HISTÓRIA DA PALESTINA

Reem al-Riyashi, primeira palestina a se martirizar por seu povo

Em ação de resistência cuja responsabilidade foi assumida pelo Hamas e pelas Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, Reem al-Riyashi eliminou quatro sionistas

Há pouco mais de duas décadas, em 14 de janeiro de 2004, quando estava em marcha a Segunda Intifada, uma mobilização revolucionária do povo palestino contra a ditadura nazista de “Israel”, uma mulher palestina teve grande destaque nessa luta, quando eliminou quatro sionistas.

Essa mulher foi Reem Saleh al-Riyashi.

Nascida em 1981, não se sabe muito sobre sua vida, salvo a ação de resistência que realizou contra os sionistas quando da Segunda Intifada.

O alvo da ação da resistência

Fala-se do ataque à Passagem de Beite Ranum ou de Erez, uma passagem de fronteira entre a cidade palestina de Beite Ranum e a comunidade (kibbutz) de Erez. Atualmente, essa passagem é a única em que é permitida a travessia de pessoas palestinas entre a Faixa de Gaza e “Israel” (há outras que permitem também a passagem de carga, mas não de pessoas, tais como a de Querem Abu Salem).

A passagem é uma manifestação da ditadura nazista de “Israel” contra os palestinos, ditadura esta que faz de Gaza o maior campo de concentração que já existiu. Afinal, apenas excepcionalmente é que palestinos são permitidos atravessar a fronteira, nos casos de palestinos que trabalham em “Israel” e em “casos humanitários excepcionais”. Ademais, essa travessia é restrita apenas àqueles sob a jurisdição da Autoridade Nacional Palestina, um lacaio da ditadura sionista (atualmente na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, mas naquela época também em Gaza).

Estando sob o controle das forças israelenses de ocupação, a passagem foi um dos alvos escolhidos pela resistência palestina, em uma das inúmeras ações armadas da época da Segunda Intifada.

Após o ataque, o Hamas e as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa assumiram responsabilidade conjunta pelo ataque. 

A ação revolucionária de al-Riyashi

A ação ocorreu por volta das 9h30 da manhã do dia 14 de janeiro de 2004. Sozinha, al-Riyashi, aproximou-se da passagem de pedestre, para atravessar para “Israel”. Próxima da revista, fingiu ser manca, alegando aos guardas que tinha uma placa de metal em sua perna, a qual seria detectada pelo detector de metal. Era um pretexto para adentrar às instalações e conseguir juntar ao seu redor o maior número possível de agentes sionistas da repressão.

Assim, ela solicitou que fosse feita uma revista pessoal, e assim a levaram para dentro das instalações e mandaram aguardar pela vinda de uma soldada sionista, que faria a revista. Foi nesse momento em que al-Riyashi aproveitou para se infiltrar na sala de inspeção, onde havia mais sionistas; e lá detonou explosivo que havia escondido em si, sacrificando sua vida em prol da luta dos palestinos por sua libertação nacional.

Reem Saleh al-Riyashi tinha apenas 22 anos, e era mãe de duas crianças. O que torna sua ação ainda mais heroica.

Antes de realizar sua ação, ela gravou um vídeo, vestindo roupas de combate, segurando um rifle automático, com um lança-granadas posto sobre uma mesa coberta com a bandeira do Hamas. Ao fundo, uma grande bandeira verde, também do Movimento de Resistência Islâmica. Ao redor de sua cabeça, uma faixa do partido que viria a se tornar o principal representante do povo palestino:

No vídeo, a combatente palestina declarou que desde os 13 anos sonhava em transformar “meu corpo em estilhaços mortais contra os sionistas”, acrescentando que “sempre quis ser a primeira mulher a realizar uma operação de martírio, onde partes do meu corpo pudessem voar por todo lado… Deus me deu dois filhos. Amor que só Deus conhece, mas meu amor por encontrar Deus é ainda mais forte“.

O martírio de al-Riyashi resultou na eliminação de dois soldados israelenses, um policial e um segurança de fronteira: Sargento Tzur Or, Cabo Andrei Quegeles, Gal Shapira e Sargento Vladimir Trostinski, todos sionistas residentes de “Israel”.

Al-Riyashi foi a primeira mulher palestinas a se martirizar em defesa de seu povo.

O Xeique Ahmed Yassin, um dos fundadores do Hamas, ainda vivo à época, declarou que “o fato de uma mulher ter participado pela primeira vez numa operação do Hamas marca uma evolução significativa”.

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