Aproxima-se a campanha eleitoral municipal, em meio a um agravamento da crise política e econômica em nosso País e em todo o mundo.
Uma situação diante da qual a esquerda se opõe a apresentar uma perspectiva de luta e mobilização dos trabalhadores e da juventude e, no fundamental, acaba por repetir os métodos reacionários dos partidos e políticos burgueses de apresentarem seus candidatos como “salvadores da pátria”, propondo soluções enganosas (demagogia) para os graves problemas enfrentados pela maioria da população.
As eleições não são o terreno fundamental para a resolução desses problemas, mas são uma oportunidade para um partido operário ampliar a agitação e a propaganda política, que são os meios principais para buscar dar uma expressão de caráter político, ou seja, não apenas consciente, mas dirigido de modo unitário e centralizado contra o Estado burguês.
Sem demagogia
Através da campanha eleitoral, o partido revolucionário pode e deve se dirigir às crescentes tendências de luta de rebelião dos povos oprimidos contra o imperialismo, bem como a setores mais amplos da classe operária brasileira e de todo o povo explorado que buscam um caminho para conquistar suas reivindicações diante do avanço da crise capitalista. Impulsionar esta luta é evidenciar que a resolução dessa crise – de um ponto de vista dos trabalhadores – só poderá vir da expropriação da burguesia, com o fim da exploração capitalista, com governos operários, dos trabalhadores da cidade e do campo e com o socialismo.
No Brasil, o Partido da Causa Operária (PCO) é o principal embrião de um partido revolucionário. Por isso, a luta que o Partido trava nas ruas, nos sindicatos, por meio de sua imprensa, nas redes sociais etc. é a mesma que levará adiante nas eleições, sob a base de um programa revolucionário, sem ilusões nas instituições carcomidas do moribundo regime burguês e apontando que o caminho para a conquista da emancipação dos trabalhadores não são as eleições, mas a organização independentes dos explorados.
O PCO entende que a participação da classe operária e do partido operário nas eleições é obrigatória como parte do desenvolvimento político das massas, que somente podem superar o parlamentarismo burguês pela experiência prática.
Uma tribuna
As eleições locais, profundamente antidemocráticas e realizadas sob intenso controle das falidas instituições do regime (Judiciário, imprensa capitalista, Congresso reacionário, partidos de direita etc.) não são o caminho para a resolução dos graves problemas da maioria da população, também pela sua abrangência nacional.
Um dos problemas centrais dos municípios, por exemplo, é o estrangulamento do Estado nacional e de todo o povo pela ditadura dos bancos. Quase 50% de tudo o que é arrecadado em impostos em nível nacional é “sugado” pelos banqueiros para pagar os juros e serviços da fraudulenta dívida pública, o que deixa a maioria das prefeituras, governos estaduais e a União sem boa parte dos recursos necessários para atender às necessidades populares com Saúde, Educação, Moradia etc. Só no ano passado os bancos receberam quase R$1,9 trilhão do orçamento federal. Um gigantesco parasita que se alimenta do esforço nacional e impede o desenvolvimento do País, junto com outros abutres capitalistas e suas máfias politicas.
No entanto, elas podem e devem ser usadas como uma tribuna de propaganda das reivindicações fundamentais da população explorada para difundir um programa próprio diante da crise e fazer avançar sua organização e mobilização independente da burguesia. Contribui também para educar uma parcela cada vez mais ampla dos trabalhadores e da juventude de que a solução efetiva dos seus graves problemas virá com a derrubada do poder político da burguesia, por meio da revolução e da conquista do governo dos trabalhadores da cidade e do campo e do socialismo.
É preciso – também nas eleições – impulsionar as tendências (ainda iniciais) de mobilização por reivindicações concretas, tais como água, saúde, escolas, terra, emprego, transporte etc.
Contra toda a direita
São claras as manobras da direita tradicional, a “terceira via”, representante dos bancos e dos grandes capitalistas, que busca controlar todo o processo eleitoral e manter-se no comando da maioria das prefeituras, mesmo diante da profunda rejeição popular e total desmoralização dos principais políticos e partidos da burguesia golpista, que caminham para uma frente com o bolsonarismo contra Lula, os trabalhadores e os interesses nacionais.
A esquerda parlamentar, encabeçada pelo PT, vem aprofundando sua política de conciliação e capitulação diante da burguesia, até mesmo apoiando candidaturas de abutres e inimigos das reivindicações populares.
Em oposição a esta política, o PCO aprovou, em Conferência Nacional, que não apoiará qualquer candidatura de partidos burgueses golpistas, inimigos dos trabalhadores e de suas lutas.
O Partido legalizou diretórios em quase 100 cidades, visando lançar candidaturas próprias, representativas da luta dos trabalhadores do campo e da cidade, da juventude, dos negros, mulheres, índios etc. Também buscou estabelecer um debate e a possibilidade de um trabalho comum no processo eleitoral com setores do PT que apresentem, nas eleições, candidaturas representativas da luta dos trabalhadores por suas reivindicações e contra toda a direita.
É o caso, por exemplo, do possível apoio à candidatura à prefeita de Piracicaba, da dirigente da APEOESP e deputada do PT, Professora Bebel; bem como do chamado a uma frente de luta da esquerda e dos trabalhadores em Bauru.
Nas próximas semanas, o Partido vai realizar atividades de lançamento dos seus pré-candidatos em todo o País, começando por São Paulo, no próximo dia 15, onde serão lançadas as pré-candidaturas do companheiro João Pimenta a prefeito da capital paulista, bem como de candidatos ao Executivo de Embu das Artes, Embu-Guaçu, Campinas, Mauá, Marília, Araraquara, Franca, Sorocaba, dentre outras cidades.