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Belo Horizonte

Professores desafiam decisão fascista do Judiciário contra greve

Justiça da capital mineira impõe multa contra greve dos trabalhadores da educação, mas sindicato da categoria decide não recuar.

Os profissionais da Educação da rede pública municipal de Belo Horizonte decidiram não recuar diante de mais uma ameaça fascista do poder judiciário.

Os grevistas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH) foram ameaçados pelo desembargador Wilson Benevides do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) com uma multa de 100 mil reais por dia de paralisação e desconto diário do salário da categoria caso não suspendam a greve imediatamente.

Impor multas impagáveis como esta é uma manobra habitual do judiciário para desmantelar o direito de greve dos trabalhadores, uma ação tipicamente fascista uma vez que visa destruir a organização da luta da classe operária.

Em nota publicada em suas redes sociais, o sindicato informou aos trabalhadores grevistas a manutenção da greve: 

“O Comando de Greve dos Trabalhadores da Educação de Belo Horizonte se reuniu neste domingo para deliberar sobre os próximos passos do movimento! Reiteramos que, mesmo com a investida autoritária do Prefeito Fuad, a greve está mantida, assim como o calendário de mobilização, com vigília amanhã, segunda-feira, a partir das 08:30 e assembleia da categoria na terça-feira.”

Os trabalhadores, professores e outros funcionários da educação entraram em greve contra a proposta de reajuste de apenas 8% dividida em três vezes, sendo a última parcela paga apenas em 2025 que foi feita pelo prefeito Fuad Noman (PSD).

A Procuradoria Geral de Belo Horizonte entrou na justiça com o pedido de paralisação da greve alegando que os trabalhadores “não estariam respeitando a manutenção de um mínimo efetivo em funcionamento”, uma alegação que, por mais absurda que seja (uma vez que manter o trabalho em funcionamento e realizar uma greve são coisas completamente incompatíveis), vem sendo utilizada pelo poder judiciário para impor essas multas absurdas e acabar com as greves sufocando financeiramente os sindicatos.

Além disso, o Poder Executivo Municipal de BH alegou de forma bastante cínica que “a greve causa prejuízos a milhares de crianças e adolescentes da população carente do município”. 

Se o prefeito Fuad Noman estivesse realmente preocupado com a educação dos alunos da rede municipal de BH a primeira providência que deveria tomar seria atender as demandas dos profissionais que trabalham nessas escolas. Contudo, em vez disto o que o prefeito quer é que os professores e outros profissionais da educação voltem a trabalhar “na base do chicote”, que se conformem com um péssimo salário e que, por fim, “se virem com o que der”.

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