Na última quinta-feira (25), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou algumas mudanças que começarão a valer a partir da próxima edição do prêmio Jabuti. Segundo a entidade, a partir de agora, há um veto explícito a obras que utilizam inteligência artificial, seja em ilustrações, seja no próprio texto.
O banimento se deu após uma polêmica na edição de 2023 do prêmio. As ilustrações da edição da obra Frankenstein, de Mary Shelley, publicada pelo Clube de Literatura Clássica, foram feitas com auxílio da ferramente de inteligência artificial Midjourney. A obra foi, posteriormente, desclassificada por conta disso.
“Não existia vedação a inteligência artificial, era um tema ainda não muito discutido“, afirma Hubert Alquéres, que organiza a premiação pela segunda vez consecutiva. “O regulamento foi omisso, então a curadoria tomou a decisão de desclassificar aquele candidato. Agora colocamos expressamente nas regras que livros feitos com auxílio de IA não poderão se inscrever“.
A proibição em questão mostra um posicionamento reacionário por parte da CBL. Finalmente, a inteligência artificial representa um avanço tecnológico que pode e deve ser incorporado à arte e à produção artística no geral. As ilustrações de Frankesntein, algumas das quais podem ser vistas abaixo, são exemplos de como essa integração pode ser extremamente bem-sucedida.