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Direitos democráticos

Quem mata não é o ‘armamentismo’, mas a polícia

Defensores do desarmamento manipulam estatísticas, mas acabam provando que não há direito ao armamento nem para os CACs

No último dia 12 de janeiro, o deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) Lindbergh Farias fez um comentário sobre a política de armamento.

“Quanto mais ARMAS, maior o número de CRIMES! Armamentismo MATA! Agora te pergunto: QUEM QUERIA ARMAR A POPULAÇÃO MESMO?”

O comentário é baseado numa notícia do G1 da Globo que afirma que Crimes cometidos por CACs crescem mais de 1000% em 5 anos no DF.

Os dados precisam ser analisados detidamente, afinal, a Globo está longe de ser uma fonte confiável. O que chama a atenção é a concepção expressa pelo deputado.

Segundo ele, “o armamentismo mata”, ou seja, a ideia de que a população precisa se armar já seria letal por si só. De acordo com essa concepção, deveríamos esquecer algumas coisas básicas: primeiro, que a polícia está fortemente armada; segundo, que o crime é um problema social antes de qualquer coisa.

Os dados tentam mostrar que os assassinatos foram cometidos por CACs, mas a mesma estatística não é capaz de dizer se esses assassinos ou supostos assassinos cometeriam os crimes mesmo sem ter o CAC.

A estatística é por si só uma manipulação para provar a tese da Rede Globo, a saber: que o povo precisa estar desarmado. E quem precisa estar armado? A polícia.

E é justamente a polícia um ponto que sequer passa pela argumentação de Lindbergh. Quantas pessoas a polícia matou em 2023? Mortes cometidas por PMs em serviço aumentam 86% em SP no terceiro trimestre, diz uma reportagem do G1 de 26/10/2023. Só a polícia de São Paulo matou, apenas de julho a setembro do ano passado, 106 pessoas.

Na matéria citada por Lindbergh, sequer aparece o número de assassinatos cometidos por CACs, o máximo que se consegue apurar é o de que houve, em todo o ano de 2023 no DF, três tentativas de homicídio.

A matéria do G1 é uma enorme manipulação da opinião. A manchete, ao dizer, “crimes cometidos por CACs” tenta dar a entender que se está falando de assassinatos principalmente. Essa ideia fica reforçada pelo início da matéria em que se conta a história de um suspeito de assassinar a ex-companheira.

A postagem de Lindbergh no X (antigo Twitter) também induz ao erro quando ele diz que “armamentismo mata”.

A farsa fica ainda mais revelada ao olharmos o gráfico e verificarmos que a esmagadora maioria desses “crimes” diz respeito a “porte/posse de arma”. Ou seja, o CAC tem o direito limitado de ter armas desde que sejam usadas para o fim de colecionar, para tiro esportivo e caça. Esse direito, no entanto, é tão limitado, que o cidadão é pego pela polícia simplesmente por posse da arma.

Diferentemente do que a Globo quer mostrar e que Lindbergh, na ânsia de fazer propaganda eleitoral contra Bolsonaro, repete, os dados apresentados na matéria mostram que sequer há o direito ao armamento. A maioria dos “crimes” é ter a arma.

Não precisa fazer nada com essa arma, basta tê-la para ser autuado pela polícia como criminoso.

O “armamentismo” realmente não mata ninguém. O que há é uma repressão ferrenha contra o cidadão que simplesmente quer exercer o seu direito a ter armas.

A postagem de Lindbergh é infeliz também porque imputa a determinada ideia, no caso a defesa do armamento, um caráter criminoso. Ser “armamentista” seria ser criminoso. Não se discute uma ideia – Lindbergh tem todo o direito de ser contra o armamento, embora discordemos – mas transforma-a em crime.

Enquanto isso, a polícia é cada vez mais armada para, ela, sim, matar a população. Matar a população pobres, indefesa, desarmada. Uma ideia pode não matar, mas a existência da polícia com certeza mata.

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