HISTÓRIA DA PALESTINA

Quando a Síria enforcou o espião sionista Eli Cohen

As informações que Cohen passou a "Israel" contribuíram para a derrota da Síria na Guerra dos Seis Dias

Em 18 de maio de 1965, o espião sionista Eli Cohen foi executado após ter sido descoberto pela inteligência do governo da Síria.

Eliyahu Ben-Shaul Cohen nasceu em 6 de dezembro de 1924, na cidade de Alexandria, no Egito. Após os sionistas terem fundado o Estado de “Israel” em 1948, em um processo que resultou na expulsão de mais de 700 mil palestinos de suas terras, a família de Cohen mudou-se para o recém-estabelecido Estado sionista.

Contudo, ele permaneceu no Egito, que foi onde iniciou suas atividades de espionagem em benefício de “Israel”. Dentre elas, esteve envolvido na Operação Goshen, em que o governo israelense garantiu a migração de sionistas para “Israel” após o triunfo da Revolução Nacionalista no Egito, em 1952.

Ele também esteve envolvido na Conspiração Lavon, uma operação liderada pela inteligência militar israelense para induzir os britânicos a manterem suas tropas de ocupação estacionadas no Canal de Suez. 

Para isto, realizaram uma operação de bandeira falsa, plantando bombas em diferentes alvos de propriedade egípcia, norte-americana e britânica, tais como cinemas, livrarias e centros educacionais norte-americanos.

Os explosivos, programados para explodir após o horário de funcionamento dos estabelecimentos, não provocaram nenhuma morte, salvo as de quatro agentes a serviço do sionismo.

Por sua vez, o agente que supervisionava a operação informou ao governo egípcio sobre a operação, o que resultou na prisão de 11 outros agentes. A operação fracassada ficou conhecida como Conspiração Lavon, pois levou à renúncia de Pinhas Lavon, ministro da Defesa de “Israel” à época.

Cohen teve de emigrar do Egito para “Israel” em 1956, logo após a Guerra de Suez, o que foi facilitado pela Agência Judaica. Uma vez em “Israel”, ele passou a trabalhar formalmente para o aparato de espionagem sionista como analista de contra-inteligência e tradutor da inteligência militar israelense. Tentou entrar no Mossad, mas foi rejeitado. Ante isto, abandonou a inteligência militar.

Tempos mais tarde, foi recrutado para o Mossad, que buscava, entre candidatos que haviam sido rejeitados anteriormente, agentes para serem espiões de “Israel” na Síria. Sua identidade foi a de um capitalista que estava retornando para o país após ter vivido na Argentina. Assim, morou em Buenos Aires de 1961 a 1962, quando se mudou para Damasco. Como capitalista, poderia se relacionar com políticos, oficiais militares, a comunidade diplomática e demais figuras influentes no governo sírio. 

No período que esteve na Síria, até quando foi descoberto, angariou muita informação de inteligência, repassando-as ao Mossad, seja através de rádio, cartas secretas, ou mesmo pessoalmente, através de três viagens secretas que fez a “Israel”. Tais informações, dizem, contribuíram para “Israel” derrotar a Síria na Guerra dos Seis Dias.

Com a Revolução Síria de 1963, que ocorreu através de um golpe de Estado, a inteligência síria, agora liderada pelo coronel Ahmed Suidani, passou a desconfiar de Cohen, pois este era ligado ao governo anterior.

Em 1964, ele fez uma última viagem a “Israel”, em que expressou ao Mossad que poderia ser descoberto a qualquer momento. Contudo, o Mossad ordenou que ele retornasse à Síria mais uma vez.

Foi quando, em 24 de janeiro de 1965, agentes da segurança síria, liderados por Suidani, entraram no apartamento de Cohen e o prenderam, após período monitorando suas transmissões de rádio.

Cohen foi julgado por um tribunal militar, sendo condenado por espionagem e sentenciado à morte, sob lei marcial. Foi executado em 18 de maio de 1965, por enforcamento.

Enquanto ele estava preso, aguardando a sentença, “Israel” liderou uma campanha hipócrita contra a execução, campanha esta que contou com a participação do Papa Paulo VI, dos governos da Bélgica, do Canadá e da França, os quais jamais fizeram campanha contra a Nakba e a limpeza étnica da Palestina nos anos que se seguiram.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.