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Ucrânia

PSTU leva seu velho ‘Fora Todos’ para a política internacional

Opinião Socialista, um órgão de imprensa do PSTU, tenta levar sua política de ‘Fora Todos’ para a política internacional, uma tentativa de esconder sua filiação ao imperialismo

O artigo “Da Ucrânia à Palestina – Os desafios do internacionalismo consistente”, publicada no sítio Opinião Socialista, nesta sexta-feira (20), é uma repetição da política golpista do “Fora, Todos”, que o PSTU defendeu durante o golpe de 2016, mas desta vez voltada para o âmbito internacional.

Esse radicalismo, “lutar contra todos”, que o Opinião Socialista apresenta é aparente e serve apenas para encobrir sua adesão profunda à política imperialista.

O primeiro parágrafo demonstra o comprometimento do OS com o imperialismo, diz que “Nos últimos dois anos, o mundo foi abalado pela intersecção de várias lutas. Entre elas, a heroica resistência ucraniana à invasão russa, a revolta pela liberdade das mulheres no Irã, a luta renovada pela libertação da Palestina, a resistência popular contra a guerra no Sudão e os novos protestos contra o regime de Assad na Síria.”.

Nesse início, o texto cita exalta o regime nazista da Ucrânia, ataca a Rússia, ataca o Irã e a Síria. E embora cite Sudão e Palestina, não defende abertamente o Hamas, o principal partido da Faixa de Gaza que, com outros grupos da resistência, pegou em armas contra o regime genocida e colonialista israelense. Não nomear os grupos resistentes é uma flagrante capitulação diante da pressão do sionismo, o braço armado do imperialismo no Oriente Médio.

Síria, Irã e Rússia estão sob ataque do imperialismo. O governo Assad foi atacado sob o pretexto de ser uma ditadura, e os Estados Unidos, a polícia mundial para “defesa da democracia”, resolveu levar para a Síria a democracia, assim como fez no Iraque, na Líbia, Iugoslávia… aproveitando para colocar ali algumas bases militares e saquear petróleo e trigo.

A defesa dos direitos das mulheres, especialmente as iranianas, incluindo as afegãs, é outra bandeira do “ocidente democrático”. Não passa de demagogia e pressão política. É por isso que o imperialismo tem financiado com milhões de dólares ONGs que supostamente defendem o feminismo. As mulheres iranianas têm sofrido com as sanções econômicas impostas pelos EUA; as afegãs viram seu país ser bombardeado sem piedade, viram seus pais, irmãos, maridos, parentes sendo mortos, e enfrentam a miséria após vinte anos de ocupação. Isso, no entanto, não entra na lista de prioridades de grupos como o PSTU, que mais uma vez finge se opor a todos, enquanto aponta suas armas contra o governo iraniano e a resistência talibã.

Atacar a Rússia é defender a OTAN. O PSTU apoiou o golpe financiado pelo imperialismo na Ucrânia, por isso se vê obrigado a chamar de “heroica resistência ucraniana” um regime nazista que está levando centenas de milhares de ucranianos à morte em uma guerra por procuração. Não pode ser considerado heroico um regime que durante oito anos bombardeou civis no Donbas, região onde cometeu as piores atrocidades.

Seguindo no texto, nos deparamos com uma citação dizendo que “construir ‘solidariedade internacional de baixo para cima entre nações oprimidas como Palestina, Ucrânia e Taiwuan, bem como trabalhadores explorados nos EUA e na China e em todo o mundo’ é mais urgente do que nunca”. A China não poderia faltar, uma vez que é, se não o principal, um dos maiores alvos do imperialismo, especialmente o americano. Segundo o texto, seria difícil construir a tal solidariedade, pois vivemos em um “sistema estatal assolado pela rivalidade imperial entre os Estados Unidos, China e Rússia, bem como pelo crescente conflito interestatal”.

Torcendo a realidade

Para sustentar, e mascarar, sua posição direitista, o OS sustenta que “Essas rivalidades e conflitos impactam as lutas democráticas dos trabalhadores, às vezes levando-os a se oporem uns aos outros. Por exemplo, apoiar os movimentos democráticos na Síria e no Irã é frequentemente visto como um desafio aos governos supostamente ‘anti-imperialistas’ que compõem o chamado ‘eixo de resistência’ que se opõe ao projeto genocida sionista”. – grifo nosso.

A ‘tese’ do PSTU é a de que são todos imperialistas, China, Rússia, Inglaterra, França, Estados Unidos e, portanto, teríamos que lutar contra todos eles. Porém, voltando para o golpe de 2016, esse grupo pregava, do mesmo modo, o “Fora, Todos”. Deveríamos tirar Dilma do poder (exatamente a política do imperialismo) e também tirar da frente Michel Temer, Lula, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Aécio Neves etc. O resultado (esperado) foi o PSTU ter abandonado as ruas assim que Dilma Rousseff sofreu o golpe. Não houve luta contra Temer, contra Aécio, mas houve contra Lula, outro alvo do golpe.

O PSTU tenta dissimular sua política pró-imperialista “o apoio ao direito do povo ucraniano de autodefesa contra a invasão imperialista de Putin parece vir ao custo do fortalecimento dos Estados Unidos, da União Europeia e da OTAN”. – grifo nosso. Não se trata de uma aparência, mas de um fato. Esse grupo apoiou, “em nome da vontade popular”, um golpe militar sangrento no Egito, apoiou o golpe na Ucrânia e também o golpe de 2016. Todos devidamente orquestrados pelo imperialismo.

Internacionalismo de conveniência

No artigo, o OS tenta neutralizar aqueles que criticam sua política direitista e alega que “Um internacionalismo consistente deve abandonar a visão autodestrutiva de libertação por etapas, que argumenta que algumas lutas anti-imperialistas devem “esperar”, ou pior, são um obstáculo para outras”. Ora, primeiro o jornal deveria provar de que as tais ‘algumas lutas’ sejam de fato contra o imperialismo.

Na política é falso que devemos apenas nos opor de forma genérica ao capitalismo, pois existem, sim, lutas parciais, ou caímos em um discurso vazio, como aquele que encontramos no terceiro parágrafo, que diz que “a causa da opressão não são os ‘maus governos’, mas o capitalismo (…)”.

O artigo da OS faz referência a Trótski sobre a Guerra Ítalo-Etíope, e o autor não percebe que isso coloca em uma contradição insolúvel, pois, como mesmo dizem, a Etiópia “era governada por um estado feudal e muitos dos Aliados governavam colônias como tiranos”.

Em sua posição de revolucionário Trótski diz: “nós somos pela derrota da Itália e pela vitória da Etiópia e, portanto, devemos fazer todo o possível para impedir por todos os meios disponíveis o apoio ao imperialismo italiano pelas outras potências imperialistas e, ao mesmo tempo, facilitar a entrega de armamentos, etc., à Etiópia da melhor forma que pudermos”.

Trótski contrasta em tudo com o PSTU, para esse grupo importa se as mulheres estão sendo oprimidas, enquanto um revolucionário deveria se opor ao imperialismo em favor de um país atrasado, não importando o seu regime. “Lutar” pela democracia enquanto um país estão sob ataque do imperialismo é entrar para as suas fileiras.

Nós deveríamos estar preocupados em facilitar a entrega de armas para o Hamas e toda a resistência palestina, deveríamos apoiar incondicionalmente o Irã. O PSTU, no entanto, vai fazer demagogia com a opressão das mulheres e das minorias sexuais nos países islâmicos para disfarçar sua posição de porta-voz do imperialismo no interior da esquerda.

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