Com a queda de Bashar al-Assad, após uma ofensiva treinada e financiada pelo imperialismo, não faltaram revolucionários de sofá para ir às redes sociais comemorar o golpe de Estado. Em nome da “liberdade”, setores de esquerda mergulharam de cabeça na mais nova conspiração do Departamento de Estado norte-americano.
A desculpa da vez é que a queda de Assad teria livrado o povo sírio de uma “ditadura”. Independentemente das limitações do governo Assad, uma coisa é certa: seu governo estava em oposição ao imperialismo. O regime sírio integrava o Eixo da Resistência, liderado pelo Irã, e era um grande facilitador das operações do Hesbolá. Tanto é assim que o país, desde 2011, vivia sob cruéis sanções.
Se o governo Assad estava em oposição ao imperialismo, então nada mais óbvio que concluir que pior do que qualquer “ditadura” de Assad, era o que estava por vir com sua derrubada. A campanha de desestabilização do governo sírio vinha muito claramente do imperialismo. A derrubada de Assad seria, inevitavelmente, uma derrota da luta anti-imperialista.
Os revolucionários de plantão não precisaram esperar um dia sequer para comprovar isso. Durante a ofensiva dos mercenários, “Israel” vinha se aproveitando do caos para bombardear o país. Vale lembrar que “Israel” nunca deixou de bombardear a Síria – a ponto de, em 2023, ter assassinado um oficial iraniano na Embaixada de Damasco. Com a queda de Assad, o sionismo viu um sinal verde para intensificar esses ataques.
Poucas horas depois da queda de Assad, Netaniahu anunciou que iria romper com o tratado de 1974 e ocupar terras sírias. Especula-se, ainda, que mais de 11 mil mercenários estariam a postos para invadir o Iraque.
É um desastre completo. Para o povo sírio e para toda a resistência no Oriente Médio.
Quem torcia para a queda de Assad, agora vê com os próprios olhos o monstro que ajudou a criar. O sionismo e o imperialismo irão com tudo para reduzir a Síria a pó.