Previous slide
Next slide

História da Palestina

Quem é Mahmoud Abbas?

O envolvimento de Abbas nos Acordos de Oslo foi um ponto crucial em sua trajetória política e também na capitulação representada pela Autoridade Palestina

Mahmoud Abbas, também conhecido pelo kunya Abu Mazen, é um dos políticos palestinos mais controversos da história recente da luta pela libertação da Palestina. Apresentado muitas vezes como um “moderado” ou “pragmático”, Abbas acumulou um histórico de concessões e compromissos que o colocam, de forma evidente, como um elemento direitista dentro da Resistência Palestina. Desde seus primeiros passos no movimento nacional palestino, sua trajetória foi marcada por um alinhamento com agendas conciliatórias que frequentemente contrariaram os setores mais radicais da luta contra a ocupação sionista.

Nascido em Safed, no norte da Palestina, em 1935, Abbas foi forçado a fugir com sua família durante a Nakba de 1948, estabelecendo-se na Síria. Sua entrada no movimento político palestino ocorreu nas décadas de 1950 e 1960, quando se juntou à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat. Desde o início, Abbas se destacou por sua postura moderada, buscando uma abordagem diplomática para a questão palestina.

Na década de 1970, Abbas manteve contatos com membros da esquerda israelense e grupos pacifistas de “Israel”, como o movimento Peace Now, fundado em 1978, que promovia negociações para a criação de dois Estados. Essas iniciativas foram amplamente criticadas pelos setores mais radicais da Resistência Palestina, incluindo facções como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), liderada por George Habash, que rejeitavam qualquer diálogo com o ocupante sionista. Para esses grupos, os contatos de Abbas não apenas enfraqueciam a unidade da Resistência, mas legitimavam a ocupação.

Abbas foi eleito membro do Comitê Executivo da OLP em 1980, consolidando sua posição como um dos principais líderes da organização. Em 1984, tornou-se chefe do Departamento de Relações Externas, cargo que lhe deu acesso privilegiado às negociações internacionais e ampliou sua rede de contatos.

Durante a Primeira Intifada (1987-1993), período de intensas revoltas populares contra a ocupação, Abbas participou de encontros secretos com representantes israelenses, mediado por intermediários neerlandeses. Esses encontros, denunciados por setores da Resistência, eram vistos como uma traição ao espírito da revolta e uma tentativa de negociar concessões enquanto o povo palestino enfrentava a repressão brutal.

O envolvimento de Abbas nos Acordos de Oslo (1993) foi um ponto crucial em sua trajetória política. Ele foi uma das principais figuras na negociação do acordo, que resultou na criação da Autoridade Palestina (AP) e na aceitação, por parte da OLP, de “Israel” como Estado. Os Acordos foram amplamente criticados por vários setores da Resistência, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica, que os consideravam uma capitulação. A partir desse momento, Abbas consolidou sua imagem como um político disposto a fazer concessões, mesmo que isso significasse sacrificar os direitos fundamentais do povo palestino, como o direito de retorno.

Após Arafat

Com a morte de Yasser Arafat em 2004, Abbas assumiu a liderança da AP. Sua presidência foi marcada por um alinhamento crescente com os interesses do regime sionista e das potências ocidentais. Em 2006, após a vitória do Hamas nas eleições legislativas, eclodiu uma guerra civil entre as forças leais à AP e o Hamas, que culminou com o controle da Faixa de Gaza pelo Hamas em 2007. Durante o conflito, Abbas foi acusado de colaborar com “Israel” para enfraquecer o Hamas, recebendo apoio logístico e político do regime sionista para consolidar sua posição na Cisjordânia.

A fuga de Abbas para a Cisjordânia, sob a proteção das forças de ocupação, expôs sua dependência do apoio sionista. Desde então, a AP tem atuado mais como um aparato de segurança a serviço de “Israel” do que como uma entidade de resistência. Essa colaboração é frequentemente denunciada por palestinos como uma traição à causa nacional.

Nos últimos anos, Abbas tem se posicionado como um aliado da ditadura sionista em momentos críticos. Durante a repressão aos protestos palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia, as forças de segurança da AP, sob seu comando, agiram para conter manifestações e prender ativistas. Essa postura garantiu a Abbas o apoio de potências imperialistas, mas aprofundou sua impopularidade entre os palestinos.

Além disso, Abbas repetidamente adiou as eleições palestinas, temendo uma derrota esmagadora para o Hamas e outros grupos opositores. Seu governo é amplamente visto como corrupto e ilegítimo, com denúncias de desvio de recursos internacionais destinados à reconstrução da Palestina.

Um líder contra a Resistência

Mahmoud Abbas é, em essência, um obstáculo à luta pela libertação da Palestina. Sua trajetória política demonstra um alinhamento sistemático com interesses que contrariam os anseios do povo palestino.

Desde os contatos iniciais com grupos pacifistas sionistas até sua colaboração ativa com o regime de “Israel” na repressão interna, Abbas tem se destacado como um elemento direitista e conciliador dentro da Resistência. Longe de representar os interesses do povo palestino, sua liderança perpetua a opressão e o genocídio, enfraquecendo a luta contra a ocupação.

Para o povo palestino, Mahmoud Abbas não é apenas um líder fraco e corrupto, mas um símbolo da capitulação diante do colonialismo sionista. Sua permanência no poder não é apenas uma tragédia para a causa palestina, mas uma garantia de que a opressão continuará com a cumplicidade daqueles que deveriam estar na linha de frente da Resistência.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.