Uma matéria publicada pelo sítio libanês Al Mayadeen nesta segunda-feira (29), levando em consideração o último relatório da ONU Mulheres, aponta que 177 mil mulheres em Gaza enfrentam riscos graves de saúde e de sobrevivência.
A destruição causada pelos bombardeios e pelos soldados israelenses no último período em Gaza deixou toda a região praticamente sem água, luz, hospitais medicamentos, comida, enfim sem qualquer condição para a sobrevivência de seres humanos principalmente mulheres e crianças.
“Intitulado Guerra à Saúde das Mulheres em Gaza, o relatório alerta que mais de 177.000 mulheres enfrentam riscos de saúde fatais, com 162.000 afetadas ou em risco de desenvolver doenças não transmissíveis (DNTs), como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares”, informa o órgão libanês.
O relatório também destaca que 15 mil mulheres grávidas estão à beira da fome, aumentando ainda mais sua vulnerabilidade a complicações graves, como infecções, anemia e distúrbios hipertensivos. No final de janeiro, outro relatório deste mesmo órgão da ONU já dava conta de que a ocupação israelense matava duas mães a cada hora em Gaza, desde que começou a agressão em 7 de outubro.
Ainda no início do ano, a especialista em comunicação da UNICEF Tess Ingram, declarou durante uma coletiva de imprensa em Genebra que cerca de 20 mil bebês nasceram na Faixa de Gaza devastada pela guerra desde o início da agressão, quase um bebê a cada 10 minutos.
Com cerca de 84% das instalações de saúde completamente destruídas, a crise é ainda maior. Mulheres grávidas e lactantes enfrentam os desafios mais críticos, com a maioria delas relatando problemas graves devido à falta de serviços de saúde reprodutiva. Junto a tudo isso, há também o problema da fome, da inanição e o ressurgimento da poliomielite.
“A destruição de mais de 84% das unidades de saúde em Gaza deixou os serviços restantes sem suprimentos básicos para salvar vidas, eletricidade e água limpa”, esclarece o Al Mayadeen. “Além dos problemas de saúde, as mulheres também carregam o fardo de serem as principais cuidadoras de suas famílias, muitas vezes priorizando as necessidades delas em detrimento das suas própria”, complementa.
Outra questão é o extermínio em massa de crianças. O chefe do Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, Ismail al-Thawabta, “Israel” assassinou cerca de 17 mil crianças desde que lançou sua guerra genocida em outubro do ano passado.
De acordo com Ismail al-Thawabta, pelo menos 16.859 crianças, incluindo 171 bebês, foram mortas pela máquina de guerra israelense desde 7 de outubro. Ele acrescentou ainda que “cerca de 25.973 crianças palestinas vivem agora em Gaza sem um ou ambos os pais devido à agressão israelense”.
O Ministério da Saúde palestino em Gaza anunciou no domingo (28) que a ocupação israelense cometeu quatro massacres contra famílias na Faixa de Gaza, matando 23 pessoas e ferindo 101, em apenas 24 horas. O genocídio israelense em marcha na Faixa de Gaza desde 7 de outubro já deixou 41.638 mortos, além de 96.460 feridos no momento em que a guerra completa 361 dias, de acordo com o Ministério.
Segundo o ministério, milhares de vítimas da agressão permanecem presas sob os escombros e em estradas inacessíveis às equipes de ambulância e defesa civil, enquanto a ocupação continua impedindo que as equipes de resgate cheguem até elas.
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini afirmou em entrevista coletiva em Genebra que o povo de Gaza está enfrentando doenças, morte e fome, com montanhas de lixo e esgoto enchendo as ruas. Segundo Lazzarini Gaza se tornou inabitável.
Outro colocado pelo Comissário foram imagens de satélites colhidas no início de setembro levando em consideração a destruição da região. O relatório indicou que 66% das estruturas, totalizando 163.778, foram afetadas. Isso incluiu 52.564 edifícios que foram destruídos, 18.913 severamente danificados, 35.591 possivelmente danificados e 56.710 moderadamente impactados.