Genocídio em Gaza

Porta-vozes do sionismo insistem na tese do ‘antissemitismo’

Pedir o fim do Estado de 'Israel' e denunciar o sionismo não tem nada a ver com antissemitismo

Celso Lafer, ministro das Relações Exteriores nos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso, publicou artigo no Estado de S. Paulo com o título Antissionismo como antissemitismo. A essa altura, o partido de Lafer é apenas mais um a tentar vincular a luta contra os crimes do Estado de “Israel” a um tal de “antissemitismo”.

A insistência no tema, uma espécie de “negacionismo” histórico sobre o que acontece em “Israel”, revela a força da pressão do lobby sionista. A burguesia brasileira está bastante imbuída na tarefa de distorcer a realidade para limpar a barra dos crimes do sionismo.

Segundo Lafer “hoje muitas críticas à atuação de Israel em Gaza vão além do aceso das polêmicas sobre a aplicação das normas do direito humanitário ou da gravíssima situação humanitária em Gaza. Resvalam pela denegação de sua existência. Neste contexto, cabe a pergunta: de que maneira um antissionismo bastante presente na crítica a Israel é uma modalidade contemporânea de antissemitismo?”

Para o autor do texto, negar a existência ao Estado de “Israel”, reivindicação de boa parte dos antissionistas, seria “antissemitismo”. Esse argumento é tão válido quanto afirmar que quem pedia o fim da União Soviética era “eslavofóbico”? O fim do Estado de “Israel” é uma reivindicação política, ou seja, não tem nada a ver com nenhuma apreciação moral que se tenha sobre os judeus. Mesmo porque pode-se pedir o fim de “Israel” a substituição por outro Estado, baseado em outras formas de regime e de governo, baseado, por exemplo, na convivência entre judeus e palestinos.

O sionismo e seu porta-voz, Celso Lafer, ignoram tudo isso, pois, para eles, os judeus precisam de um Estado só deles, justamente porque o sionismo é uma ideologia supremacista. O Estado de “Israel” está fundado sobre essa ideologia. Para disfarçar essa fato, Lafer inventa uma “história do sionismo”:

“O sionismo é uma expressão do movimento das nacionalidades que passou a caracterizar, a partir do século 19, a legitimidade de Estados na ordem mundial. Itália e Alemanha são exemplos. No bojo desta tendência, o movimento sionista buscou a construção de um Estado como resposta às perseguições que os judeus padeceram como uma minoria discriminada. Nos termos da Carta da ONU, isso se configura como o princípio da autodeterminação dos povos.”

A única coisa mais próxima da realidade nessa frase está na Alemanha e na Itália. O sionismo é um movimento de tipo fascista, de defesa do supremacismo racial, como foi o nazismo alemão. De resto, é tudo conto da carochinha. A tal “nacionalidade” judia é uma invenção do sionismo para justificar sua ideologia supremacista e os crimes cometidos posteriormente. Para que exista nacionalidade, é preciso que se tenha uma nação, um território, um cultura própria. Os judeus não tinham nada disso. Simplesmente ter uma religião comum não pode definir uma nacionalidade. Fosse assim, teríamos que admitir que todos os países católicos do mundo fazem parte de uma mesma nação, o que é absurdo.

Os judeus eram povos dispersos, cada um assimilando a cultura dos países onde viviam. Essa “nacionalidade” é uma invenção do sionismo, portanto também não há nenhum direito à autodeterminação nesse caso. O imperialismo, por meio de manobras e um golpe na ONU, adotou essa ideologia para justificar a colonização da Palestina. O povo palestino, esse, sim, parte de uma nação e com direito à autodeterminação, foi esmagado pelos sionistas.

Lafer, no seu “terraplanismo” histórico, nem liga para os palestinos. O direito que ele quer que seja adotado para os sionistas, não serve para os palestinos.

Lafer lamenta que haja o que ele chama de “seletividade”: “inexistem, na prática internacional, outras manifestações de denegação da existência de qualquer outro Estado reconhecido na vida internacional nas críticas a suas políticas”. Segundo ele, críticas às políticas de outros estados não levam a pedir o seu fim, como acontece com “Israel”. É de dar dó tamanha injustiça com os sionistas… O problema é que a maioria dos Estados não são artificiais como é o Estado de “Israel”, logicamente que Lafer não quer entrar nessa discussão, afinal, para ele, palestinos só aparecem na história quando é para serem acusados de terroristas. Portanto, tudo o que “Israel” fez e faz, por mais criminoso que seja, pode ser justificado.

Segundo o autor, seria essa “seletividade” o que faz do antissionismo antissemitismo. Lafer ainda clama por direitos humanos. Para os palestinos massacrados, claro que não, para os israelenses que estariam sofrendo muito com uma discriminação. O argumento de Lafer é o mesmo que dizer que um brutamontes está sofrendo com injustiça porque o povo decidiu xingá-lo depois de espancar uma criança de seis anos. Coitado dele, não aguenta ouvir xingamentos e críticas!

“A seletividade da denegação da existência de Israel estimula o discurso de ódio e a hostilidade em relação aos judeus, como tem ocorrido lamentavelmente em nosso país, por meio de declarações e de ataques pessoais. Propicia o incitamento à discriminação. Fere o bem público consagrado na Constituição de promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Lafer está realmente muito preocupado com o bem-estar dos judeus. Com seu artigo no Estadão descobrimos que não são mais de 30 mil palestinos assassinados, quem sofre mesmo são os judeus que, segundo ele, enfrentam “discurso de ódio e hostilidade”. É muito cinismo! É cinismo que não cabe no texto!

Em primeiro lugar, não há antissemitismo nenhum. Inclusive, se formos falar de preconceito, atualmente são os árabes que sofrem, não os judeus. E é preciso deixar uma coisa bem clara: se os judeus passarem a sofrer com a discriminação, a culpa será 100% do sionismo e de seus crimes.

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