Há uma verdadeira epidemia mundial de protestos contra o genocídio israelense em Gaza. A cada dia, com maior e mais mortes, aumenta os números das mobilizações e mais povos aderem aos protestos. A repressão que os estudantes norte-americanos estão sofrendo, com a prisão de cerca de 2.200 pessoas, também está influenciando outros protestos estudantis, que se espalham pelo Canadá, França, México e Australia, segundo informações da PressTV.
Em Paris, dezenas de estudantes continuam ocupados nos prédios da Universidade Sciences Po, nesta sexta-feira (3). Os manifestantes querem que a universidade rompa relações acadêmicas com “Israel”, reivindicação que foi rejeitada pelo diretor da universidade.
No Canadá, há acampamentos estudantis ao menos na Universidade de Toronto, na Universidade da Colúmbia Britânica, na Universidade de Ottawa e na Universidade McGill. Os manifestantes também exigem rompimento dos laços com “Israel”. Seguindo os preceitos “democráticos” de Joe Biden, o primeiro-ministro de Quebec, François Legault disse que os acampamentos devem ser “desmantelados”.
Na Universidade de Toronto, há um acampamento com pelo menos 100 manifestantes. Eles exigem que a instituição pare de investir no “apartheid israelense, na ocupação e no assentamento ilegal da Palestina”.
Na Universidade de Los Angeles, chamou a atenção a violência com que a polícia desmantelou o acampamento dos estudantes, nessa quinta-feira (2). A polícia usou armas de choque e prendeu 210 pessoas.
Diante da repressão brutal, Joe Biden, o “democrata” que setores da esquerda insistem em dizer ser melhor do Trump, afirmou que as pessoas têm direito de protestar, mas não desencadear a violência. O velho e conhecido discurso da burguesia reacionária para disfarçar a verdadeira ditadura que está sendo imposta contra os estudantes.
Radicalização
Assim como o aumento da crise em Gaza e a cada vez maior desmoralização do governo de “Israel” diante dos povos do mundo aumentam a adesão aos protestos, a repressão policial está gerando uma radicalização.
Nos Estados Unidos, por exemplo, além da polícia, a direita está enviando grupos fascistas para atacar os manifestantes. Diante disso, há um movimento de sindicatos se preparando para apoiar os estudantes.
Essa notícia mostra a tendência da entrada da classe operária nas manifestações, o que pode significar um salto de qualidade na mobilização.
Os estudantes e os trabalhadores estão percebendo que é preciso medidas mais radicais pare combater a polícia e a direita.
A crise na Palestina está se espalhando para o mundo todo, colocando em crise também os regimes dos países imperialistas, que apoiam o genocídio em Gaza.
A situação pode levar a um esfacelamento desses regimes. Por isso, o imperialismo está tão preocupado com a mobilização dos estudantes e por isso a repressão. O resultado dessa crise pode ser o fechamento ainda maior do regime, ou a queda de governos nos países imperialistas.
De qualquer modo, a resistência palestina já prestou um papel histórico em sua ação. Despertar os povos do mundo todo contra o imperialismo.