HISTÓRIA DA PALESTINA

Quem foi Isaque Sadé, primeiro comandante da Palmach

Um batalhão de elite da Haganá, a principal milícia fascista do sionismo, estando à frente de vários dos principais massacres que os sionistas perpetraram durante a Nakba

Isaque Sadé foi o primeiro Comandante da Palmach, a tropa de elite de Haganá. 

A Haganá, por sua vez, foi a principal milícia fascista do sionismo que atuou na repressão aos palestinos durante o Mandato Britânico. Teve fundamental importância na Nakba e, consequentemente, na fundação de “Israel”. 

No ano de 1948, quando da declaração de independência do Estado sionista, as tropas da Haganá, dado seu amplo contigente, foram a principal base para a formação das Forças de “Defesa” de “Israel” (FDI), as forças armadas oficiais do sionismo.

Sadé foi um de seus fundadores.

Nascido Izaak Landoberg em 10 de agosto de 1890, em Lublin, na Partição Polonesa do Império Russo (atual Polônia), sua primeira experiência militar foi logo na Primeira Grande Guerra mundial, quando lutou pelo Exército Imperial Russo, época sobre a qual não se há muitas informações.

Seu contato com o movimento sionista veio no ano de 1917, quando conheceu Joseph Vladimirovich (Volfovich) Trumpeldor, sionista russo que, junto de Vladimir Ze’ev Jabotinski (fudandor do sionismo revisionista e do Betar), tiveram a ideia de criar a Legião Judaica, uma unidade de combate para lutar expulsar os árabes turcos da Palestina. Em 1915 elaboraram um plano para por em prática essa ideia, apresentando-o ao General Maxwell do Império Britânico. Plano rejeitado. Em troca, foi oferecida a possibilidade de uma unidade de transporte composta por judeus sionistas, para atuar na frente turca, embora não na Palestina. Jabotisnki se recusou. Trumpeldor, por sua vez, aceitou. Disto originou-se o Zion Mule Corps, unidade que contou inicialmente com cerca de 650 judeus sionistas. Apesar de ser oficialmente uma unidade de transporte, recebeu treinamento de combate por parte do exército britânico.

Pois bem, Sadé conheceu Trumpeldor em 1917. Pelos dois anos seguintes, ambos trabalharam na criação do movimento HeHalutz (O Pioneiro), o qual tinha como objetivo treinar jovem sionistas para realizar assentamentos agrícolas na Palestina. Foi um dos movimentos pioneiros nesse sentido.

Então em 1920, já totalmente integrado ao sionismo, migrou para a Palestina. Dada sua experiência militar previa, tanto no Exército Imperial Russo, quanto pelos anos de contato com Trumpeldor, o caminho natural foi se juntar à Haganá, milícia fascista que havia sido criada em 1920 pelos invasores sionistas contra a população local. Ironicamente, Haganá significa defesa. Para mais informações sobre a milícia, releia a matéria já publicada neste Diário:

A principal milícia fascista do sionismo

Sua experiência militar serviu-lhe bem, tornando-se comandante da milícia fascista já em 1921. Durante essa década, reprimiu os palestinos em inúmeras ocasiões. Até que veio a Revolta Palestina de 1929, quando ele atuou em Haifa. Como informado na matéria sobre a Haganá, exposta acima, a revolta de 1929 serviu para expor os pontos fracos da milícia. Tanto perante o próprio movimento sionista quanto perante o imperialismo britânico, que precisava do sionismo para dominar a Palestina. Assim, na década que se seguiu, houve certa profissionalização da Haganá. Contudo, o ponto de virada de fato veio com a Revolução Palestina de 1936. Como o nome diz, foi uma revolução, ou seja, uma levante do conjunto do povo palestino contra o domínio britânico e contra a invasão sionista. Em reação, os britânicos fortaleceram e profissionalizaram a Haganá como nunca antes haviam feito.

Nessa conjuntura, Sadé teve papel fundamental em progressivamente desenvolver tropas especializadas de assalto que, eventualmente, resultariam na Palamach, a tropa de elite definitiva da Haganá.

Durante a Revolução, Sadé criou a Nodedet (Tropa Errante ou Unidade de Patrulha) em Jerusalém. Como o nome deixa claro, uma tropa móvel, naturalmente, voltada para a repressão dos árabes palestinos; tarefa na qual foi bem sucedida, afinal, tinha o apoio logístico, técnico e financeiro do imperialismo britânico.

Sua doutrina militar era de natureza ofensiva, para que as tropas sionistas da Haganá que ainda estavam na defensiva levassem a guerra aos palestinos.

Ainda durante a Revolução, mas no ano de 1937, criou a FOSH (abreviatura hebraica, para Plugot Sadeh, significando Companhias de Campanha). A primeira tropa de elite da Haganá, tendo seus membros sido escolhidos um a um por Sadé. Foi a precursora da Palmach. 

Esta, por sua vez, seria fundada quatro anos depois, em 1941. A título de curiosidade, Palmach é um acrônimo para Plugot Mahatz, expressão hebraica que, traduzida ao português, significa Companhias de Assalto. Qualquer semelhança com Tropas de Assalto, a tradução de Sturmabteilung, isto é as SA (Camisas Marrons) de Adolf Hitler, não é mera coincidência. Ambas foram tropas de assalto fascistas, guiadas por uma doutrina de supremacismo racial.

Liderando a Palmach, teve sob seu comando nomes com Ygal Allon (primeiro-ministro interino de “Israel” e ministro do governo Menachen Begin) e Moshe Dayan (Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de “Israel” e Ministro da Defesa).

Durante a Nakba, Sadé continuou sendo comandante das Companhias de Assalto, sendo responsável por inúmeros massacres que suas tropas e as da Haganá cometeram contra os palestinos, das aldeias e das cidades. Teve papel de destaque nas Operações Danny, Yoav, e Horev.

Morreu em 1952, em Telavive, sendo um herói em “Israel”, assim como todos os fascistas que contribuíram para a fundação desse Estado genocida.

Segue abaixo alguns dos massacres cometidos pela Palmach:

  • Massacre de Al-Khisas – 12 Palestinos assassinados
  • Massacre de Balad al-Shaykh – 70 palestinos assassinados
  • Massacre de Sa’sa – 60 palestinos assassinados
  • Massacre de al-Husayniyya, Safad – 30 palestinos assassinados
  • Massacre de Deir Yassin – 120 palestinos assassinados
  • Massacre de Ein al-Zeitun – 70 palestinos assassinados

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.