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Guerra no Oriente Médio

Promessa de retaliação do Irã a ‘Israel’ deixa mundo em suspense

O assassinato de Hanié foi uma enorme provocação ao Hamas, mas foi ainda pior por ter acontecido em Teerã, a retaliação do Irã é certa e pode vir a qualquer hora em qualquer lugar

Na terça-feira (31), o imperialismo e o sionismo realizaram uma ofensiva tripla no Oriente Médio. Primeiro “Israel” bombardeou Beirute, capital do Líbano, e assassinou um dos mais importantes comandantes do Hesbolá. Os norte-americanos por sua vez atacaram o Iraque e assassinaram 4 soldados do Cataebe Hesbolá. Mas o mais importante dos ataques foi na madrugada de quarta-feira (31) quando “Israel” assassinou o principal dirigente do Hamas, Ismail Hanié, em Beirute. A ofensiva irá levar inevitavelmente a uma resposta do Eixo da Resistência.

De todos os atacados, o mais importante foi a própria República Islâmica do Irã, que não passava por esse tipo de agressão desde abril de 2024, quando “Israel” bombardeou o consulado iraniano em Damasco, na Síria. Naquele momento, a retaliação do Irã foi a operação militar de sucesso gigantesco Promessa Cumprida, que bombardeou o local anteriormente considerado como mais seguro de todo o Oriente Médio, uma base militar no sul de “Israel”. A resposta do Irã agora tende a ser ainda mais agressiva.

O aiatolá Khamenei, chefe de Estado do Irã, se pronunciou: “nesta dolorosa e difícil tragédia que ocorreu no território da República Islâmica, consideramos nosso dever vingar seu sangue”. E não foi a única declaração bélica contra “Israel”. A Guarda Revolucionária do Irã também se pronunciou afirmando que todo o Eixo da Resistência iria agir, principalmente o próprio Irã. Um fator importante é que os iranianos também consideram os norte-americanos culpados.

Nas palavras do embaixador do Irã na ONU, Amir-Saeed Iravani: “este ato não poderia ter ocorrido sem a autorização e o apoio de inteligência dos EUA. A continuação das agressões de ‘Israel’ ameaça a paz e a estabilidade na região”. O ex-agente da CIA, Larry Johnson, também se pronunciou de forma semelhante: claramente teve o apoio e conhecimento prévio dos Estados Unidos e do Reino Unido. Digo isso porque também temos agora reportagens informando que navios de guerra dos EUA e do Reino Unido estão se dirigindo para o Mediterrâneo. Em um dos navios dos EUA provavelmente há uma Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais”.

Isso indica que a retaliação do Irã pode acontecer em qualquer alvo dos EUA e não somente em alvos sionistas. O Irã imediatamente convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU por meio dos russos. O representante permanente adjunto da Rússia na ONU, Dmitri Poliansk afirmou: “a pedido do Irã, com o apoio da Rússia, da China e da Argélia, a nossa presidência convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação ao assassinato em Teerã do chefe de gabinete político do Hamas, Ismail Hanié“.

Isso se soma a uma informação divulgada pelo New York Times que afirma que fontes internas do exército iraniano divulgaram que o ataque direto ao território israelense já foi autorizado. O jornal imperialismo não é confiável, mas a conjuntura é que o ataque é possível. Como de costume, o Irã esperou a reunião do CSNU para se posicionar.

A ONU se mostra uma ferramenta dos EUA

Segundo o resumo publicado no portal do Conselho de Segurança da ONU, o representante da Rússia afirmou que o assassinato foi “um sério golpe nas negociações de mediação entre o Hamas e Israel em direção a um cessar-fogo em Gaza”. Ele alertou contra os esforços para arrastar o Irã para um confronto regional, destacando que isso desestabilizará uma região que já está em ponto de ebulição, enfatizando que “a chave para a desescalada é o fim do derramamento de sangue em Gaza”.

Já o representante do Irã denunciou que além de seu objetivo terrorista, “Israel” estava também perseguindo um objetivo político com este ato, visando perturbar o primeiro dia do novo governo de seu país, acrescentou. “Este crime não é isolado”, disse ele, acrescentando que faz parte de um padrão mais amplo de agressão contra países da região. Horas antes deste crime hediondo, o regime de “Israel” realizou ataques terroristas covardes nos subúrbios do sul de Beirute, visando civis e infraestrutura civil, observou.

Já o governo dos EUA ficou totalmente a favor de “Israel”. Segundo o portal, o representante dos Estados Unidos ressaltou o direito de “Israel” de se defender contra ataques do Hesbolá e “outros terroristas”.  Ainda afirmou que  Hesbolá não é o único grupo apoiado pelo Irã na região que “está aproveitando a situação em Gaza para minar a paz e a segurança regionais”. Com esse posicionamento, os Estados Unidos certamente usarão o veto para barrar qualquer medida contra o Estado de “Israel”. Portanto, ao que tudo indica, o CSNU não fará nada, o que obrigará o Irã a agir.

A resistência irá agir

No último confronto entre Irã e “Israel”, em abril, ficou claro que a retaliação do Irã em um novo ataque seria realmente muito mais agressiva do que o tiro certeiro de aviso que foi a operação Promessa Cumprida. Tanto é que os norte-americanos vetaram um novo ataque israelense. O assassinato de Hanié quebra esse veto e acontece pouco após a visita de Netaniahu aos EUA e em meio a diversas denúncias de participação dos norte-americanos. As regras do jogo parecem ter mudado, o que dificulta ainda mais prever qual será a resposta iraniana.

Somado a isso há as duas outras frentes. O Hesbolá e a Resistência Iraquiana também irão inevitavelmente retaliar os dois ataques sofridos. Tudo aponta para a escalada da guerra. Caso não seja uma guerra total, será no mínimo algo que até hoje nunca foi visto no Oriente Médio. Resta saber se o imperialismo tem algum plano para receber tamanho ataque ou se a ofensiva foi realizada por puro desespero. A segunda opção parece ser a realidade.

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