Em outubro, a remoção de filmes sobre a ocupação da Palestina do Netflix chamou atenção de que a plataforma é totalmente dominada pelo sionismo. Ela já havia produzido a série The Messiah, uma propaganda a favor de “Israel”. Recentemente, a plataforma anunciou o filme Maria, sobre a mãe de Jesus.
A primeira polêmica foi a escola de atores israelenses, incluindo Noa Cohen, no papel principal. Como se sabe, a esmagadora maioria dos israelenses é de origem europeia. A justificativa do diretor D. J. Caruso foi buscar “autenticidade” ao selecionar atores israelenses, algo totalmente absurdo.
Nas redes sociais escreveram: “Netflix achou que era uma boa ideia escalar uma israelense para interpretar a Virgem Maria, como se os israelenses não estivessem bombardeando a terra natal do próprio Jesus, assim como todas as igrejas”.
Alguns usuários das redes sociais também consideraram a escolha de uma atriz israelense para o papel de Maria como blasfêmia: “há algo profundamente profano em escalar uma israelense para interpretar Maria, a mãe de Jesus, enquanto Israel realiza um genocídio contra os palestinos, mata algumas das populações cristãs mais antigas da região e destrói seus sítios históricos”.
A relação entre Hollywood e o sionismo reflete essa manipulação cultural, desde o clássico Exodus (1960) até representações mais recentes de atores israelenses em papéis icônicos, como Gal Gadot em Mulher Maravilha e Shira Haas como a heroína sionista “Sabra”. Tais escolhas têm sido vistas como tentativas de humanizar a ocupação e ganhar apoio internacional para “Israel”.
O filme Mary marca uma nova fase no uso do cinema para reescrever narrativas históricas e religiosas, sinalizando um avanço na estratégia de legitimação cultural do regime sionista. Hollywood é em grande medida dominada pelo sionismo, e está claro que o mesmo vale para a Netflix.