O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) convidou para a próxima gestão o ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (ex-PSDB e atualmente sem partido). Morando acaba de deixar a gestão da cidade do ABC Paulista após dois mandatos consecutivos. Nunes anunciou Morando como o novo secretário de Segurança do município.
Morando é um elemento da direita do PSDB, e se retirou devido à debacle desse partido. Enquanto prefeito, Morando atacou duramente os servidores públicos de São Bernardo do Campo, que realizaram um combativa e importante greve em 2023. Também atacou os projetos sociais e educacionais da cidade, particularmente os que envolviam a cultura africana e afro-brasileira.
O prefeito foi acusado de tirar aulas de capoeira das escolas; de inviabilizar a qualificação dos professores para ensino de história africana e indígena. Morando ainda perseguiu manifestações culturais da periferia nas ruas da cidade, como a conhecida Batalha da Matrix, atividade cultural de Hip Hop, que ocorria semanalmente no centro de São Bernardo do Campo.
A prefeitura de Morando chegou a despejar o projeto Meninos e Meninas de Rua, que atendia menores em situação de rua. A Uneafro, organização identitária, denunciou o prefeito por racismo institucional ao Fórum Permanente sobre Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma medida de propaganda.
O fato é que tal político, sendo do PSDB, não deve em nada a ala mais radical do bolsonarismo, mostrando que a diferença entre a chamada direita “democrática” e o bolsonarismo diz respeito apenas a de determinados grupos no bloco da burguesia em nada se diferencia em relação à política democrática, são ambos anti-democráticos e anti-povo. O governo da cidade de São Paulo nem o mostra, é a aliança do bolsonarismo com a direita tradicional contra a esquerda, aliança que pode se estender no futuro próximo.