Hashem Safieddine, nascido em 1964 na aldeia de Deir Qanoun En Nahr, no sul do Líbano, foi um importante clérigo xiita e líder do partido revolucionário libanês Hesbolá. Safieddine teve uma trajetória de destaque dentro da organização libanesa, sendo conhecido por sua proximidade com Hassan Nasseralá, secretário-geral do Hesbolá, com quem compartilhava laços familiares, já que eram primos maternos. Desde cedo, Safieddine seguiu o caminho religioso, estudando teologia nas cidades sagradas de Najaf, no Iraque, e Qom, no Irã, centros de aprendizado xiita.
Ele ingressou no partido ainda jovem e rapidamente ascendeu na organização. Em 1995, foi promovido ao Majlis al-Shura, o conselho consultivo mais alto do Hesbolá. Nesse cargo, ele trabalhou ao lado de Imad Mughniyeh, uma figura chave na estrutura militar do grupo, até a morte deste em 2008. Um dos momentos mais importantes de sua carreira foi em 2001, quando foi eleito presidente do Conselho Executivo do Hesbolá, posição que manteve até sua morte em 2024. O Conselho Executivo é responsável por supervisionar as atividades políticas, sociais e educacionais do grupo, e Safieddine desempenhou um papel crucial na expansão das operações do Hesbolá.
A partir de 2006, Hashem Safieddine foi apontado como um possível sucessor do líder do partido, ganhando destaque como um dos três principais líderes da organização, ao lado de Nasseralá e Naim Qassem. Sua lealdade a Nasseralá e sua proximidade com o regime iraniano consolidaram sua posição como figura central na organização. Ele também foi membro do Conselho de Jiade, que supervisiona as operações militares do Hesbolá.
Safieddine desempenhou um papel ativo em várias das operações do Hesbolá contra “Israel” e teve grande influência nas relações do grupo com o Irã. Ele foi descrito como sendo muito semelhante a Nasseralá, tanto em aparência quanto em oratória, o que reforçou sua posição como sucessor natural. Em 2017, o Departamento de Estado dos Estados Unidos o designou como Terrorista Global Especialmente Designado, devido ao seu papel dentro do Hesbolá, uma medida que foi seguida por sanções de vários países árabes, incluindo Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
Apesar de suas atividades dentro do partido, Safieddine era uma figura familiar e foi casado com Raeda Faqih. Em 2020, seu filho mais velho, Reza, casou-se com Zeinab Soleimani, filha do general iraniano Qasem Soleimani, que havia sido morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos.
Em 27 de setembro de 2024, Nasseralá foi morto em um ataque aéreo israelense, e Safieddine era amplamente considerado seu sucessor mais provável. No entanto, antes que pudesse assumir formalmente o cargo, ele próprio foi alvo de um ataque israelense em 3 de outubro de 2024, em Dahieh, um subúrbio de Beirute, conhecido como reduto do Hesbolá. O ataque, que também visou outros altos comandantes da organização, resultou em sua morte. O corpo de Safieddine foi encontrado dias depois, e tanto “Israel” quanto o Hesbolá confirmaram sua morte.
Safieddine foi descrito pelo partido revolucionário como um líder comprometido e um mártir da resistência contra a ocupação sionista. Sua vida foi dedicada à causa do Hesbolá, servindo como um pilar importante da resistência islâmica no Líbano e um elo crucial nas relações com o Irã. Sua morte, assim como a de Nasseralá, foi considerada uma grande perda para a resistência islâmica no país árabe, mas a organização prometeu continuar sua luta pela libertação da Palestina e pela resistência contra “Israel”.