Na semana passada, começou a tramitar no Congresso Nacional o “plano Haddad”, apresentado como um instrumento de combate à suposta instabilidade fiscal, que seria provocada por um “excesso de gastos” por parte do Estado.
Com cortes previstos de cerca de R$327 bilhões ao longo de cinco anos, valor que pode ser aumentado pelo parlamento, amplamente dominado pela direita, o pacote tem os trabalhadores como alvos principais.
É o caso da drástica redução do reajuste do salário mínimo, justamente quando a norma vigente poderia levar a um dos maiores percentuais de reajustes nos últimos anos.
O roubo do salário-mínimo impacta toda a massa salarial, nas aposentadorias, BPC, etc. Deixa evidente que, como em outras épocas da economia nacional, o crescimento do PIB, o fato do país se apresentar entre as “10 maiores economias do mundo” não muda a realidade da classe trabalhadora, que, como dizia a economista Maria da Conceição Tavares “não come PIB, come alimentos”, para o que precisa de empregos e salários.
Enquanto o pacote se concentra em cortar da população pobre, atingindo além do mínimo, o Bolsa Família, o BPC, os servidores públicos, os orçamentos da Educação, Saúde, etc., os banqueiros continuam “nadando em dinheiro” e não há uma única medida no pacote que limite seus ganhos extraordinários.
No ano passado, os bancos levaram, do orçamento federal, R$1.886.806.401.536 (quase 1,9 trilhão!!!), ou R$5,2 bilhões por dia, a título de pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Corretamente, o governo e toda esquerda acusaram de criminosa a política do Banco Central, dirigido pelo bolsonarista Campos Netto. Neste ano, a situação em nada mudou. Gabriel Galípolo, indicado por Haddad para ser o novo presidente e outros indicados pelo governo, votou com os bolsonaristas e tucanos a favor da elevação dos juros e da entrega de centenas de bilhões para os bancos.
Assim, mesmo o Brasil batendo recordes de arrecadação de impostos (pagos pelos trabalhadores), ou seja, entrando mais dinheiro do que os gastos; mesmo o PIB crescendo, a vontade dos banqueiros, presente no plano em discussão no Congresso é um roubo ainda maior dos trabalhadores, tirar mais de quem não tem para sustentar o parasitismo dos que têm muito.
Contra essa política de rapina, de roubo do povo brasileiro, é preciso colocar de pé um movimento para que os banqueiros paguem pela crise e não os trabalhadores, como proposto pelo plano Haddad.
Por uma mobilização nacional, incluindo um ato nacional contra o roubo dos salários e para que os banqueiros paguem pela crise, por pesadas taxações dos bancos, especuladores e das grandes fortunas e pelo fim da sangria da riqueza nacional pelos banqueiros abutres.