Quem ousa dizer que a esquerda está morta, está fazendo sob a luz (ou trevas!) do idealismo, corrente que tem prevalecido na Universidade e nos círculos intelectuais, bem ao gosto da burguesia. Esta esquerda pequeno-burguesa que frequenta os ambientes acadêmicos e nunca sequer organizou ou participou de uma greve, ou qualquer ato, embora se considere marxista, atua a serviço da manutenção da opressão burguesa. É, portanto, contra-revolucionária.
O marxismo fora da classe operária, fora do ambiente dos trabalhadores, fora da luta concreta de classes é apenas um belo e sofisticado, e, por tantas vezes, ininteligível jogo de palavras.
Ora, fazer um debate sobre a natureza jurídica do direito de greve e se o legislador pode ou não relativizá-lo, só é realmente útil para quem está organizando, vai organizar ou participar da greve.
Uma das mais valiosas lições do materialismo é que o pensamento somente se realiza na prática. Sem uma realização prática, os pensamentos não passam de especulações filosóficas inúteis para a luta de classes.
Assim, o marxismo fora da militância política, restrito aos bancos da universidade, não é, de fato, marxismo. Neste sentido, a grande Escola de Frankfurt, por exemplo, não passa de especulação filosófica e não contribui para a finalidade dos trabalhos de Marx e Engels, qual seja, a superação do capitalismo. Ao revés, alimenta um idealismo sorrateiro e perverso que sequer chega aos trabalhadores. E, se chega, apenas os confunde, os desagrega e amortece qualquer ação revolucionária.
Fora da experiência concreta, da vivência real do que se fala, sobre o que se discute, ninguém pode verdadeiramente ser marxista.
Os acontecimentos chegam hoje em dia às telas dos celulares. A realidade muitas vezes pode ser vista em tempo real. A resistência palestina pela libertação da opressão de Israel e dos países imperialistas é vista por milhões de pessoas todos os dias. A imprensa hegemônica mente e calunia as forças de libertação nacional, mas a comunicação acontece fora e apesar dela. Há milhões de pessoas nas ruas protestando a favor dos palestinos.
As greves estão ocorrendo nos países imperialistas, mesmo com todo esforço da imprensa pública para esconder. Os agricultores, o campesinato, os trabalhadores da indústria e dos transportes estão nas ruas reivindicando seus direitos e enfrentando as decisões dos governos. Apesar da repressão, apesar da falsa aparência de letargia, o certo é que a crise do capitalismo está mostrando a sua cara e os trabalhadores não irão aceitar ceder os direitos já conquistados.
A esquerda está viva!
A esquerda morta a que se referem os intelectuais “marxistas” ou “progressistas”, é somente uma tal esquerda pequeno-burguesa. Uma parcela muito pequena da sociedade, constituída por uma gente letrada e limpinha que perdeu completamente o contato com a realidade e vive apenas em ambientes acadêmicos celebrando o idealismo filosófico, se achando marxista porque “viu Marx” na faculdade e/ou fez algum “paper” sobre “o inconsciente em Marx” em algum momento. Uma esquerda que acha que militância é na universidade e na internet. Colonizada pelas pautas do imperialismo, que penetra facilmente este ambiente por meio, sobretudo, do financiamento de pesquisas de seu interesse, anestesiou qualquer ideal revolucionário. Essa esquerda está morta mesmo, porque afinal, adoeceu exatamente como Lenin previu. Mas a esquerda revolucionária continua bem viva, fiel aos seus princípios e ativa na sua militância.
Mas a esquerda não se reduz à pequena-burguesia que “milita” sentada nos bancos da universidade. A esquerda está viva e atuando, porque a revolução é um processo. E ele está acontecendo. Bem debaixo das barbas destes intelectuais contra-revolucionários.
Deixemos de lado esse velho-novo discurso, recheado de idealismo burguês, acadêmico, contrarrevolucionário e que não contribui em nada para os trabalhadores e nem para o avanço da sociedade. E vamos para as ruas! A militância política é na rua, entre os trabalhadores, organizando a luta. Fora disso, é contribuir para conservar o poder nefasto da burguesia, confundindo os trabalhadores e atravancando o progresso social com palavras vazias.
Viva a esquerda revolucionária!