Em agosto de 1897, na cidade suíça de Basileia, ocorreu o Primeiro Congresso Sionista. Convocado por Theodor Herzl, um jornalista austro-húngaro, o congresso reuniu líderes e pensadores judeus de diversas partes do mundo com um objetivo comum: estabelecer um lar nacional para o povo judeu na Palestina.
O Sionismo
O movimento sionista, que defendia o retorno dos judeus à sua terra ancestral e a criação de um Estado judeu, ganhou força no final do século XIX, impulsionado por um crescente antissemitismo na Europa. Herzl, profundamente marcado pela perseguição aos judeus, viu no sionismo a única solução duradoura para o problema.
Objetivos do Congresso
O Primeiro Congresso Sionista tinha como principais objetivos:
- Estabelecer uma organização sionista mundial: Criar uma estrutura unificada para coordenar os esforços sionistas em todo o globo.
- Adotar um programa sionista: Definir as diretrizes e estratégias para a realização do projeto sionista.
- Buscar o apoio das potências mundiais: Convencer os líderes mundiais a reconhecer e apoiar a causa sionista.
O Caminho até a Criação de Israel
Após o congresso, o movimento sionista enfrentou a oposição dos árabes palestinos. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) serviu para a criação de destacamentos judeus nas fileiras do exército da Coroa Britânica, o que serviu para o treinamento dos grupos que inciariam o processo de colonização da Palestina. A formação do Estado de Israel ocorreu em 1948, tendo com um importante impulsionador o atentado terrorista que explodiu o hotel King David.
O atentado ao Hotel King David, ocorrido em 22 de julho de 1946, em Jerusalém, sob mandato britânico, marca um dos capítulos mais sombrios da luta pela criação do Estado de Israel. O ataque, perpetrado pela organização sionista Irgun, resultou na morte de 91 pessoas e ferimentos em dezenas.
A Declaração de Balfour e o Mandato Britânico
Um marco importante nesse caminho foi a Declaração de Balfour, emitida pelo governo britânico em 1917, que expressava o apoio à criação de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina. Com o fim da I Guerra, a Grã-Bretanha recebeu o Mandato da Palestina pela Liga das Nações, com a missão de facilitar a criação desse lar nacional.
A Criação de Israel e suas Consequências
A criação de Israel em 14 de maio de 1948 foi comemorada pela comunidade judaica mundial, mas também desencadeou um conflito árabe-israelense que persiste até os dias de hoje. As IDF’s, as forças armadas israelenses, absorveram as milícias sionistas como Haganá, incluindo as declaradamente fascistas, como Irguen e Gang Stern; e até os dias de hoje continuam agindo com a mesma ideolgia contra o povo palestino, que tem sido brutalmente atacado desde pelo menos o final dos anos 1920.
O movimento sionista, que para se manter necessitou desde sempre do apoio do imperialismo, no início o britânico, posteriormente substituído pelo americano, não é unanimidade dentro da comunidade judaica. Muitos de seus membros dizem que os sionistas usam o nome do judaísmo para apenas atingir objetivos próprios.