósnia e Herzegóvina, apesar de 98% da população se opor, pois reconhecem a OTAN como a entidade que destruiu a Iugoslávia na década de 1990. Os britânicos estão trabalhando secretamente a OTAN na Sérvia, onde 80% da população se opõe à adesão.

Os britânicos mandaram seu agente, Charles Garret para o Quirguistão, mas as coisas por lá não andaram tão bem, e a ingerência do Reino Unido ficou desmascarada. Na Macedônia, com a crise geral do imperialismo, o VMRO retorna ao governo com a influência britânica debilitada, o que pode frustrar as operações de inteligência também dos Estados Unidos no país.

A “democracia” do imperialismo

A matéria do Grayzone mostra como age a “democracia” do dito mundo civilizado. Bem como revela a maneira como alguns países aderem “espontaneamente” à OTAN. São utilizados golpes de Estado, a grande imprensa, ONG’s, oposições oportunistas e toda a sorte de corrupção.

Aqui no Brasil, acompanhamos o golpe de 2016, que contou com os mesmos elementos que vimos na Macedônia. O judiciário comprado, as denúncias de corrupção, os grandes jornais martelando que se combatia a corrupção quando, na verdade, estava ela envolvida no golpe.

Um fator importante nesse caso da Macedônia, é que a Rússia não esteve alheia à movimentação da OTAN, seu rápido avanço em sua direção, bem como o desejo do imperialismo de fazer em solo russo o mesmo que fez na antiga Iugoslávia: fragmentar o país em pequenas federações.

Essa é a razão pela qual a classe trabalhadora tem de apoiar a Rússia contra o imperialismo. É preciso ainda desmascarar a falsa oposição na esquerda que diz que o governo Putin é uma ditadura imperialista. Não devemos nos espantar, pois essa esquerda pró-imperialista apoiou o golpe de 2016, apoiou a Operação Lava Jato, bem como ataca governos que de alguma maneira confrontam o grade capital estrangeiro, como a Venezuela, Cuba, Nicarágua, dentre outros.

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