Continuamos, neste artigo, a denúncia de que o portal O Antagonista, fundado pelo sionista Diogo Mainardi, vem servindo como um porta-voz dos serviços de inteligência imperialistas para provocações policialescas contra o Partido da Causa Operária (PCO). Desta vez, abordaremos o texto É um erro subestimar o potencial radicalizador do PCO, que glorifica o Hamas, de Madeleine Lacsko, publicado em 21 de outubro.
O segundo artigo publicado pelo portal não deixa dúvidas de que, longe de apenas criticar o PCO, o objetivo de O Antagonista é intimidar o Partido. Nele, Madeleine Lacsko demonstra, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma preocupação: “a radicalização pode parecer distante, coisa de um grupo pequeno, mas isso não impede que eles causem grandes estragos”. Trata-se, primeiramente, de uma preocupação do imperialismo de que suas farsas caiam por terra. De que a defesa da resistência palestina ganhe cada vez mais adeptos. E, em segundo lugar, de um chamado para o aparato de repressão e a extrema direita: é preciso parar o PCO, antes que a defesa da resistência ganhe as massas.
Essa ideia fica ainda mais clara ao decorrer do texto:
“Existe uma crença popular que se tornou quase um mantra: ‘Não vou bater palma para maluco dançar.’ A ideia é que, se você ignora o comportamento absurdo, ele simplesmente desaparece. Mas o que poucos percebem é que, nesse caso, o ‘maluco’ dança com ou sem palma. Se você não interrompe o espetáculo, mais ‘malucos’ começam a dançar. E chegamos ao ponto em que a indiferença da sociedade pode se tornar fatal. Pequenos grupos radicais têm o poder de radicalizar. E não estamos falando de teorias. Casos concretos de terrorismo no Brasil, como aqueles planejados por dois indivíduos radicalizados pelo Hezbollah, surgem exatamente de ambientes onde grupos minoritários ganham terreno. Eles não fazem parte de grandes partidos, não têm o mesmo alcance, mas operam nas sombras, radicalizando o suficiente para causar tragédias. Estamos subestimando o impacto desses movimentos.”
Aqui, o porta-voz do imperialismo e do sionismo se entrega. Por que O Antagonista estaria preocupado de que as ideias difundidas pelo PCO ganhassem projeção? Se são ideias de “maluco”, qual o problema de deixá-las circular? Ora, porque elas são nada menos que a expressão de uma política que tende a ganhar cada vez mais adeptos. Porque elas correspondem à denúncia dos crimes de guerra que são cometidos contra os povos oprimidos de todo o mundo.
É por isso que O Antagonista se sente na obrigação de represar a propaganda revolucionária do PCO. Afinal, o que acontecerá se um partido continuar dizendo livremente que é correto pegar em armas na luta contra os opressores? Acontecerá que os oprimidos se sentirão cada vez mais confiantes de travar uma luta contra os patrões de O Antagonista.
A postura da autora é bastante conveniente para debater um problema chave na atual etapa da luta política. Por anos a fio, a esquerda pequeno burguesa, em um de seus piores erros, saiu a dizer que a liberdade de expressão era uma bandeira da extrema direita. Agora, Madeleine Lacsko nos ensina o oposto. É a extrema direita, defensora de crimes inconfessáveis contra os oprimidos, que não suporta a ideia de que suas monstruosidades sejam reveladas.
Uma parte particularmente interessante do texto mostra, uma vez mais, a preocupação da autora com a influência que a propaganda do PCO tem na situação política. Diz ela:
“Por outro lado, temos o governo Lula. Ele se aproxima cada vez mais de regimes ditatoriais, normalizando o que deveria ser inaceitável. A situação chega ao ponto de o Talibã querer se juntar ao BRICS. E o que vemos? A primeira-dama, ‘empoderada’, sentada no Catar, conversando com a terceira mulher de um sheik de um país que não respeita os direitos das mulheres. O silêncio das feministas é ensurdecedor. Estamos falando de uma mudança estrutural. O Brasil, que sempre foi neutro e um grande mediador em conflitos internacionais, agora toma partido de regimes que oprimem mulheres, minorias, e que glorificam a violência. O PCO é apenas a ponta de lança. Eles talvez digam o que outras alas da esquerda não podem dizer abertamente. É uma possibilidade. Nesse raciocínio, aos poucos, o discurso vai se tornando normal, até o ponto em que o radicalismo deixa de ser algo marginal e passa a ser aceito dentro da esquerda”.
A primeira coisa a ser destacada aqui é que a autora, não por acaso, se revela um total capacho do imperialismo. Ao ponto de condenar os “regimes ditatoriais” que dirigem os BRICS – isto é, a Rússia e a China. Ao ponto de condenar o regime afegão que expulsou a invasão norte-americana de seu país.
A segunda é a de que a autora considera que a propaganda do PCO seria capaz de influenciar o governo brasileiro. Isto é, que a pressão política de uma organização como o PCO poderia “empurrar o governo” à esquerda. Tal consideração, além de ser um elogio à capacidade militante do Partido, é também mais uma constatação de que estamos diante de um movimento, em grande medida, inevitável: há uma tendência do Brasil, como país atrasado, em entrar em uma rota de colisão contra o imperialismo.
Não se trata, portanto, de defender o “terrorismo”. O problema central para o imperialismo é que um partido como o PCO encoraja a população brasileira a levar adiante uma luta na qual ela já está colocada.
Merece destaque, por fim, o fato de que o “aviso” do portal vem no momento em que o imperialismo prepara uma grande contra-ofensiva contra os povos oprimidos de todo o mundo. Isto é, no momento em que assassinatos, golpes de Estado e guerras voltaram a ser o principal modo de funcionamento do imperialismo. As provocações contra o PCO indicam que o imperialismo prepara um período profundamente contrarrevolucionário para o Brasil. Indicam que, na medida em que há uma forte tendência à mobilização contra o imperialismo, as potências mundiais irão tomar todas as medidas ao seu alcance para represar esse movimento.
Os artigos de O Antagonista são, neste sentido, um chamado para o aparato repressivo do Estado e para a extrema direita se lançarem ao ataque contra aqueles que se colocam em confronto com o imperialismo. É preciso reagir a esse chamado à altura.