A professora adjunta da Universidade de Columbia em Nova Iorque (EUA) Rebecca Weiner liderou a brutal repressão policial contra os estudantes da universidade, que protestavam contra o genocídio perpetrado por “Israel” na Faixa de Gaza.
Como resultado da repressão, cerca de 300 estudantes foram presos dentro da universidade.
A notícia de que a repressão havia sido coordenada pela professora foi dada pelo prefeito da cidade de Nova Iorque, que parabenizou a sua colega sionista, afirmando que foi graças a sua “monitoração da situação” que a repressão pôde acontecer com sucesso.
Acontece que Rebecca Weiner, que é neta de Stanislaw Ulam, um cientista judeu que foi um dos responsáveis por levar adiante o projeto da bomba atômica, é, além de professora, membro do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYDP), mais especificamente da divisão de Contraterrorismo e Inteligencia do Departamento.
Os estudantes da Universidade de Columbia foram os pioneiros dentre os manifestantes universitários em solidariedade à Palestina que agora tomam conta de várias universidades norte-americanas e europeias.
Os estudantes de Columbia iniciaram os seus acampamentos nas dependências da universidade em 17 de abril e recusaram-se a sair até que a universidade rompesse toda e qualquer relação com o estado genocida de “Israel”.
Dentre essas relações, não sabiam os estudantes, estava a própria Rebecca, que mantinha a poucos metros da universidade um escritório na Escola de Assuntos Públicos e Internacionais de Columbia (SIPA).
De acordo com o seu currículo na SIPA, a professora atua simultaneamente com a sua função no NYPD pela qual é responsável por “desenvolver políticas e prioridades estratégicas para o Gabinete de Inteligência e Contraterrorismo e representa publicamente a NYPD em questões que envolvem contraterrorismo e inteligência”.
O Departamento de Contraterrorismo do NYPD é responsável por manter um escritório em Tel Aviv por meio do qual coordena a situação norte-americana com o aparato de segurança israelense e a função de Rebecca era justamente servir de intermediária entre Nova York e Tel Aviv.
O Departamento de Contraterrorismo e Inteligência do NYPD opera, pelo menos desde 2011, um projeto secreto desenvolvido em parceria com a CIA intitulado “Unidade Demográfica” por meio do qual monitorava muçulmanos em toda a área da cidade de Nova Iorque, e inclusive estudantes de outros estados que estivessem envolvidos em iniciativas de solidariedade com a Palestina. Esse programa foi inspirado em um programa similar desenvolvido pela Inteligência Israelense para monitorar os palestinos da Cisjordânia.
Durante a conferência de imprensa ocorrida após a repressão na universidade, Weiner afirmou que “agitadores externos” seriam os culpados pela repressão policial na Columbia sem apontar, no entanto, quem seriam tais agitadores.
Weiner também afirmou que a repressão se fazia necessária devido à linguagem e símbolos “radicais” utilizados pelos estudantes: “Não se trata de alunos expressando ideias”, afirmou, adicionando que dentre as “táticas” utilizadas pelos estudantes mobilizados estaria “uma normalização e integração da retórica associada ao terrorismo”.
Weiner apontou como “tendencias ao terrorismo” a utilização de bandeiras da resistência palestina pelos estudantes no campi e a reedição da “Carta de Osama Bin Laden à America”, escrita em 2002 e recém veiculada por meio do aplicativo Tik Tok.
Apesar da repressão, os estudantes norte-americanos não estão dando sinais de que irão recuar de suas posições. No Brasil é preciso que as entidades estudantis reajam e também atuem para mobilizar os estudantes brasileiros em defesa da Palestina.