Um artigo publicado pela emissora libanesa Al Mayadeen revelou a presença massiva de sionistas dentro do serviço público britânico. Atuando através de uma rede financiada e controlada pelo sionismo, “Israel” manipula as posições de boa parte do funcionalismo público britânico. A Rede Judaica do Serviço Público (JNet) é, segundo sua comunidade nas redes sociais, “uma rede intergovernamental de mais de 300 funcionários públicos judeus e outros funcionários públicos interessados na cultura judaica”. Na rede social X (antigo Twitter) afirmam ter mais de 400 membros, equivalente a um terço dos funcionários públicos judeus, conforme revelado nas estatísticas do governo.
O governo britânico vem promovendo uma “intensa batalha contra o extremismo” dentro das suas estruturas governamentais. O Reino Unido suspendeu a Rede Muçulmana do Serviço Público, organização com papel semelhante à JNet em termos institucionais, após ter aprovado uma nova definição de “extremismo”, promovendo assim uma caça às bruxas contra a rede muçulmana. Porém, nada foi feito com relação a rede sionista.
A JNet, apesar de não se declarar abertamente sionista, é composta e patrocinada por sionistas fervorosos. Um dos grandes patrocinadores da rede era Mathew Gould – primeiro embaixador judeu do Reino Unido em “Israel”. Em uma declaração, Gould disse “nunca encontrei nenhum antissionismo no Ministério das Relações Exteriores” e afirmava ser um “sionista fervoroso”.
Gould além de ter atuado como embaixador do Reino Unido em “Israel” criou – durante seu período com embaixador – o Tech Hub UK-Israel. Este centro tecnológico era uma unidade operante dentro da embaixada britânica que promovia startups de tecnologia israelenses, operado por ex-agentes do Mossad. Para além disto, Gould também serviu como representante do governo britânico no Irã e nos Estados Unidos no Comitê Conjunto de Inteligência, ou seja, atuando com extrema proximidade aos interesses imperialistas e sionistas.
Outra grande patrocinadora da JNet foi Melinda Simmons. Simmons foi recrutada para o Ministério das Relações Exteriores em 2013, atuando como membro do MI6, e trabalhou na Secretaria de Segurança Nacional do Reino Unido. Entre 2019 e 2023, ocupou o cargo de embaixadora britânica na Ucrânia, atuando como tal no primeiro ano da operação militar russa na Ucrânia. Atualmente é membro da Sinagoga Reformada de Finchley, parte do Movimento para a Reforma do Judaísmo, que afirma ser “inequivocamente sionista”. Além de compor a Organização Sionista Mundial.
Atualmente, a grande patrocinadora da Rede Judaica do Serviço Público é Tamara Finkelstein. Secretária permanente do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA) desde 2019, Finkelstein é chamada de “funcionária pública judia britânica mais graduada”. Herdeira de uma família sionista com conexões à B’nai B’rith e com o judaísmo reformista, que é formalmente sionista, frequentou a escola Haberdashers Girls’ – escola esta que funciona como um centro de preparação para jovens sionistas. Frequentou a Universidade de Oxford e Escola de Economia de Londres. Tornou-se funcionária pública ao entrar para o Tesouro britânico e, posteriormente, trabalhar como secretária particular e redatora de discursos de Gordow Brow, ex primeiro-ministro britânico. Finkelstein é membro e ex-presidente da Nova Sinagoga do Norte de Londres – que compõe o movimento sionista Judaísmo Masorti. Ademais, é filiada ao Conselho de Liderança Judaica pró-“Israel”.
São claras as conexões dos grandes financiadores da JNet com “Israel” e o movimento sionista. Contudo, o controle sionista vai além dos peixes grandes. Outros pequenos contribuintes também possuem grande ligação com o sionismo. Dentre os integrantes da JNet, há diversos funcionários públicos mais jovens que administram a rede sionista online.
Um destes jovens administradores é Joel Salmon, funcionário do Departamento de Nivelamento, onde afirma liderar a “política internacional de raça e igualdade” – é óbvio que no departamento britânico responsável por políticas de igualdade socioeconômica tem como funcionário um apoiador do maior genocídio do século XXI. Salmon estudou – de 2005 à 2012 – durante o ensino secundário em uma escola sionista. Tornou-se líder estudantil no grupo de jovens sionista – RSY-Netzer – em 2011, cargo que ainda exerce. Pertence à Sinagoga Reformada de Finchley, parte do Movimento para o Judaísmo Reformado, que é afiliado à Organização Sionista Mundial. Segundo Salmon, viajou junto à Aish Hatorah – organização sionista que tem sido implicada no trabalho em assentamentos ilegais, especialmente ao sul de Nablus – e viveu em um kibutz por 3 meses. Durante a faculdade, associou-se e foi presidente da organização sionista: Sociedade Judia de St Andrews. Em 2015, foi candidato a presidência da União Judia de Estudantes – o grupo guarda-chuva de todas as sociedades judaicas universitárias, que também é formalmente sionista. Depois da faculdade, Salmon atuou como lobista para o Conselho de Deputados dos Judeus Britânicos (2016-2019), em seguida trabalhou como lobbysta para o Grupo ADS – associação industrial armamentista. Após trabalhar como lobista, iniciou carreira no serviço público.
O histórico sionista de Joel Salmon é um dos mais densos, não é por acaso que Salmon é administrador da página da JNet no Facebook.
Outro jovem administrador é Joshua Nagli, sionista que trabalha no Departamento de Transportes e é servido público desde 2017. Trabalhou anteriormente com estagiário na Portland Trust – think tank financiado pelo sionismo que atua na palestina para promover obras com parcerias internacionais. Atuou também na união dos Estudantes Judeus como Diretor de Campanhas (2015-2016), onde perseguiu a organização da esquerda trabalhista Clube Trabalhista da Universidade de Oxford através de uma campanha da manipulação e calúnia. Nagli também é curador e diretor do Fórum Judaico de Londres – grupo membro do Conselho de Liderança Judaica pró-Israel e que é financiado por sionistas por meio das fundações familiares do fraudador condenado Gerald Ronson e da família Lewis, que controla a cadeia de roupas River Island.
Para além do claro caráter sionista dos integrantes da JNet, movimentos sionistas têm se envolvido intensamente nos eventos da Rede Judaica do Serviço Público. A JNet participou em 2015 e 2018 da campanha Mitzvah Day, campanha sionista para infiltrar-se em comunidades muçulmanas. O Conselho de Deputados dos Judeus Britânicos, forte apoiador do genocídio em Gaza e adapto à ideologia racista do sionismo desde a década de 1940, tem participado das celebrações, eventos e ações da JNet desde 2015.
O controle do sionismo dentro da Serviço Público britânico é escandaloso. A JNet é a prova de que não apenas o sionismo está infiltrado no governo britânico, mas também é parte integrante e fundamental deste. O imperialismo britânico é, desde sempre, intimamente ligado ao movimento sionista, tendo sido fundamental para a criação de “Israel”.