O aumento da tensão no Oriente Médio não cessa e agora, com o apoio declarado dos Estados Unidos, “Israel” intensifica seus ataques ao Irã. No último sábado, a ditadura sionista lançou uma ofensiva em Teerã, Juzestão e Ilam, regiões estratégicas do território iraniano. Aproveitando-se do espaço aéreo do Iraque – controlado pelos EUA –, as forças sionistas atacaram supostos alvos militares e de radar a cerca de 110 quilômetros da fronteira iraniana. O presidente de “Israel”, Isaac Herzog, agradeceu abertamente aos EUA pela “aliança autêntica” e pela “colaboração aberta e oculta” durante a operação, enquanto o imperialismo reiterava seu compromisso com a “defesa” do regime sionista, exigindo que o Irã cessasse as represálias.
Em resposta, o Irã denunciou firmemente a agressão como violação da sua soberania e declarou, com base no Artigo 51 da Carta da ONU, o seu direito à legítima defesa. A retaliação, no entanto, não foi necessária para conter o ataque: com seu sistema integrado de defesa aérea, o Irã interceptou boa parte dos mísseis disparados.
Essa resposta limitada das forças sionistas levanta um questionamento direto sobre a “eficácia” da suposta aliança imperialista contra o Irã, sugerindo que o medo de uma retaliação poderosa dissuadiu tanto “Israel” quanto os Estados Unidos de uma escalada completa. A situação expõe não apenas a audácia do imperialismo em testar suas margens de manobra na região, mas também a cautela que os cerca.
Conhecido por suas respostas firmes, o regime da República Islâmica optou por uma estratégia que demonstra o seu poder de dissuasão e sua capacidade de mobilização, dissuadindo o regime sionista e seus aliados de qualquer ataque de larga escala. A ofensiva sionista foi, afinal, um fracasso reconhecido, sem objetivos concretos alcançados e mais uma demonstração da dependência de “Israel” do apoio imperialista dos EUA.
O Irã, por sua vez, fez questão de deixar claro para o Conselho de Segurança da ONU que vê a agressão como um grave risco à paz e segurança internacionais, insistindo que a comunidade internacional não deve se omitir frente às ações da ditadura sionista. Em carta ao secretário-geral da ONU, o ministro iraniano das Relações Exteriores enfatizou que a ação israelense violava flagrantemente o direito internacional e a Carta da ONU, e que era necessário que o órgão tomasse uma posição firme para responsabilizar “Israel” pelas ações criminosas. O Irã, ainda, reafirmou o direito de responder legalmente à altura dessas violações, em um recado que, por si só, mostra a posição do país diante da ofensiva sionista e seus interesses de proteger sua soberania a qualquer custo.
Contudo, a escalada que parecia iminente se mostra travada em um impasse. EUA e “Israel” perceberam o alto preço de um conflito com o Irã. A tentativa de testar as defesas iranianas revelou que o regime sionista não teria qualquer chance de sustentar um ataque prolongado sem que as forças iranianas impusessem uma resposta massiva.
Além do conflito direto com o Irã, a situação no Oriente Médio envolve várias frentes simultâneas. A guerra sionista contra o povo palestino já ultrapassou qualquer limite de barbárie, com um genocídio em Gaza e ofensivas na Cisjordânia, enquanto o sul do Líbano permanece em estado de tensão com o Hesbolá infligindo duros golpes às forças sionistas.
Nos bastidores, as forças imperialistas promovem suas “alianças estratégicas” com um único objetivo: sustentar sua presença militar e econômica na região, mantendo “Israel” como uma base avançada de dominação imperialista. A questão é que essa estratégia começa a dar sinais de desgaste, pois o regime sionista não apresenta capacidade para lidar com os ataques do Hesbolá, do Hamas e com a resistência iraniana, a não ser contando com o respaldo direto do imperialismo, o que é um indicador de fraqueza gritante.
Enquanto a tensão permanece no Oriente Médio, o cenário global não parece menos perturbador para o imperialismo. O anúncio do ex-presidente russo Dmitry Medvedev sobre “fogos de artifício” na fábrica da gigante armamentista Rheinmetall na Ucrânia expõe o impacto da expansão militar imperialista também no conflito entre Rússia e Ucrânia.
A empresa alemã, em parceria com o grupo estatal ucraniano Ukroboronprom, montou fábricas de munições e veículos blindados, o que fez da região alvo prioritário das forças russas. Segundo Medvedev, a presença da Rheinmetall na Ucrânia representa um claro interesse dos EUA e da Europa em prolongar a guerra, para benefício das suas indústrias bélicas.
O desenvolvimento de fábricas de armas em território ucraniano não só revela a aposta do imperialismo na guerra como sustento econômico, mas também reforça o caráter de “campo de testes” militar e estratégico que a Ucrânia se tornou para os interesses da ditadura dos monopólios. Este panorama de tensões também se reflete nas declarações do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, que alertou Netaniahu sobre a falta de uma “direção clara” e de objetivos atualizados para a guerra.
Em carta vazada, Gallant observou que a condução da campanha sem objetivos reforçados compromete as decisões do gabinete, expondo ainda mais a fragilidade interna do regime sionista. O ministro detalhou a necessidade de reformular estratégias em diferentes frentes, desde Gaza até o Irã e o Líbano. O alerta é um sintoma da crescente insegurança de “Israel”, que já sente a pressão de forças internas e externas, como o Hesbolá, para lidar com a resistência da Palestina, o que aumenta a instabilidade da ditadura sionista.
Este novo capítulo no Oriente Médio deixa claro que o imperialismo não recuará em seus objetivos de controle e exploração, mas enfrenta limites severos. A agressão limitada ao Irã e a falta de resultados concretos denunciam um receio imperialista que não pode mais ser ignorado.
A “grande aliança” entre “Israel” e EUA revela-se cada vez mais insuficiente para sustentar as ambições do regime sionista, que sem o suporte imperialista colapsaria rapidamente. Mesmo com o poder econômico e militar dos EUA por trás, a ditadura sionista demonstra fraqueza na medida em que não consegue atingir suas metas. A resposta defensiva do Irã e a pressão contínua de grupos de resistência na região estabelecem uma nova dinâmica, mostrando que o caminho para o controle total da região é bem mais complexo do que o imperialismo gostaria.
A escalada no Oriente Médio permanece num delicado equilíbrio de forças, com “Israel” dependente de cada ação dos EUA para manter seu poder. Somada à contínua crise com a Palestina e à guerra na Ucrânia, a agressão ao Irã demonstra que o imperialismo tenta, a todo custo, reafirmar sua ditadura global, mas vê-se cada vez mais restrito pela resistência dos povos que insiste em subjugar. Resta saber quais serão os próximos passos diante desse cenário: se o regime sionista ousará ultrapassar o ponto sem retorno, ou se recuará ainda mais diante de um impasse que o coloca frente a frente com seus próprios limites e fragilidades.