A recente vitória do Partido Trabalhista nas eleições britânicas, com Keir Starmer assumindo o posto de primeiro-ministro, pouco demorou para mostrar que eram vazias as promessas de mudanças para o Reino Unido. O regime Starmer rapidamente revelou ser uma continuidade de políticas que beneficiam burgueses e interesses da especulação financeira, particularmente o sionismo e os sistemas de inteligência fascistas. Essa crise já era prevista por setores mais conscientes da esquerda, porém o descontentamento popular começou a se manifestar com muita velocidade.
Mesmo após a derrota do Partido Conservador, o entusiasmo entre as fileiras da esquerda britânica e internacional não se concretizou. A ascensão de Starmer foi marcada por uma resposta morna, que reflete a percepção generalizada de que ele representa uma continuidade do chamado establishment e não uma ruptura com as políticas neoliberais implementadas pelos conservadores. Essa decepção reflete alertas feitos para o perigos que figuras como Starmer representam, mesmo dentro do Partido Trabalhista.
Conforme apontado por uma reportagem do sítio norte-americano MintPress, a ascensão de Starmer foi a vitória de um golpe no interior do Partido Trabalhista, tendo o atual primeiro-ministro sendo uma peça-chave na derrota de Jeremy Corbyn, figura que representava uma verdadeira ameaça à ordem estabelecida. Ao pressionar contra o plebiscito do Brexit e tomar posições contrárias à política de Corbyn, Starmer entregou a popular reivindicação do Brexit ao Partido Conservador, permitindo que Boris Johnson obtivesse uma vitória avassaladora. Esse movimento estratégico revelou que Starmer não estava comprometido com uma política popular, mas sim com interesses golpistas, interessados em submeter o partido, em uma campanha feita em conjunto com os serviços de inteligência.
Outro episódio que marca a trajetória de Starmer como um político do sistema imperialista foi sua participação na perseguição ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange. Segundo diversas denúncias, inclusive reportadas pelo MintPress, Starmer, quando chefe do Ministério Público, teria exercido pressão sobre a Justiça sueca para avançar no processo de extradição de Assange, ignorando os pedidos de retirada de acusação por parte da Suécia. Esse caso evidenciou seu alinhamento com as forças de repressão estatal e do interesse do imperialismo, demonstrando que sua a defesa dos “direitos humanos ” não é mais do que uma demagogia para o o primeiro-ministro, que não tem nenhuma consideração real com direito algum.
Já em seus primeiros meses de gestão, o novo governo começou a entrar em choque direto com as necessidades da classe trabalhadora e das massas populares. Medidas de austeridade continuaram a ser implementadas, mesmo que disfarçadas por concessões mínimas a setores estratégicos, como médicos e condutores de trem. Conforme destacado em uma matéria do sítio libanês Al Mayadeen, essas concessões salariais vieram acompanhadas de cortes em benefícios sociais, incluindo a remoção de subsídios de aquecimento para pensionistas.
Apesar de defendida como uma racionalização de gastos, a medidafoi amplamente criticada e se tornou símbolo da indiferença do governo em relação às necessidades dos mais pobres. Ao atender interesses de burocratas sindicais e negligencia as demandas da classe trabalhadora, reflete a verdadeira natureza do governo Starmer: um governo para as elites, sustentado por uma rede de interesses políticos e econômicos que envolve diretamente o sionismo e os serviços de inteligência britânicos.
Frente a esse cenário, a classe operária britânica encontra-se diante de um dilema. A vitória de Starmer não trouxe as mudanças esperadas e, em muitos aspectos, aprofundou a crise que afeta as massas. Figuras independentes, como George Galloway e Jeremy Corbyn, começaram a se destacar nas últimas eleições como alternativas à estrutura desgastada do Partido Trabalhista. No entanto, apesar da importância dessas lideranças, isolados e na condição de independents, ainda se mostram insuficientes para enfrentar a máquina política estabelecida.
É preciso, portanto, que a classe trabalhadora britânica rompa definitivamente com o Partido Trabalhista e busque a formação de um verdadeiro partido operário, que represente suas demandas e não se submeta aos interesses do imperialismo e do sionismo. O caminho para essa ruptura passa pela rejeição às alianças com o imperialismo e seus partidos, rejeitados pela população e falidos politicamente, mas que por enquanto, conseguem se manter, ainda que na base dos golpes, mas mesmo com o profundo descontentamento popular.