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Coluna

‘Povo que não tem virtude acaba por ser escravo’

"Não entendo negros, mulheres, homossexuais e pobres cultuando essa pseudotradição gaúcha"

O título que dei a meu texto é uma frase indecente do hino do Rio Grande do Sul. Gosto muito da cultura do RS. Aprecio um mate, churrasco, gosto de alpargatas, boina, e músicas que cantem a história dos peões. O que me causa incômodo é a falsificação da história por parte do MTG e CTGs, essas instituições só servem para ovacionar a história de fazendeiros em detrimento do gaúcho e gaúcha batalhadoras do campo, onde a vida até hoje é difícil. Os “heróis” farroupilhas eram: liberais, escravagistas, maçons e antinacionalistas. Abomino tudo isso.

Os libertadores da América também tinham essas características, mas nos libertaram da opressão espanhola, embora muitas vezes com o apoio do imperialismo inglês que sempre teve interesse em abrir mercados em nossa América Latina. Como, em 10 anos de guerra, Bento Gonçalves, General Neto e o mercenário Garibaldi, por exemplo, não morreram? Simples nunca lutaram. Em troca da promessa da liberdade quem lutou por uma causa que não era deles foram os escravos. E os políticos profissionais e oportunistas que se pilcham no dia de hoje na perspectiva de uns votinhos a mais, que mesquinharia. Já conversei sobre isso com pessoas muito agressivas e ignorantes, a única coisa que eles sabem falar é que isso é “tradição”. E daí? Se mutilar crianças é tradição, sou contra. Meu compromisso é com a verdade.

Certa vez um aluno meu do EJA, patrão de CTG, ameaçou me espancar se eu continuasse desconstituindo o lamentável manual de tradições gaúchas. Esse roubo da nossa história por parte desses grupos é passível de críticas. Não é com facas na cintura, com rebenques e falta de estudo que esses defensores da tradição machista, latifundiária e demais grossuras que continuarão alienando gerações. Não entendo negros, mulheres, homossexuais e pobres cultuando essa pseudotradição gaúcha. Enfim, o masoquismo é um direito civil.

Para encerrar deixo abaixo trechos de uma linda e crítica música do Gaúcho da Fronteira, herdeiro da pampa pobre, que sintetiza o que penso:

“que pampa é essa que eu recebo agora
com a missão de cultivar raízes
se dessa pampa que me fala a história
não me deixaram nem sequer matizes?
passam as mãos da minha geração
heranças feitas de fortunas rotas
campos desertos que não geram pão
onde a ganância anda de rédeas soltas
se for preciso, eu volto a ser caudilho
por essa pampa que ficou prá trás
porque eu não quero deixar pro meu filho
a pampa pobre que herdei de meu pai
herdei um campo onde o patrão é rei
tendo poderes sobre o pão e as águas
onde esquecido vive o peão sem lei
de pés descalços cabresteando mágoas
o que hoje herdo da minha grei chirua
é um desafio que a minha idade afronta
pois me deixaram com a guaiaca nua
para pagar uma porção de contas”.

*As opiniões nesta coluna não refletem, necessariamente, as opiniões do Diário Causa Operária

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