Os Estados Unidos realizam às 22h desta terça-feira (10), o debate entre o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, e a candidata do Partido Democrata Kamala Harris. Será o primeiro debate desde a troca de candidaturas no Partido Democrata, quando tornou-se evidente para todo o planeta a total incapacidade do atual presidente Joe Biden em continuar na disputa. O debate está previsto para ocorrer na cidade da Filadélfia, estado norte-americano da Pensilvânia, sendo transmitido por diversas emissoras e já começa cercado por polêmicas, como a questão dos microfones.
A regra fora estipulada pelos democratas, ainda na época em que Biden era candidato, segundo a campanha democrata, para evitar o caos dos debates realizados em 2020, quando Biden questionou o republicano se ele “não cala a boca nunca”. Pelo acordo prévio, os microfones seriam silenciados fora do momento do uso da palavra, porém a campanha de Harris agora vem pedindo o oposto.
O órgão do imperialismo Rádio França Internacional, o analista político Thiago de Aragão, fala do caso sem entrar no mérito do acordo anterior, apresentando a abertura dos microfones como uma característica favoreceria Harris, apresentada como alguém que “afiou” a habilidade em debates. Diz Aragão na matéria O que está em jogo no aguardado debate entre Donald Trump e Kamala Harris, publicada no último dia 9:
“Harris, cuja habilidade de argumentação afiou nos tribunais, claramente favorece debates com interações mais diretas, e sua campanha já expressou insatisfação com o formato escolhido. Em uma carta enviada à ABC, o time de Harris deixou claro que o formato sem microfones abertos colocaria a vice-presidente em desvantagem, evitando que Trump seja confrontado diretamente.
Por outro lado, o time de Trump se mostrou confiante, aceitando as regras impostas pela ABC sem grandes questionamentos. Seria essa a tática de Trump para se esquivar das investidas mais contundentes de Harris? Ele, afinal, tem um histórico de usar interrupções e ataques diretos como estratégia, e a ausência de microfones abertos pode limitar esse estilo combativo.”
O imperialismo sabe que tem uma missão extremamente difícil pela frente. O entusiasmo inicial despertado pela forte propaganda da “primeira mulher negra” começa a demonstrar suas limitações e o desafio de disciplinar a própria casa se torna mais complexa. A operação para tornar uma eventual vitória de Harris incontestável já não é possível e a dois meses da eleição presidencial mais importante do mundo, o destino incerto da nação imperialista mais desenvolvida torna-se mais um fator de crise para os monopólios, que correm contra o tempo para não perder o controle do país.