Em São Paulo, no dia 8 de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher Operária, dois blocos de organizações políticas completamente distintas se fizeram presentes. De um lado, a esquerda pequeno-burguesa identitária e ongueira, que recebe financiamento de organizações imperialistas para contrabandear a política do Departamento de Estado norte-americano para o Brasil. São organizações que se calam diante do genocídio na Faixa de Gaza e querem fazer da principal reivindicação da esquerda a censura generalizada.
Do outro lado, estava o Partido da Causa Operária (PCO), os comitês de luta e simpatizantes. Isto é, o bloco daqueles que lutam verdadeiramente pelo povo palestino, que expressam uma política de classe, operária, e anti-imperialista frente a uma das maiores crises políticas já vistas.
Para a esquerda pequeno-burguesa, o ato era nada mais que um palanque eleitoral. Uma espécie de compromisso protocolar de muita gente que nunca saiu às ruas para defender o povo palestino, mas que marca presença no “8M” para gravar vídeos para suas redes sociais. E, como tal, um palanque bastante direitista, uma vez que o grande interesse dos participantes era promover a si mesmo. Neste sentido, um ato em que a luta em apoio à Palestina não poderia ter destaque.
Para o PCO, o ato não poderia ser outra coisa que não uma oportunidade para intensificar a luta em defesa da Palestina. Foi por isto que deliberou que deliberou, em sua 35a. Conferência Nacional, fazer do 8 de março um dia em defesa da mulher Palestina.
No final das contas, a esquerda pequeno-burguesa impediu o PCO de falar no ato. Censurou suas mulheres, apelando até mesmo para a Polícia Militar do bolsonarista Tarcísio de Freitas. Um duplo golpe contra o movimento de apoio à Palestina: censurou quem mais defende os palestinos no Brasil e ainda chamou para o ato o bolsonarismo, o irmão-gêmeo do sionismo.
“Não, mas a indisposição da esquerda pequeno-burguesa contra o PCO nada tem a ver com a luta em defesa da Palestina”, diriam os incautos. Tem sim. Afinal, durante o momento em que a polícia reprimia o PCO, uma representante da esquerda pequeno-burguesa rasgou um cartaz do Dia da Mulher Palestina na frente de um militante do PCO, em outro momento do ato, vários dos mesmos cartazes, que tinham como símbolo a jornalista palestina Shireen Abu Aklé, assassinada por um franco-atirador sionista em 2022, foram rasgados e jogados no meio da rua.
Se isso é defender a Palestina, Benjamin Netanyahu também a defende.