Na última semana, o governo federal lançou uma iniciativa que visa amenizar parte do sofrimento da população gaúcha. Diante da catástrofe promovida pela política neoliberal no Rio Grande do Sul, Lula anunciou que o governo comprará até um milhão de toneladas de arroz estrangeiro para garantir o abastecimento do produto em todo território nacional e combater a alta nos preços do arroz.
Com as inundações ocorridas no estado, responsável pela produção e abastecimento de cerca de 70% do arroz consumido no Brasil, os preços do produto dispararam nos mercados de todo o País.
Agora, o preço de um pacote de cinco quilos de arroz nos supermercados gira em torno de 30 a 35 reais. Apenas no começo deste ano, antes das enchentes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este valor era de, em média, 25 reais.
Para garantir a alimentação da população e impedir que o preço do arroz, um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, chegue a patamares inalcançáveis para grande parte do povo, o governo federal não apenas importará um milhão de toneladas do grão, mas também irá vendê-lo diretamente ao consumidor final com um preço tabelado de R$4 o quilo e com um rótulo próprio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
Esta é uma medida correta por parte do governo. Os banqueiros estão aproveitando o sofrimento do povo gaúcho para lucrar, mesmo que isso signifique que a população passe fome. Até mesmo garrafas d’água estão sendo vendidas a preços exorbitantes.
Na sociedade capitalista, predomina a ideia de que se pode fazer qualquer coisa contra a população em nome das “leis do mercado”. Ao mesmo tempo, tais “leis” não valem, por exemplo, para o governo Lula:
Muitos “analistas” da imprensa burguesa, capachos do grande capital, criticaram a medida do governo, mencionando o problema da competição. Ora, segundo a “livre concorrência”, o governo não teria o direito de montar uma empresa e vender determinado produto ao preço que quisesse? Fica claro que se trata de um “princípio” para favorecer, a todo momento, os ricos
A especulação, principalmente em situação de calamidade pública, é um verdadeiro crime. É uma tentativa de se enriquecer com a desgraça alheia. Com um aumento de preço tão absurdo quanto o que está sendo visto neste momento, o governo deveria intervir no mercado de maneira ainda mais agressiva.
Seria necessário, diante da catástrofe no Rio Grande do Sul, criar uma lei que impedisse imediatamente os banqueiros de lucrarem com a desgraça da população. Uma medida de intervenção mais direta que resultasse, inclusive, na prisão dos responsáveis por aumentar o preço dos alimentos às custas do povo.
Finalmente, quem lucra em cima da miséria do povo deve ir para a cadeia.