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Petróleo

PSTU, um papagaio da ideologia pseudo-ambiental do imperialismo

Para a legenda, o desenvolvimento do país é uma farsa, a ideologia ambiental imperialista, não

Um artigo no jornal Opinião Socialista, do PSTU, no dia 11/10, chamado Subdesenvolvimento fóssil: Lula encontra presidente da Shell para discutir petróleo na Amazônia critica Lula por sua reunião com o presidente da Shell e da Shell Brasil.

Criticar Lula apenas por se encontrar com o presidente da Shell é um certo exagero. Mas não há dúvida ser digno de críticas o aceno para uma multinacional do petróleo quando o Brasil tem todas as condições de explorar o seu próprio petróleo sem entregar para a empresa norte-americana. 

No entanto, a crítica do PSTU não é essa. O PSTU nem se importa se o nosso petróleo será enviado ou não para uma petrolífera imperialista. O PSTU nem quer saber de petróleo.

“Não é segredo que Lula, a presidente da Petrobras, líderes da situação e da oposição de direita, defendem a arriscada exploração de petróleo na região”. Segundo o artigo, o governo brasileiro deveria abandona a “arriscada exploração” de petróleo na Margem Equatorial.

Trata-se de um abandono de uma das mais tradicionais reivindicações da esquerda. Para o PSTU, o petróleo não tem que ser nosso, ele não teria que ser de ninguém, deveria ficar embaixo da terra.

Acontece que quem vem defendendo essa tese, de que a exploração é arriscada e que a região não deveria ser explorada, são setores do próprio imperialismo. Eles querem ganhar tempo para que o petróleo seja explorado pelas empresas delas e não pelo povo brasileiro.

A posição do PSTU, ao menos ideologicamente, acaba sendo mais favorável à Shell e a outras petrolíferas estrangeiras do que a do próprio Lula. Ao dizer que não se deve explorar a Margem Equatorial, o imperialismo quer retardar o desenvolvimento nacional e preparar o terreno para uma exploração controlada pelas suas petrolíferas.

Não seria nada surpreendente que, assim que a Shell ou outra petrolífera imperialista decidirem explorar a região, o IBAMA, tão “preocupado” com o meio-ambiente agora que a Petrobrás reivindica a exploração, decida liberar a extração de petróleo.

Com vocação para fazer papel de trouxa, o PSTU continua o artigo, denunciando a “farsa do desenvolvimento nacional”: “O governo justifica a exploração (e a maioria da oposição bolsonarista, inclusive) dizendo que ela vai servir ao desenvolvimento nacional. Velha conversa pra boi dormir que já foi usada para justificar a exploração do pré-sal e a construção da hidroelétrica de Belo Monte. O país não se desenvolveu, se tornou mais desigual e mais dependente, inclusive, no refino de petróleo e vulnerável às crises de energia. Não há razão alguma pra achar que o petróleo da Amazônia vai melhorar a vida do povo”.

Depois de tantas lutas pelo petróleo, o PSTU nos fez abrir os olhos. Desenvolver o país? Nada disso. Para que construir hidrelétricas como Belo Monte se isso vai servir para que a burguesia se enriqueça? Para que explorar o petróleo se isso só serve para que meia dúzia saia ganhando?

Com o PSTU, descobrimos que só é possível lutar pelo desenvolvimento nacional depois da revolução socialista. Antes disso, é melhor se contentar com a miséria. Mas aí caímos num dilema: Marx e todos os marxistas explicaram que o socialismo só viria com o desenvolvimento econômico.

Além da pataquada teórica, o artigo é sem pé nem cabeça em sua crítica. A construção de Belo Monte, por mais que a burguesia limite isso, trouxe algum desenvolvimento para a região.

“Não há razão alguma – diz o PSTU – pra achar que o petróleo da Amazônia vai melhorar a vida do povo. Vai sim, arrumar a vida de alguns poucos políticos e, principalmente, botar muito dinheiro no bolso dos grandes acionistas da Petrobras e Shell.”

A exploração do petróleo, mesmo com toda a roubalheira, trouxe, traz e trará desenvolvimento para o país.

O PSTU é o partido dos conformados ou melhor dizendo, dos capitualadores. Se a burguesia ou, nas palavras do PSTU, “alguns poucos políticos” e “grandes acionistas” vão se enriquecer com o petróleo, seria melhor deixá-lo debaixo da terra, não lutar para que sua exploração seja benéfica para o povo.

Isso deveria ser muito óbvio para qualquer partido de esquerda. Não é óbvio para o PSTU porque o partido adotou a ideologia pseudo ecológica do imperialismo, como explicamos acima.

O PSTU disfarça uma política capituladora com a ideia de que “a expansão dessa nova fronteira petrolífera se dará no marco da  profunda desnacionalização da exploração e produção do petróleo no Brasil (…) Por isso a exploração do petróleo da Margem Equatorial, direta ou indiretamente, representará mais um saque dos recursos energéticos do Brasil pelo imperialismo mundial”. É um fato que a política energética é cada vez mais controlada pelo imperialismo, mas isso não muda em nada a conclusão de que é preciso chamar o povo a lutar contra isso, não simplesmente abandonar a riqueza do petróleo pra lá.

Para o PSTU, o Brasil é o único país capitalista onde existem contradições. Não se deve defender nenhum tipo de política para desenvolver o país para não “enriquecer a burguesia”. Dessa maneira, é impossível traçar qualquer política minimamente séria sobre o desenvolvimento nacional.

Mas o segredo de tudo é a adaptação total do PSTU à ideologia ecológica do imperialismo. A oposição à ideia de desenvolvimento nacional é a mesma política defendida por amplos setores imperialistas para dizer que o Brasil não deve explorar o petróleo. O PSTU chegou ao nível mais absurdo que é o de transformar a Petrobrás (Petróleo Brasileiro), numa empresa que não explora petróleo: “Uma Petrobras 100% estatal e controlada pelos trabalhadores é necessária para que a petroleira se converta em uma empresa de energia renovável. Para isso, é preciso enfrentar os maiores inimigos da transição energética que são os capitalistas e acionistas privados que mandam na Petrobras”.

Não é o desenvolvimento nacional que é uma farsa, mas a ideia de  energia renovável substituindo o petróleo. Essa, sim, é uma grande farsa. O imperialismo quer que o Brasil e outros países atrasados abram mão do petróleo enquanto ele se enriquece com o petróleo e roubando o petróleo dos países atrasados. O PSTU caiu no conto da energia renovável e da “transição energética”.

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