Mostrando que a natureza genocida dos sionistas não tem limites, na madrugada dessa segunda-feira (12), as forças israelenses de ocupação bombardearam a cidade de Rafá, fronteira com o Egito, cidade na qual se encontram refugiados mais de dois terços da população civil da Faixa da Gaza, o que significa mais de 1,4 milhões de palestinos. Para se ter uma ideia da gravidade do ataque, a Anistia Internacional fez uma imagem comparativa, de como era Rafá antes da guerra genocida de “Israel”, e de como está atualmente com a chegada dos refugiados:
Os ataques, na medida em que é possível aferir, resultaram em um mínimo de 67 palestinos assassinados até o fechamento deste artigo, como resultado de bombas que foram jogadas em 14 casas e três mesquitas, em partes diferentes da cidade. Isto segundo informações repassadas pela rede televisiva Al Jazeera, do Catar. Contudo, segundo a organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS, na sigla em inglês), o número de mortos já ultrapassa 100. Veja abaixo vídeo gravado por palestinos que estavam em Rafá quando do início dos bombardeios criminosos:
Os ataques não foram limitados a apenas bombardeios: segundo informações também do Crescente Vermelho, helicópteros dispararam rajadas de metralhadoras ao longo das regiões da fronteira (onde se encontra grande parte da população).
Em declaração com o cinismo típico do governo de “Israel”, o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu disse à emissora norte-americana ABC News que o ataque a Rafá continuaria até que o Hamas fosse eliminado, acrescentando que forneceria “passagem segura” aos civis que desejassem partir.
Dois pontos chamam a atenção nessa declaração demagógica. Em primeiro lugar, não há absolutamente nenhum indício de que o objetivo de eliminar o Hamas será concretizado. Afinal, até agora, as forças israelenses de ocupação não conseguiram nenhuma vitória militar sobre o Hamas e demais organizações da resistência, enquanto já amargaram milhares de baixas em suas fileiras, com direito a deserção e relatos de que reservistas estão rasgando seus certificados. Netaniahu sabe, então, que “Israel” não conseguirá derrotar militarmente a resistência.
Em segundo lugar, é um absurdo que o sionista fale em “passagem segura”. Afinal, no começo de outubro de 2023, “Israel” já havia prometido passagem segura para a região sul de Gaza (onde está a cidade de Rafá) a todos aqueles palestinos que estavam no norte. Contudo, os que utilizaram as tais “passagens seguras” foram bombardeados por “Israel”. Além disso, agora, os palestinos que conseguiram chegar até Rafá são atacados sem qualquer misericórdia. Veja abaixo o nível de crueldade que resultou dos ataques sionistas:
Seguindo o modus operandi que “Israel” adota em toda a sua história, há rumores de que as forças israelenses de ocupação estão preparando uma incursão terrestre em Rafá, e que os ataques aéreos são atos preparatórios.
É improvável que “Israel” tenha a capacidade militar e política de invadir Rafá pela via terrestre, sendo improvável que consiga – mesmo que possa tentar. Mas são favas contadas que o Estado nazista israelense não irá parar com os bombardeios na cidade.
O nazismo de “Israel” chegou a um nível tão absurdo que nem mesmo políticos e funcionários do imperialismo conseguem esconder, sendo forçados a denunciar os ataques a Rafá, exortando o Estado sionista a parar com o genocídio e alertando que uma invasão terrestre só agravaria a situação. Nesse sentido, a Relatora Especial das Nações Unidas para a Palestina, Francesca Albanese, fez delas as palavras de Karim Khan, procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), que disse estar “profundamente preocupado” com o bombardeamento de Rafá por parte de “Israel”, bem como com os relatos de uma antecipada ofensiva terrestre israelense no local, segundo informações da Al Jazeera.
No mesmo sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stephane Sejourne, diz ser injustificado um ataque israelense a Rafá, conforme noticiou a agência de notícias Reuters.
Até mesmo um membro do Knesset (parlamento israelense) condenou a ação genocida de “Israel” em Rafá: “qualquer pessoa que pretenda invadir Rafá pretende cometer um crime de guerra. Talvez seja possível tentar prevenir o crime de guerra que ameaça civis, mulheres e crianças antes que aconteça”, disse Ahmad Tibi. Em que pese ele ser um palestino de origem, ainda assim sua declaração é uma demonstração da crise política que se aprofunda dentro do próprio Estado sionista.
Tudo isto acontece após o governo de “Israel” ter rejeitado a proposta de cessar-fogo e libertação de prisioneiros apresentada pelo Hamas na primeira semana de fevereiro. Não é por menos: se os sionistas aceitassem, seria mais uma derrota para “Israel” e o imperialismo.
A respeito da proposta, o canal de televisão Al-Aqsa, citando um importante líder do Hamas, noticiou que, se “Israel” desatar uma ofensiva terrestre contra Rafá, colocará em risco as negociações de troca de prisioneiros.
Ao fechamento dessa edição, enquanto que em apenas um dia “Israel” assassinou mais de 100 palestinos em Rafá, o total de mortos em quatro meses de genocídio já chega a pelo menos 28.340 palestinos (12.150 crianças; 8.300 mulheres). Isto sem considerar os mais de 7 mil desaparecidos, a maioria dos quais devem estar mortos.
Número este que tende a aumentar rapidamente, pois os palestinos enfrentam “níveis sem precedentes de insegurança alimentar aguda, fome e condições quase análogas à fome em Gaza”, segundo informa a ONU. Situação esta que é agravada por surtos de hepatite A e taxas alarmantes de diarreia em Rafá, segundo informações da UNRWA.